#Reflexão: Assunção de Nossa Senhora (Ano B – 15 de agosto)

A Igreja celebra neste domingo (15), a Assunção de Nossa Senhora. O padre Dirlei Abércio da Rosa nos ajuda a refletir e rezar a liturgia deste dia.

1ª Leitura - Ap 11,19a; 12,1-6a.10ab

Salmo - Sl 44(45),10bc.11.12ab.16 (R. 10b)

2ª Leitura - 1Cor 15,20-26.28

Evangelho - Lc 1,39-56

FESTA DA ASSUNÇÃO DE MARIA

A solenidade da assunção de Maria aos céus celebra não somente um momento especial que coroa a vida de Maria, mas também apresenta um dado fundamental de nossa fé: a ressurreição do corpo. Assim, celebrando esta festa de Maria, celebramos também a nossa fé. Deus não despreza o corpo de sua criatura: ele também será transfigurado e ganhará a eternidade.

Na 2ª leitura de hoje, São Paulo nos lembra deste dado importante de nossa fé: “Cristo ressuscitou como primícias (primeiro) dos que morreram” (1Cor 15,20) e em seguida nos diz que outros também farão o mesmo caminho: “Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda” (v.23).

Assim, a assunção (subida) aos céus de Maria, está dentro da promessa de ressurreição, para todos os que creem em Jesus, seria algo em um momento futuro (final dos tempos), mas Maria teria sido a primeira entre as criaturas a experimentar esta graça.

Dessa forma, sabemos pelos textos evangélicos que Maria é alguém muito especial. Já no anúncio do anjo Gabriel, sabemos como Maria é conhecida no céu: ela é “Cheia de graça”. No Evangelho, vemos Maria que se coloca em viagem, com pressa, pois o “amor sempre tem pressa”. A mãe de Jesus é a mulher do caminho e da viagem, jamais está sozinha nos Evangelhos. Duas mães grávidas e certamente, com os seus maridos ao lado, mas são elas que cantam louvores a Deus por tudo que estava acontecendo. Isabel, após ouvir a saudação de Maria, se enche do Espírito Santo. Ela recebe este dom através da voz de Maria. O menino Jesus começava a ganhar existência em seu ventre e Maria já anunciava o Salvador com uma simples saudação. Nas palavras de Isabel, conhecemos outro privilégio de Maria: é chamada de “Mãe do Salvador”. Por isso, a igreja nos primeiros séculos proclamou Maria como Mãe de Deus.

Maria foi especial desde sua origem, sem pecado (Imaculada Conceição), pois era necessário que gerasse em seu ventre o Salvador. Jesus não poderia receber em herança a mancha original que nos impedia de entrar em comunhão com Deus. No ventre de Maria, tudo que sempre foi positivo na humanidade foi passado a Jesus, pois “Ele foi igual a nós em tudo, menos no pecado” (Hb 4).
Percebemos que entre Maria e Jesus há uma grande proximidade que nasce da realidade entre uma mãe e um filho. Isabel também nos revela que “Maria é bendita entre todas as mulheres”, ela está acima de todas, pois não é somente uma mulher que gera uma criança (algo que já é sublime), mas porque é bendita como Bendito é o fruto do seu ventre, Jesus. Isabel deixa claro que Maria compartilha tantas graças e privilégios não por imposição de Deus (sem sua vontade), mas porque ela acreditou, assim, ela se torna participante e assume em si tudo que Deus preparou para ela.

Com uma vida tão expressiva de comunhão e fé no projeto de Jesus, Maria desde o início da caminhada da Igreja ganhou espaço nas celebrações e tradições como aqueles que participaram ativamente do projeto redentor de Cristo. Assim, nos primeiros séculos fortaleceu a crença que o final da vida da Mãe de Jesus também foi especial e diferente.

No Oriente logo apareceram devoções mostrando que ela teria tido um fim não semelhante ao nosso, mas do seu filho. Dizem que teria feito uma passagem deste mundo para a eternidade como se fosse um sono. Um fato ajudou a despertar essas devoções: não se sabe onde Maria foi sepultada. Assim, ela teria passado deste mundo como uma pessoa que dorme e despertou na eternidade de Deus.

No decorrer da caminhada da Igreja, a devoção sobre a passagem de Maria desde mundo para a eternidade como algo semelhante a Cristo foi se desenvolvendo e aprofundando. Alguns santos e teólogos procuraram não somente confirma a tradição, mas também aprofundar sua possibilidade.

Assim, Maria que viveu de um modo tão especial e também revestida com tantas graças únicas para uma criatura (“cheia de graça”), não teria conhecido o destino comum a todos os seres humanos que é a corrupção da carne. Como Cristo, ela teria morrido, mas seu corpo teria sido levado aos céus. Este é um dos pontos principais de nossa fé: crer na ressurreição da carne. O que acreditamos ser uma promessa e esperança para todos nós em um momento de nossa realidade após esta vida, Maria já teria sido agraciada com tamanha dádiva. O destino final de Maria é também o nosso destino.

Na 1ª leitura, temos uma imagem do Apocalipse de uma Mulher revestida de sol. Ela tem a proteção das principais forças da natureza contra a principal força contrária e negativa representada pelo dragão. A Mulher cheia de luz está grávida. O filho, nós identificamos se tratar de Jesus; a mãe, podemos concluir que se trata de sua mãe Maria. Ela faz parte de um projeto que não se limita a um tempo e história, mas participa de algo que está desde sempre previsto como positivo e cheio de vida. Contra a Mulher revestida de sol, o dragão não consegue nada.

Maria, Mãe de Jesus e nossa mãe continua sua missão junto à Igreja de Cristo que permanece na história, constantemente, atacada pelo mal, mas também protegida por Deus.

 


Dom Majella escreve carta aos padres, diáconos e seminaristas da arquidiocese

Durante reunião da Pastoral Presbiteral na manhã desta terça-feira (10), o arcebispo metropolitano, dom José Luiz Majella Delgado - C.Ss.R., divulgou um texto ajudando o clero a refletir sobre a vocação, já que o mês de agosto é o mês vocacional.

