Arquidiocese inicia pesquisa inédita a partir de junho

29 de maio de 2018

Por Nayara Andéri (Rede Diocesana de Rádio) –

Uma pesquisa inédita será feita a partir de junho pela arquidiocese de Pouso alegre para traçar um perfil sociorreligioso da população regional por cerca de quatro meses. A intenção é conhecer o público católico, o perfil de quem tem outra religião e até mesmo de quem não tem religião, e traçar as necessidades pessoais e religiosas dessa área. Com os dados será feito um projeto pastoral que atenda a realidade sul-mineira. A pesquisa é feita pelo Instituto Giga, sob a coordenação de Silvia Fernandes, professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e especialista em Sociologia da Religião e Sociologia da juventude.

O levantamento, que abrange os 50 municípios da arquidiocese, vai ter duas etapas: a coleta de dados em 2500 residências, independentemente da religião dos moradores, e a pesquisa online com a comuniade catolica, que será divulgada pelos padres nas paróquais e comunidades. Silvia esclarece quais dados o estudo vai abranger.

“Que população habita essa arquidiocese, que perfil é esse socio-econômico, que perfil em termos de faixa etária e quais as opções que eles têm em termos de religião, de empregabilidade, qual o perfil da juventude. Então é uma pesquisa bem ampla que estará conjungando desde a metodologia quantitativa, das pesquisas de opiniãa, quanto à metodologia qualitativa, de entrevistas em profundidade, grupos de foco e questionamentos online que serão respondidos pela comunidade. Podemos dizer que temos dois públicos, o extra-eclesial, não necessariamente que estão participando das comunidades católicas, e o intra-eclesial”, explicou.

Recenseadores vão percorrer 2500 residências em perímetros pré-selecionados nas pesquisas de amostragem por critérios estatísticos.

“É uma pesquisa que vai receber pesquisadores em casa, identificados pelo instituto que vai realizar a pesquisa, que é o instituto Giga. É importante que tenha uma sensabilização das pessoas para que elas respondam à pesquisa quando elas receberem o recenseador, que não é o recenseador do IBGE. Então, a gente pede a sensibilização das pessoas para que possam responder honestamente todas as questões, porque quando você tem um questionário na frente, você fica sempre pensando se o que você vai responder está certo ou está errado. E numa pesquisa não existe resposta certa ou errada, existe o que você pensa, a sua prática e é isso que a pesquisa quer levantar. Não tem um julgamento de valor sobre a sua resposta”, ressaltou Silvia.

A consulta de informações será feita com a população, com o clero, paróquais, comunidades e pastorais, além de movimentos religiosos. A fase online é a etapa que envolve esse público.

“As pessoas vão ser convocadas a responderem questionários onlines, que depois serão tabulados com os dados. Isso é uma fase da pesquisa inter-eclesial. A segunda fase é uma pesquisa mais qualitativa. Digamos que a gente chegue a um dado que 30% da população de um determinado município foi católico e que mudou de religião. Você vai ficar com um dado frio se você não investigar o porquê. Então, você tem que entender porquê as pessoas mudam de religião, para onde elas vão. Outra questão importante é que tipo de ação social as pessoas realizam, se elas têm sensibilização para a política, para ação beneficente. É uma pesquisa que ela tem o interesse da Igreja, mas ela serve para conhecer melhor a realidade onde a gente está atuando, porque a Igreja tenta trabalhar sempre mais perto da população, e você não pode trabalhar perto da população se você não conhece essa população com suas demandas, questões, angústias e mesmo dificuldades materiais”, finalizou.

Esse levantamento vai conhecer também o perfil socio-cultural de quem é católico ou não para ajudar a arquidiocese de Pouso Alegre a ter um projeto pastoral personalizado para a região. O coordenador para da comissão “À Serviço da Vida Plena”, padre Paulo Adolfo Simões, explica que tudo surgiu à pedido das comissões que trabalham diretamente com as necessidades da comunidade arquidiocesana.

“O nosso intuito, o nosso desejo, é conhecer melhor a nossa realidade não somente a partir do nosso ‘olhômetro’ ou ‘achômetro, mas com critérios mais técnico. Depois da assembleia de pastoral passada, foram constituídas as comissões para fazer efetivar as prioridades. Cada comissão elaborou um plano de trabalho. Todas elas pediram uma pesquisa de realidade para saber se o que a gente pensa corresponde à verdade e quais os passos a gente pode dar. Com a aprovação do clero resolvemos fazer uma pesquisa contratando uma empresa de fora, para ser algo científico, e estamos iniciando essa pesquisa”, explicou.

O resultado dessa pesquisa sociorreligiosa deve ser concluído em até quatro meses e utilizado a partir de 2018 e 2019.

“Pensamos em ter os dados para ter uma reflexão sobre toda a ação pastoral da arquidicoese. Lembrando que a partir do ano que vem nós entramos num novo processo de assembleia pastoral. Então, essa pesquisa, na verdade, vai alimentar todo o processo que virá, definindo bastante, nos ajudando no nosso planejamento pastoral. A pesquisa vai direcionar e mostrar para nós por onde devemos caminhar”, finalizou.