#Reflexão: Solenidade de Todos os Santos (03 de novembro)

30 de outubro de 2024

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A Igreja celebra a Solenidade de Todos os Santos, neste domingo (03). Reflita e reze com a sua liturgia.

Leituras:
1ª Leitura: Ap 7,2-4.9-14
Salmo: 23(24),1-2.3-4ab.5-6 (R. cf. 6)
2ª Leitura: 1Jo 3,1-3
Evangelho: Mt 5,1-12a

Acesse aqui as leituras.

FESTA DE TODOS OS SANTOS

          A celebração de Todos os Santos encontra-se em nosso calendário no dia 1ª de novembro, mas dada a importância e riqueza desta festa litúrgica, celebrando no domingo mais próximo. É uma celebração que tem a intenção de recorda a todos nós que a santidade é o caminho certo que nos garante a eternidade com Deus, mas ela não é algo que podemos medir e calcular;

Santidade é algo que somente Deus pode avaliar. A Igreja reconhece inúmeros santos e santas, pois suas virtudes merecem ser recordadas pelo testemunho que deram da fé; mas, a Igreja também reconhece que, certamente, inúmeros cristãos estão também no céu, gozando das mesmas alegrias, mesmo sem serem reconhecidos ou recordados por todos. Assim, celebramos todos esses santos e santas, conhecido ou não por todos nós.

Os santos são pessoas que viveram neste mundo um projeto de vida que marcou a esperança e a fé de muitas outras pessoas. Homens e mulheres que conseguiram conformar suas vidas aos ensinamentos do Mestre Jesus. São nossos irmãos que já participam da eternidade com Deus, mas também são exemplo que todo cristão deve também praticar e viver: é possível sim viver as palavras de Jesus!

O livro do Apocalipse nos apresenta – entre outras coisas – como é o céu e todos que lá se encontram. É um lugar onde todos vivem tudo em plenitude: a alegria, a felicidade, é uma festa sem fim, pois lá encontram-se todos que conseguiram viver as palavras de Jesus. A leitura de hoje deste último livro da Bíblia recorda, no entanto, que no céu onde Deus está, é um lugar de todos que neste mundo deram suas vidas pela causa de Jesus; é o lugar da glória dos mártires que derramaram sangue na luta espiritual pela implantação do Reino de Deus.

O céu é um lugar que se conquista pela doação total nesta vida. Neste mundo, muitas coisas são adquiridas por indicação ou influência de outras pessoas, o paraíso com Deus é o prêmio para aqueles que se entregaram totalmente ao projeto de amor de Jesus. No Apocalipse, os eleitos são pessoas bem definidas, marcadas pelo Batismo (assinaladas na fronte) e definidas pelo martírio de vida ao ponto de morrer por Jesus.

Mas, como nós hoje podemos garantir este lugar na festa dos santos no céu? A receita e o caminho são os mesmos que Jesus viveu e ensinou: As bem-aventuranças do Evangelho.

Muitos na história já usaram esta lista de conselhos para justificar a miséria e a indigência, dizendo que é isto que Deus quer. Jesus jamais quis dizer isso quando ensinou os seus discípulos. A pobreza para Jesus é ter o necessário e o suficiente para viver; a miséria é falta de dignidade e humanidade, Deus jamais deseja isso para nós, seus filhos e filhas!

Há na Bíblia e na história da Igreja muitos que fizeram uma escolha voluntária por uma vida sem ter nada de posse consigo. Tudo o que eles tiveram foi somente o necessário para viver e o que avançava em suas vidas, compartilharam com o próximo. Uma pobreza radical por escolha para servir melhor e mais os irmãos.

Mas, a indigência e a miséria impostas a tantos irmãos e irmãs nossos, isto não é da vontade de Deus. A riqueza de alguns, carrega o sofrimento de tantos que não têm nem o mínimo para viver.

As bem-aventuranças são um projeto de vida que Jesus nos deixou para a nossa salvação. Por isso, Jesus revolucionou o conceito daquele tempo, pois imaginavam que santidade e bênçãos estavam somente com aqueles que tinha riquezas, poder, abundância de comida e bebida.

São santos para Jesus quem encontra-se com aquilo que é mínimo para a vida, mas também quem se solidariza e luta pelos irmãos e irmãos que nada possuem (são os “pobres em espírito”; quem chora e quem é misericordioso), quem luta por nobres valor para todos (paz, concórdia) e quem tem sede de justiça. O Reino pertence aos pobres porque o Rei se fez pobre. “Bem-aventurados os que choram” é a bem-aventurança mais paradoxal: lágrimas e felicidade misturadas, mas não porque Deus ama a dor, mas na dor ele está contigo (Ermes Ronchi). As bem-aventuranças são um estado de espírito, mas também de vida e de atitudes.

Os santos são pessoas idênticas a todos nós, com os mesmos e talvez problemas piores, mas que conseguiram conformar suas vidas a de Jesus, tornando-se testemunhas do próprio Senhor.

A santidade é condição fundamental para entrar no céu. Sabemos que é um percurso nada fácil, mas podemos sempre contar com o próprio sustento de Cristo que nos chama a perfeição, mas também nos dá os instrumentos de graças e de edificação espiritual.

São muitos os santos conhecidos, mas muito mais são aqueles que não são lembrados por todos nós. São pessoas que lutaram e morreram por nobres valores: paz, concórdia, justiça e que normalmente não ocuparam as páginas dos jornais e nem são famosos. Se são desconhecidos e nem lembrados por nós, são conhecidos e amados por Deus.

Jesus decreta estas pessoas (os pobres, pacíficos, justos…) como modelos que devemos procurar viver, não porque são os melhores; como se o pobre fosse melhor do que o rico; ou o humilde melhor do que o prepotente; o pacífico melhor do que o violento. Deus ama igualmente a todos como um pai ama todos os filhos. No entanto, Jesus esteve muito mais perto destas pessoas e foram os seus prediletos, porque sempre foram esquecidos pelos outros irmãos daquele tempo como ainda hoje acontece.

Ser santo é viver uma vida conforme aquilo que Jesus viveu e ensinou, mas é impossível viver uma santidade deixando de viver o mesmo e verdadeiro amor de Jesus para com os irmãos, a começar dos mais necessitados.

 

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