Este mês vocacional é para nos lembrarmos do chamado que Deus nos fez e renovar a coragem do seguimento. Deus nos ama. É bom lembrarmos deste amor. Mesmo que você esteja cansado de saber desta verdade – não importa! - quero recordá-lo: Deus o ama. Nunca duvide disso na sua vida de padre, aconteça o que acontecer. Em toda e qualquer circunstância, você é infinitamente amado por Deus.

Leia o texto na íntegra:

Aos padres, seminaristas e diáconos.

Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e nos profetas: Jesus, o filho de José, de Nazaré. Perguntou-lhe Natanael: “De Nazaré pode sair algo de bom? Felipe lhe disse: “Vem e vê”. (Jo 1,45-46)

A história da vocação dos discípulos é um testemunho de fé em Jesus. Neste mês vocacional, cada um deve renovar, ou seja, de algum modo redescobrir a vocação presbiteral, a identidade que brota de pertencer, pelo sacramento da ordem, a Igreja católica, ao presbitério da Arquidiocese de Pouso Alegre.

Se quisermos entrar no verdadeiro processo de sinodalidade na Igreja particular de Pouso Alegre, teremos de caminhar juntos, escutando uns aos outros. A pandemia está gerando um clima de maior silêncio e, em alguns casos, de solidão. Esta situação é favorável a uma oração pelas vocações como verdadeiro espaço de escuta. Escuta, antes de mais, da palavra de Deus que continua chamando cada um para uma vocação específica. No silêncio ecoará mais forte o chamamento que Jesus faz hoje a muitos: “Segue-me!” Não há vocação que não nasça da escuta, de uma escuta profunda, de uma escuta até o fim. A escuta é ainda condição para estar atento e captar os sofrimentos da humanidade e as necessidades da Igreja e da sua missão.

Este mês vocacional é para nos lembrarmos do chamado que Deus nos fez e renovar a coragem do seguimento. Deus nos ama. É bom lembrarmos deste amor. Mesmo que você esteja cansado de saber desta verdade – não importa! - quero recordá-lo: Deus o ama. Nunca duvide disso na sua vida de padre, aconteça o que acontecer. Em toda e qualquer circunstância, você é infinitamente amado por Deus.

Esta certeza torna-se tarefa para todos nós. Tarefa para entender que o Seminário é lugar vital para a nossa vida de diocesaneidade e a vida da Arquidiocese. Tarefa enquanto convite para agradecer os mais de 122 anos de existência do nosso Seminário e pelas centenas de padres que formou. Tarefa para tirar tempo e ir visitar os seminaristas e agradecê-los pelo discernimento que estão fazendo. Tarefa para que ao longo deste mês nos dediquemos ainda mais à oração pelos nossos seminaristas, pedindo que se configurem mais e mais ao coração do Bom Pastor. Tarefa para motivar cada família a desejar com fervor que do seu seio nasçam filhos com o desejo de servir Jesus como padres. Tarefa para motivar os jovens das nossas paróquias para fazer com audácia e sinceridade de fé a escolha radical por Jesus. Para não hesitar em dizer SIM a Jesus. Tarefa para você manter a conversa de um padre feliz com Jesus. Tarefa para envolver o irmão padre, do seu Setor Pastoral, na sua atual caminhada vocacional.

A CNBB oferece para este mês vocacional o tema: “Cristo nos salva e nos envia” e o lema: “Quem escuta a minha palavra possui a vida eterna” (Jo 5,24). A Comissão Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, da CNBB, criou para refletir o mês vocacional uma trilogia para os anos de 2020 - 2021 – 2022, preparando o Ano Vocacional Nacional, em 2023 - a partir do capítulo IV da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Christus Vivit, baseando-se em três verdades. Convido a todos a retomarem este documento, que lhes presenteei com um exemplar, e fazerem uma profunda meditação e reflexão. Aproveitem, partilhe com um irmão padre a realidade dessas três verdades no seu itinerário presbiteral.

Rezemos todos pela santificação do nosso clero, pelos seminaristas e o aumento das vocações sacerdotais e religiosas. A nossa oração dirigida ao Senhor da messe para que mande operários para a sua messe, é uma súplica necessária e confiante. Precisamos pedir para receber esta graça tão importante para a vida da Igreja, uma vez que é grande a carência de vocações consagradas nas dioceses, congregações e institutos.

Rezemos sobretudo com fé e esperança pelo momento da ordenação diaconal dos seminaristas estagiários: Anderson, Felipe Matheus, Júlio e Rafael, que celebraremos na Catedral no próximo dia 28. É o Espírito que constrói a Igreja e assiste a vida e educa esses jovens para darem continuidade à missão de Jesus Cristo. Rezemos com a consciência de que a nossa oração, feita em espírito de comunhão, tem muita força.

Invoquemos a proteção de São João Maria Vianney, o pároco de Ars, que viveu numa França descristianizada e secularizada, colocou a sua pequena comunidade no centro de uma verdadeira reflexão sobre a vida e missão do sacerdote, ele que foi pároco de uma pequena paróquia, quase esquecida da sua diocese.

Convido a todos vocês, queridos padres, a viverem com alegria a vocação sacerdotal ao serviço de Cristo, da Igreja e dos irmãos. Eis o segredo de uma vida em fidelidade e santidade no ministério para produzir frutos de novas vocações sacerdotais.

Invoquemos a materna intercessão de Nossa Senhora Auxiliadora.

A todos concedo a bênção.

Dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R.
Arcebispo Metropolitano de Pouso Alegre.

Pouso Alegre, 10 de agosto de 2021
Festa de São Lourenço, Diácono Mártir.

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Igreja no Brasil celebra Semana Nacional da Família

A Semana Nacional da Família começou oficialmente para os fiéis brasileiros. O início ocorreu neste sábado (7) em uma live organizada pela Comissão Episcopal para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Com o tema “A Alegria do Amor na Família”, as celebrações seguem até o próximo sábado (14). A abertura contou com a participação do arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor de Oliveira, que exaltou o papel da família na evangelização.

Na arquidiocese de Pouso Alegre, as celebrações também ocorrem nos setores pastorais, sendo que cada paróquia tem organizado o calendário de suas atividades.

“A família é prioridade no caminho missionário e na vida da Igreja”, destacou o arcebispo. “Lá aprendemos que é bom servir e experimentamos a alegria de poder fazer o bem ao próximo. Esses aprendizados, que são permanentes quando bem vividos nos ambiente familiar, repercutem na vida em sociedade. A família tem uma nobre missão: ser o lugar onde primeiro se experimenta essa verdade cristã. A vida ganha sentido quando se torna oferta”, completou dom Walmor.

O presidente da CNBB também ressaltou que o núcleo familiar é o local onde se dá os primeiros passos no exercício do altruísmo e da partilha, tão necessários para os tempos atuais. “Alegramo-nos com a felicidade do outro experimentando a rica lição da palavra de Deus que é lema deste encontro: Dá e recebe e alegra a ti mesmo”, lembrou . “A família é a primeira escola do amor, instituição em que cada pessoa aprende que a vida deve se tornar uma oferta pelo bem do próximo”, reforçou.

É um tempo favorável!

Para o bispo da Diocese de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família, dom Ricardo Hoepers, a celebração da Semana Nacional da Família é um momento para levar a palavra de Deus a tantas pessoas que não conhecem a Cristo de forma mais profunda.

“É um tempo favorável, um tempo de graça! Vivamos com alegria, com entusiasmo e intensidade essa semana. Desejamos que todas as dioceses possam se mobilizar e levar essa mensagem do Evangelho da alegria aos corações de cada família, de cada lar”, convocou o bispo durante a live. “Que todos nós possamos nos congregar unidos na promoção, na defesa, no cuidado com as nossas famílias e com a vida”, apontou dom Ricardo.

Iniciativas por todo o Brasil

Exemplos de ações que serão realizadas entre este domingo (8) e o próximo sábado (14) em todo o país foram apresentadas durante o encontro on-line. Coordenadores regionais da Pastoral Familiar, padres e animadores partilharam as ações programadas e convidaram os fiéis para participar.

“Desejamos que todos os protocolos de saúde sejam seguidos e respeitados. Mas também motivamos vocês a buscarem viver profundamente essa semana, seja na família, no grupo ou movimento, na pastoral e em todo ambiente que for possível”, destacou Luiz e Khátia Stolf, casal coordenador nacional da Pastoral Familiar.

Durante o evento on-line, foram recordados também os 25 anos do subsídio Hora da Família. A live foi concluída com um momento de adoração conduzido pelo bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e referencial da Pastoral Familiar no Regional Leste 1 da CNBB, dom Antônio Augusto Dias Duarte, e pelo casal coordenador do Setor Pós-Matrimonial, Ronaldo e Tatiana de Melo.

 

Com informações: CNBB


#Reflexão: 19º Domingo do Tempo Comum (Ano B – 8 de agosto)

A Igreja celebra neste domingo (8), o 19º domingo do tempo comum. O padre Dirlei Abércio da Rosa nos ajuda a refletir e rezar a liturgia deste dia.

Leituras:

1ª Leitura - 1Rs 19,4-8

Salmo - Sl 33,2-3.4-5.6-7.8-9 (R. 9a)

2ª Leitura - Ef 4,30-5,2

Evangelho - Jo 6,41-51

JESUS É O ALIMENTO DE VIDA ETERNA

Na primeira leitura deste Domingo, Elias recebeu de Deus um alimento especial e sobrenatural. O pão e a água não somente saciaram a fome e a sede do profeta, mas proporcionaram energia e força para continuar sua jornada pelo deserto por quarenta dias e quarenta noites. Este alimento físico e espiritual de Elias nos lembra o maná que o próprio Deus deu ao seu povo durante o período do povo também no deserto.

Jesus, no Evangelho de João que estamos lendo, procura aprofundar o tema sobre o que é fundamental pra vida. Diante da necessidade humana, Jesus nos ensinou sobre a partilha: solução para a fome do mundo. Mas, é necessário ir além das coisas materiais. Há um alimento que dá a vida eterna para a humanidade.

A fé em Cristo foi o momento decisivo para acontecer o milagre da partilha dos pães e peixes. Diante da fome, a solução não veio de uma ideologia sobre a divisão de bens, mas da partilha a partir da fé.

O maná no deserto foi oferecido por Deus de uma forma milagrosa; no milagre da multiplicação dos pães e peixes, Jesus nos ensina que podemos multiplicar este milagre, não esperando que tudo caia dos céus, mas que brote de nossas mãos, através de nossa partilha. Foi um milagre feito em parceria, onde entramos com os nossos dons através da partilha e Jesus com suas mãos multiplica e todos ficam saciados. Ninguém perde o que é necessário quando coloca nas mãos de Jesus, pelo contrário, todos se alimentam, ficam saciados e ainda sobra.

Nos dois casos anteriores: Maná (domingo passado) e Elias (1ª leitura de hoje), somente com a intervenção de Deus, todos ficaram saciados. Com Jesus não é diferente, pois Ele e o Pai são um só. A relação entre Jesus e Deus é expressa em uma linguagem humana bem conhecida: da paternidade. Os homens podem dar aquilo que está em sua natureza limitada, somente Deus é capaz de dar alimentos capazes de não somente saciar as necessidades humanas, mas de dar a vida eterna. Jesus aproveita o milagre da partilha dos pães e dos peixes para falar de Si próprio e do dom maior que iria oferecer: um alimento capaz de dar a vida eterna.

Mas, o povo entendeu tudo ao contrário. Eles queriam Jesus somente como rei, isto é, alguém poderoso como os reis deste mundo. Alguém que eles poderiam recorrer sempre que precisassem de alimento deste mundo. A relação que procuravam construir com Jesus era algo somente no nível humano e conforme as necessidades do corpo. Jesus procura aprofundar tudo que Ele tinha feito. Um rei pode dar somente algumas coisas deste mundo e nada mais. Nosso Senhor veio oferecer algo que dura em eterno.

Ao ouvir Jesus falar de sua relação com Deus Pai e que veio do céu, a multidão começou a murmurar, primeiro contra Jesus e depois, entre si. Queriam fazer Jesus como rei deles e assim, conseguir pão em abundância. A relação que criaram com Jesus foi somente segundo a lógica e a necessidade que possuíam. Eles acreditavam em Cristo somente como alguém para ser monarca, mas não igual a Deus. Eles acreditavam naquilo que viam e conheciam de Jesus (filho de José e Maria), consideravam Cristo como alguém capaz somente de ser rei para dar pão quando precisassem, mas quando Jesus convidou a todos a ir além das aparências e necessidades humanas, todos começaram a murmurar, pois era necessário acreditar realmente em Jesus como Ele é e não como eles queriam que Jesus fosse (um rei que enche a barriga de todos).

Acreditar em Jesus é a condição fundamental para tudo acontecer na vida de uma pessoa. O milagre da partilha dos pães e dos peixes somente aconteceu quando alguém acreditou em Jesus como alguém que iria fazer algo por todos. Fé não é algo que nós “criamos” com nossos critérios para se aproximar de Jesus, mas acreditar Nele que é capaz de tudo, mesmo quando nada está conforme nós desejamos. A fé em Cristo não transforma o mundo como eu desejo, mas me ajuda a enfrentar o mundo com seus desafios e problemas.

Aquelas pessoas criaram uma fé em Jesus ao modo delas: um rei para saciar a todos de pão e nada mais. Jesus convida todos a deixarem este modelo pessoal de fé e mergulhar em seu amor e em sua misericórdia, pois Jesus jamais decepciona. Assim, fundamental é acreditar em Jesus como Deus, pois Ele é o caminho e o destino do mundo. Novamente, tudo tem sua força e misericórdia no coração de Deus Pai com Jesus.

Neste caminho de fé apresentado por Jesus, Ele começa a preparar todos para o maior dom deixado neste mundo para aqueles que creem nele: A Eucaristia. Este dom divino é capaz de alimentar espiritualmente todos, pois é o próprio Jesus presente nele. Todos os alimentos dados (inclusive o maná) foram limitados, apesar de serem especiais. A Eucaristia será diferente, pois ela é capaz tornar eterna a nossa vida. Não se trata de um alimento qualquer, mas o próprio Senhor Jesus presente no pão e no vinho consagrados.

Assim, não acreditar na presença de Jesus na Eucaristia é não acreditar no próprio Senhor Jesus. Ele não diz algo vago ou simbólico, mas algo decisivo e profundo: Ele é o pão vivo que dá a vida eterna. A Eucaristia, assim, é o próprio Jesus presente em nosso meio; um alimento que nutre muito mais do que o corpo; ela fortalece e inunda a alma de graças especiais capazes de dar vida eterna a quem dela se aproximar.

Paulo convida a comunidade dos cristãos de Éfeso a uma vida plena de alegria, não obstantes os sofrimentos e desafios, perseguições e desavenças, pois ele sabe que aquele que recebe Jesus em seu coração não pode se sentir triste e desamparado, pois o próprio Senhor Jesus se torna parte da pessoa que passa ser morada de Deus. Peçamos sempre este dom da Eucaristia que nos ajuda a superar nossos pecados e já obter para nós aquilo que é promessa decisiva feita por Jesus: a Vida Eterna.

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"Carta ao Povo de Deus" após Semana Arquidiocesana de Liturgia

A Província Eclesiástica de Pouso Alegre (dioceses de Campanha, Guaxupé e Pouso Alegre) esteve reunida entre os dias 26 e 30 de julho para a Semana Arquidiocesana de Liturgia. Foram cerca de 100 participantes reunidos via sistema on-line, sendo assessorados po, Dom Edmar Peron, Pe. Francisco Inácio Vieira Júnior, Pe. Wallison Rodrigues, Lourdes Zavarez e Giovanni Marques. O arcebispo de Pouso Alegre, dom José Luiz Majella Delgado - C.Ss.R., também participou do encontro.

O tema estudado pelos participantes foi: "Palavra e Ministerialidade na Liturgia e na Igreja"; e o lema: “É Cristo que fala em mim!” (2Cor 13,3)

"Constatamos que cresce a cada dia nossa sensibilidade litúrgica à acolhida da Palavra de Deus, cuja mesa abundantemente nos é servida não somente na Liturgia da Palavra das celebrações sacramentais, mas também durante toda a sua ritualidade: cantos, preces, orações, homilias etc. Também nos alegramos em perceber o amor dos fieis pelas divinas Escrituras, nas experiências pessoais e comunitárias de Leitura Orante da Bíblia e nas mais diversas celebrações da Palavra, incluindo aquelas realizadas em família, sobretudo no período da pandemia".

Um dos sinais do apreço pela leitura e reflexão da Palavra de Deus está na valorização do mês da Bíblia, o qual se comemora 50 anos de existência em 2021.

Leia a carta na íntegra:

CARTA AO POVO DE DEUS

“Tua Palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho. Vê como eu amo teus preceitos, Senhor; faze-me reviver, conforme o teu amor!” (Sl 118[119], 105.159)

Revmos. Presbíteros!Queridos irmãs e irmãos leigos, animadores(as) da liturgia em nossas comunidades! Amado povo de Deus!

Foi com imensa alegria e espírito de comunhão arquidiocesana que, aproximadamente 100 participantes, estivemos reunidos nas noites dos dias 26 a 30 de julho de 2021 para a Semana Arquidiocesana de Liturgia. Congregados em torno da Palavra de Deus, nós a acolhemos atentamente, ocupando o nosso lugar de discípulos do Senhor, isto é, assentados aos seus pés (cf. Lc 10,38-42). Juntamente com a CNBB, reconhecemos que, se a Igreja “quiser evangelizar com alma, com paixão; se deseja que a fonte da Palavra sempre jorre para seu povo, não há caminho mais efetivo do que deixar-se mover pela força da Palavra em todas as suas ações e todos os seus projetos” (Est. 114, n. 24).

Auxiliados por assessores qualificados (Lourdes Zavarez, Dom Edmar Peron, Pe. Francisco Inácio Vieira Júnior, Pe. Wallison Rodrigues e Giovanni Marques) e motivados pela presença motivadora de nosso pastor, Dom Majella, procuramos aprofundar os desafios que hoje encontramos de uma autêntica espiritualidade bíblica e de dar à Palavra o lugar que lhe é próprio em nossas celebrações litúrgicas, a saber, o lugar de Pão da vida que alimenta a assembleia celebrante (cf. DV 21).

Constatamos que cresce a cada dia nossa sensibilidade litúrgica à acolhida da Palavra de Deus, cuja mesa abundantemente nos é servida não somente na Liturgia da Palavra das celebrações sacramentais, mas também durante toda a sua ritualidade: cantos, preces, orações, homilias etc. Também nos alegramos em perceber o amor dos fieis pelas divinas Escrituras, nas experiências pessoais e comunitárias de Leitura Orante da Bíblia e nas mais diversas celebrações da Palavra, incluindo aquelas realizadas em família, sobretudo no período da pandemia. Um dos sinais do nosso apreço pela leitura e reflexão da Palavra de Deus está na valorização do mês da Bíblia, cujos exatos 50 anos de existência estamos comemorando!

Tomamos consciência, no entanto, que ainda há muito o que fazer, para que a Palavra se torne o alimento diário de todos os cristãos, o que nos compromete com algumas ações urgentes:

1. Maior valorização da Sagrada Escritura, em âmbitos pessoal e comunitário, fomentando a sua leitura, meditação e estudo;

2. Redescoberta da sacramentalidade da Palavra, especialmente no contexto da ritualidade litúrgica, sabendo que se trata de presença real de Jesus Cristo, que fala à sua assembleia reunida, quando anunciada na sagrada liturgia (cf. SC, n. 7);

3. Formação de nossas lideranças, em geral, e ministérios litúrgicos, em particular, quanto à importância do pilar da Palavra de Deus em toda animação da vida pastoral, especialmente em nossas celebrações litúrgicas, nas quais somos convocados a ouvir, meditar, cantar, rezar e viver esta Palavra de vida e salvação. Um primeiro compromisso com a formação do nosso povo deverá ser a replicação das reflexões dessa Semana Arquidiocesana de Liturgia em nossas paróquias, no mês de Setembro/21, dedicado à Bíblia;

4. Enfim, maior incentivo às celebrações da Palavra de Deus em nossas comunidades e famílias.

Imploramos ao divino Espírito que “nos ensine a acolher com entusiasmo a força tão grande e o poder da Palavra de Deus'; ela 'constitua o sustento e o vigor da Igreja‟ e seja' para os seus filhos fortaleza da fé, alimento da alma e fonte pura e perene da vida espiritual” (Est. 114, n. 148).

Pouso Alegre, 30 de julho de 2021

Faça o download da "Carta ao Povo de Deus" aqui!


Mensagem por ocasião da celebração de aniversário de dedicação da Catedral Metropolitana

MENSAGEM POR OCASIÃO DA CELEBRAÇÃO DO ANIVERSÁRIO DE DEDICAÇÃO
DA CATEDRAL METROPOLITANA DE POUSO ALEGRE

Aos sacerdotes, diáconos, consagrados e consagradas, seminaristas, fieis leigos e leigas, atuantes nos ministérios, movimentos, pastorais e serviços e a todo o povo de Deus na Arquidiocese de Pouso Alegre.

Aproximou-se, pôs-se a caminhar com eles (Lc 24,15).

Celebraremos no dia 03 de agosto a festa da Dedicação da Catedral Metropolitana de Pouso Alegre, igreja dedicada ao Senhor Bom Jesus dos Mártires. A Ele pedimos revigorar a caminhada pré-sinodal da nossa Arquidiocese, fortalecendo o testemunho do amor misericordioso de Deus que os fiéis das nossas comunidades paroquiais dão em nosso mundo ferido. Que Ele nos acompanhe em nosso esforço e dedicação de serviço à evangelização ao povo de Deus, preferencialmente aos pobres e mais necessitados, especialmente em meio aos desafios e sofrimentos gerados por essa pandemia.

A pandemia não está permitindo a concretização de muitos projetos pastorais, mas enalteço o trabalho de forma espontânea e muito generoso das comunidades paroquiais, promovendo transmissão de celebrações, videoconferências, lives, ajuda social e várias formas de animação espiritual para muitos cristãos entristecidos no seu confinamento.

A palavra que estamos vivenciando no momento nas nossas comunidades eclesiais é ESCUTAR. Iniciamos o caminho do primeiro Sínodo Arquidiocesano com o processo de escuta de todo o povo de Deus. Encontramos no livro do Apocalipse, no final de cada uma das sete cartas às igrejas da Ásia, a seguinte expressão: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2,7.11.17.29; 3,6.13.22). A escuta do Espírito é abertura à transformação da nossa vida pelo Evangelho.

Nesse momento, escutar nos abre perspectivas para o horizonte da sinodalidade da nossa Igreja arquidiocesana. Antes de tudo, “escutar é atitude, é inclinar-se para o outro, é disponibilidade para acolher o dito e o não dito, o entusiasmo da história ou o seu avesso, a sua dor” (José Tolentino Mendonça). A meta é caminhar juntos, lendo os sinais dos tempos, escutando o que o Espírito diz à Igreja particular de Pouso Alegre.

Começamos a grande aventura da escuta do povo de Deus, acolhendo o pedido do Papa Francisco, para contribuir com a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, realizando atividades virtuais pelo canal do YouTube da Arquidiocese, através das “Rodas de Conversas” e Momentos de oração, “Rezar e Caminhar”, incentivando os fiéis e ministros ordenados a responderem o questionário de Escuta do Povo de Deus. Conforme orientações da CNBB já constituímos a Equipe Arquidiocesana de animação para a preparação da fase diocesana do Sínodo dos Bispos, que culminará com a assembleia de outubro de 2023 em Roma. O caminho sinodal da nossa Arquidiocese também vem sendo construído com a realização de reflexão e tomada de consciência sobre a vida e a missão eclesial, com a formação das lideranças das comunidades paróquias. O Sínodo é sempre uma experiência de conversão para todos.

Somos testemunhas de uma Igreja viva! O Senhor Bom Jesus dos Mártires convida-nos a segui-lo nas provas da vida cotidiana. Que a intercessão de nossos Santos e Santas, padroeiros de nossas comunidades eclesiais, bem como o amor terno de Nossa Senhora Aparecida, continuem nos acompanhando em nossa missão de avançar com coragem, construindo unidade através do discernimento, para que possamos colocar em prática a vontade de Deus e os planos da ação evangelizadora, a partir do I Sínodo Arquidiocesano de Pouso Alegre.

Feliz e abençoada festa da Dedicação da Igreja Catedral para todos!

Para a celebração do aniversário da Dedicação da Igreja Catedral, peço a todos que considerem as observações apresentadas pelo Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil – 2021 (cf. p. 35), a seguir:

Quando o aniversário ocorre em dia de semana

a) Na própria igreja catedral: Solenidade

Ofício solene do Comum da Dedicação (com I Vésperas).
Missa do Comum da Dedicação: Gl, Cr, Pf da Dedicação.
Leituras (três) à escolha no Lecionário (vol. III, pp. 235-249)

b) Na Arquidiocese: Festa

Ofício festivo do Comum da Dedicação (com I Vésperas)
Missa do Comum da Dedicação: Gl, Pf da Dedicação.
Leituras (duas) à escolha no Lecionário (vol. III, pp. 235-249)

 

Garanto-lhes a minha oração e concedo-lhes de coração a bênção.

Pouso Alegre, 29 de julho de 2021
Memória dos Santos Marta, Maria e Lázaro

Dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R.
Arcebispo Metropolitano do Pouso Alegre

PC-SE 012/2021


#Reflexão: 18º Domingo do Tempo Comum (Ano B – 1º de agosto)

A Igreja celebra neste domingo (1), o 18º domingo do tempo comum. O padre Dirlei Abércio da Rosa nos ajuda a refletir e rezar a liturgia deste dia.

Leituras:

1ª Leitura - Ex 16,2-4.12-15

Salmo - Sl 77,3.4bc.23-24.25.54 (R. 24b)

2ª Leitura - Ef 4,17.20-24

Evangelho - Jo 6,24-35

JESUS VERDADEIRO PÃO DO CÉU

O milagre da partilha dos pães e dos peixes foi um evento que marcou decididamente a vida dos primeiros cristãos e das primeiras comunidades, como vimos no Evangelho de domingo passado. Não foi somente mais um prodígio de Jesus, mas nele encontra-se um grande ensinamento para os discípulos de Cristo. Nosso Senhor não precisava mostrar - mais uma vez - que tinha poder e era capaz de realizar tal milagre. Na realidade, Ele nos dá a receita para “reproduzirmos” o mesmo milagre entre nós através da partilha dos dons que Deus nos dá. Mas tudo precisa passar “pelas mãos do Mestre”, isto para expressar a comunhão de tarefas: nós entramos com a partilha do que temos e Jesus abençoa e multiplica. Não se trata de uma simples “divisão de bens”, mas de caridade e fé em Jesus. Partilhamos o que temos porque confiamos em Deus e queremos amar o próximo a começar por aqueles que mais precisam de nossos dons e sofrem a ausência dos bens necessários para uma vida digna.

Dessa forma, o caminho para matar a fome entre nós passa pela fé em Jesus e por nossas mãos que devem aprender a compartilhar o que é graça e dom de Deus em nossa vida.

Assim, vamos refletir hoje e nos próximos domingos o grande discurso e o ensinamento sobre a Eucaristia em São João (Jo 6). Do milagre da partilha dos pães e peixes, Jesus ensina sobre o grande milagre do Pão partilhado na Eucaristia.

No final do Evangelho de Domingo passado, João nos diz que diante da multidão exultante e saciada, Jesus resolve se retirar, pois queriam proclamá-Lo rei. Tudo que Ele tinha ensinado e os gestos realizados desencadearam algo que Jesus não queria jamais: ser rei de coisas materiais. O Evangelho deste Domingo, Jesus não se deixa iludir pelas palavras do povo. Ele se antecipa e revela a intenção de todos que buscam somente coisas materiais. As pessoas não tinham entendido o gesto do menino e de Jesus que, para situações básicas e humanas, o caminho é a partilha a partir da fé em Cristo.

No diálogo entre Jesus e a multidão fica claro que as pessoas não tinham entendido o “sinal” que Jesus tinha produzido. Moisés foi instrumento de Deus para saciar o povo que estava no deserto, Jesus é muito maior que Ele. Moisés não podia dar nada para o povo, mas tão somente ser intercessor de suas necessidades como ouvimos na 1ª leitura. Jesus, diferentemente, realiza tudo por suas mãos. Moisés não é fonte do milagre, mas Jesus sim. O povo queria proclamar Jesus rei não por aquilo que Ele é, mas somente pelo bem material que Ele produziu. Uma fé interesseira e totalmente frágil.

Quando Jesus, respondendo à multidão, afirma que todos O procuravam não pelos “sinais”, mas por algo perceptível: “porque comestes pão e ficastes satisfeitos”. Mesmo sendo algo bem concreto (pão e peixe em abundância), tudo que foi realizado deveria ser tomado como um “sinal”: que representa algo, que vai além do que os sentidos percebem. Um “sinal” representa uma realidade maior e mais profunda e somente quando se tem fé é que a pessoa percebe a grandeza de tudo que acontece ao seu redor, pois tudo nos conduz a Deus.

No debate entre Jesus e a multidão, a verdade aparece tanto em relação ao povo quanto a Jesus. As pessoas que discutiam com Jesus se mostraram completamente distante da proposta de Cristo e se percebe até mesmo que não O conheciam realmente.

Eles perguntam o que deveriam ainda fazer e pedem novos sinais não obstante terem acabado de participar do grande milagre da partilha dos pães e dos peixes. Um povo insaciável não mais por pães e peixes, mas por “sinais” (milagres, prodígios), com o povo no deserto que mesmo vendo imensos sinais ainda não confiava que Deus era capaz de saciar a fome de todos. Para a multidão, o máximo que conseguiam atribuir a Cristo era de ser um rei que multiplica pães e nada mais. Jesus está acima de tudo isto e até mesmo de Moisés. Mas, eles queriam somente um rei e não um Redentor; alguém com poderes deste mundo (rei) e não alguém que fosse capaz de dar a vida eterna.

A atitude daquelas pessoas no tempo de Jesus ainda é muito comum em muitos que professam uma fé em Cristo: Acreditam enquanto tudo está bem, enquanto se sentem protegidos, até o momento em que conseguem ter algum lucro. Um Deus que resolve problemas, que produz riquezas, que enfrenta e resolve os nossos desafios. Um Deus que está a serviço e serve a todos. A multidão que seguia Jesus esperava, uma vez sendo proclamado rei, que ele iria dar para sempre pão e peixe em abundância. Não queriam saber de “sinais” (refletir e buscar um sentido profundo nas coisas), mas de coisas bem concretas: pão e peixe em abundância.

Mas estes bens saciam a nossa fome em um momento do dia e não podem oferecer mais nada. Jesus é o verdadeiro pão que desce do céu, verdadeiro pão que dá vida ao mundo. Acreditar em Jesus porque Ele é capaz de salvar a todos e não somente porque possui poder de produzir milagres. A verdadeira fé não precisa de milagres, ela produz milagres como a do menino que confiou plenamente em Jesus e ofereceu sem reservas os cinco pães e os dois peixes. A criança ofereceu com fé e por isto, a multidão foi saciada; ofereceu porque acreditou e o milagre aconteceu. 

Jesus é o Pão do Céu! E quem se alimenta Dele, se nutre de uma vida que vai além das coisas materiais. Ganha uma vida nova e se transforma em pessoas novas (2ª leitura). A Eucaristia é a profunda união onde nos deixamos transformar pelo mesmo amor que libertou o povo no deserto, libertou e salvou toda humanidade. Jesus é o pão especial que devemos multiplicar no dia a dia com a nossa fé e com a nossa partilha.

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Seminaristas, diáconos e padres do regional Leste 2 refletem sobre a Liturgia

A Comissão de Liturgia do Regional Leste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou entre os dias 19 e 23 de julho o 4º Encontro para Seminaristas do 4° ano da Configuração (Teologia) e da etapa Pastoral, diáconos transitórios e presbíteros com até um ano de ordenação. O encontro foi realizado virtualmente com cerca de 150 participantes, que refletiram o tema “Ars Celebrandi na perspectiva da 3ª editio typica do Missal Romano para futuros ministros ordenados”. A Comissão é presidida pelo arcebispo metropolitano de Pouso Alegre, dom José Luiz Majella Delgado-C.Ss.R.

O encontro foi assessorado por Dom Jerônimo Pereira, OSB, doutor em Sagrada Liturgia pelo Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo, mediado pelos Pe. Carlos Henrique e Pe. Daniel Fernandes, da Comissão de Liturgia do Regional Leste 2. Também se fizerem presentes no encontro Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB; Dom José Carlos de Souza Campos, bispo de Divinópolis e presidente do regional Leste II da CNBB; Dom José Aristeu Vieira, bispo de Luz e referencial da Comissão para os Ministérios e a Vida Consagrada do Leste II da CNBB; Dom Edmar Peron, bispo de Paranaguá e presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB.

A liturgia da terra, com suas propriedades espaço-temporais, deve nos aproximar da liturgia do céu, da beleza, do sagrado, de Deus. Devemos considerar as possibilidades e os desafios de nosso tempo, porém ressignificá-los no mistério celebrado.

Ao final do encontro, todos os participantes reafirmaram o compromisso de se prepararem bem para o exercício do ministério ordenado e se colocarem como cooperadores da unidade em obediência à Igreja, principalmente no que se refere a Sagrada Liturgia.

"Nosso primeiro compromisso é escutar a Liturgia, tendo o Rito como professor e a igreja como escola. Aprofundando o grande desafio da pastoral litúrgica, onde a forma ritual não se reduz a um rubríssimo, mas ao exercício do sacerdócio de Cristo. De tal modo que, é preciso antes de tudo reconhecer a grandeza deste mistério e de sua eficácia santificadora na vida cristã, pois somos e seremos servidores dele. É Cristo quem fala. É o Rito quem comunica a graça santificante. É nosso compromisso também cuidar com mais atenção da nossa experiência pessoal de oração na liturgia, a fim de ajudar os irmãos e irmãs a rezarem. Com isso, precisamos nos despertar e nos educar para a linguagem simbólica, para o caráter experiencial profundo e o itinerário mistagógico da liturgia. Como nos recorda o magistério recente, a Igreja evangeliza e se evangeliza na liturgia, sendo que uma liturgia bem celebrada é a melhor forma de catequese".

O cenário da pandemia é um convite ao essencial. A centralidade do mistério e sua força pascal em nossa história são esperança para vivermos este tempo, sobretudo para os mais pobres.

"Assim, a liturgia é ação da Igreja, do Povo de Deus, não expressão de vaidades. É nosso compromisso ainda, considerar a teologia, especialmente a eclesiologia que transmitimos por meio dos gestos, símbolos e palavras dentro de uma celebração. Uma genuína Ars Celebrandi deve harmonizar todas as dimensões celebrativas, a saber: a dimensão de suspensão, isto é, a elevação do homem a Deus; a dimensão ritual que gera e garante a continuidade formal; a dimensão simbólica como lugar no qual o céu e a terra se tocam e o homem é cristificado e a dimensão do fazer humano, que requer a consideração espacial e temporal: celebramos o eterno no ritmo de um tempo, celebramos o intocável com o nosso corpo e todos os seus sentidos".

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Papa: a fome no mundo é um escândalo e um crime contra os direitos humanos

O Papa Francisco, através de uma mensagem, também participa da Pré-Cúpula sobre sistemas alimentares da ONU que começou nesta segunda-feira (26), em Roma, junto com representantes de mais de 110 governos do mundo, entre eles, o Brasil. Até quarta-feira (28), as sessões – em formato híbrido, presencial e virtual – preparam o maior evento global sobre o tema agendado para setembro, na Assembleia Geral das Nações Unidas.

O texto em espanhol do Pontífice foi lido pelo secretário para as Relações com os Estados do Vaticano, dom Paul Richard Gallagher, e dirigido ao secretário geral das Nações Unidas, António Guterres. Na mensagem, Francisco começa destacando “como um dos nossos maiores desafios hoje é vencer a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição na era da Covid-19”, uma pandemia que projetou ainda mais as injustiças, “minando a nossa unidade como família humana”, sobretudo os pobres e a casa comum.

O escândalo das vítimas da fome

É necessária “uma mudança radical”, alerta o Pontífice, diante da exploração da natureza com o uso irresponsável e o abuso dos bens:

“Produzimos comida suficiente para todas as pessoas, mas muitas ficam sem o pão de cada dia. Isso ‘constitui um verdadeiro escândalo’, um crime que viola direitos humanos básicos. Portanto, é um dever de todos extirpar esta injustiça através de ações concretas e boas práticas, e através de políticas locais e internacionais ousadas.”

Nessa perspectiva, continua o Papa na mensagem, a “correta transformação dos sistemas alimentares desempenha um papel importante” para fortalecer economias locais e reduzir o desperdício alimentar, por exemplo. Para garantir “o direito fundamental a um padrão de vida adequado” para alcançar a Fome Zero até 2030, “não basta produzir alimentos”, comenta Francisco, mas é preciso “uma nova mentalidade e uma nova abordagem integral e projetar sistemas alimentares que protejam a Terra e mantenham a dignidade da pessoa humana no centro; que garantam alimentos suficientes globalmente e promovam o trabalho digno em nível local; e que alimentem o mundo de hoje, sem comprometer o futuro”.

O setor rural deve ser valorizado

O Papa, então, orienta para a recuperação do setor rural como ação fundamental na pós-pandemia e para corrigir “as raízes do nosso sistema alimentar injusto”. O Pontífice comenta sobre a importância dos “conhecimentos tradicionais” dos agricultores que não devem ser negligenciados ou ignorados. Um reconhecimento que “deve ser acompanhado de políticas e iniciativas que atendam plenamente às necessidades das mulheres rurais, promovam o emprego de jovens e melhorem o trabalho dos agricultores nas áreas mais pobres e mais remotas”. E o Papa finaliza a mensagem:

“Ao longo deste encontro, temos a responsabilidade de realizar o sonho de um mundo onde o pão, a água, os remédios e o trabalho fluam em abundância e cheguem primeiro aos mais necessitados. A Santa Sé e a Igreja Católica estarão a serviço desse nobre objetivo, oferecendo a sua contribuição, unindo forças e vontades, ações e sábias decisões.”

A fome de comida e de dignidade

E um vídeo especial intitulado “Comida para todos: um apelo moral”, com uma prévia lançada nesta segunda-feira (26), mas que será exibido na sessão da Pré-Cúpula que o Vaticano vai sediar nesta terça-feira (27), o Papa Francisco reforça a preocupação com as vítimas da fome e da desnutrição no mundo. O Pontífice chama a todos, novamente, para “mudar os estilos de vida, o uso dos recursos, os critérios de produção até o consumo” para garantir sistemas alimentares sustentáveis.

“Quantas mães e quantos pais, ainda hoje, vão dormir com o tormento de não ter no dia seguinte pão suficiente para os próprios filhos!”

https://www.youtube.com/watch?v=CyaPUoxfNO4

 

Andressa Collet - Vatican News


Jornada de oração e missão será dedicada à paz na Terra Santa

No próximo dia 1º de agosto será dedicado pela Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que sofre (ACN), a rezar na Jornada de Oração e Missão pela Paz na Terra Santa.

A região localizada no Oriente Médio, a “Terra Santa” é também é a região onde Jesus viveu, pregou e morreu. É importante lembrar que a cidade de Jerusalém é importante para as três principais religiões monoteístas do mundo: cristianismo, judaísmo e islamismo. Sendo assim, vários grupos diferentes vão reivindicar a cidade como sua, e isso gera conflitos.

Em maio deste ano, o Papa Francisco expressou sua preocupação para uma região tão especial para os católicos e cristãos: a Terra Santa. Em sua mensagem, o Santo Padre chamou a atenção para os conflitos armados na Faixa de Gaza, em Israel, responsável por inúmeras mortes, inclusive, segundo ele, a morte inaceitável de crianças. Segundo o Papa, os conflitos geram uma onda de violência, numa espiral infinita dificultando a cura das feridas por meio do respeito e do diálogo.

Entenda os conflitos na região

Jerusalém foi destruída, invadida, e reconstruída dezenas de vezes ao longo da história. Na tradição do Antigo Testamento, o rei Davi conquistou a cidade e seu filho Salomão deu início à construção do primeiro templo. Em 1948, após o fim da Segunda Guerra Mundial, uma resolução da Organização das Nações Unidas determinou a criação de um Estado Judeu e um Estado Palestino. Porém, apenas o Estado de Israel foi criado, e a população palestina luta até hoje para que seu Estado seja criado.

Jornada de Oração pela Terra Santa

A Jornada de Oração e Missão faz parte de uma série que coloca o valor da oração como “agir missionário” e propõe que cada cristão católico dedique um tempo do dia para rezar por determinado país. Faça parte desta corrente de oração e nas redes sociais utilize a hashtag #rezepelaterrasanta

Confira o vídeo de divulgação:

https://www.youtube.com/watch?v=FH-9BWvuhV0&t=6s

 

Com informações da CNBB