Basílica Nossa Senhora do Carmo – Borda da Mata

Reitor: Padre Adilson da Rocha

Informações gerais
Praça Nossa Senhora do Carmo, 113
Centro
37564-000
Borda da Mata – MG
(35) 3445-1327
atendimento.basilicadocarmo@hotmail.com

Um pouco de história

Quem entra na Basílica Nossa Senhora do Carmo, em Borda da Mata, se encanta com a beleza da arquitetura, vitrais e pinturas nas paredes e tetos, mas não imagina que tudo ali tem o sonho de um santo padre: Monsenhor Pedro Cintra. À frente da Paróquia por 38 anos, ele foi o grande motivador da construção desse templo, dedicado à Senhora do Monte Carmelo.

Ainda no ano de 1947, antes de tomar posse como pároco, Monsenhor Pedro ouve do Bispo Diocesano, Dom Octávio Chagas de Miranda, a seguinte recomendação: “Termine a construção do Colégio das Irmãs Dominicanas e construa a nova Igreja Matriz”.

Terminado o Colégio, em 1949, Monsenhor conscientizou o povo que a obra da nova Matriz seria iniciada no momento em que a Paróquia tivesse um piso financeiro de quinhentos mil cruzeiros. Um grande mostrador de relógio indicava ao povo as importâncias que entravam para o caixa. Foram marcados no mostrador quinhentos traços, que significavam minutos. Cada minuto correspondia a mil cruzeiros. Um ponteiro grande indicava as importâncias que eram recebidas.

Enquanto se arrecadava o dinheiro, o então pároco deu andamento ao projeto arquitetônico. O arquiteto indicado foi o Prof. Dr. José Sachetti, residente em São Paulo. O professor Antônio Carlos Rezende, estudioso da história da Paróquia, lembra esse início.

“Monsenhor Pedro lhe pediu um desenho para uma Igreja em estilo moderno. Porém, o arquiteto o convenceu, por meio de uma carta, a construir em estilo clássico, escrevendo: ‘O moderno, passa, é moda; o clássico fica’. Em poucos meses estava pronto o projeto em estilo romano-lombardo, assim denominado pelo senhor José Sachetti”, conta.

O lançamento da pedra fundamental se deu no dia 16 de julho de 1951. A execução da planta em estilo romano-lombardo foi confiada ao arquiteto Cav. José Sachetti. A construção foi entregue ao senhor Rogério Gissoni e a direção ao mestre de obras José Firmo Werneck. Em relação às esculturas, essas ficaram sob a responsabilidade do mestre das artes sacras, Celestino Roiz Artigas. Começava, então, a realização de todo esse vasto e grandioso monumento, que iria exigir muito trabalho, mas que se consolidou como marca da fé e da esperança de Borda da Mata.

E a construção se deu em tempo recorde. A Igreja foi sagrada no dia 15 de julho de 1958, por seu filho mais ilustre, o Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, Dom João Rezende Costa. Foram sete anos de muito trabalho e empenho de toda a população.
“Considerando que Borda da Mata era uma cidade pequena e pobre, a construção da nova Matriz foi realizada em tempo recorde. Quando os alicerces foram abertos, houve quem dissesse que Cônego Pedro estava doido. Porém o povo se entusiasmou e a colaboração foi completa. Ninguém deixou de colaborar de alguma maneira: das crianças aos idosos. Monsenhor Pedro dizia que a grande força veio dos remediados e pobres e também de muitos sitiantes, que chegavam a dar cinco a seis garrotes por ano”, conta Antônio Carlos.

A elevação à Basílica

Os primeiros passos para elevação à Basílica se deram com o então padre Edson Oriollo, hoje bispo auxiliar de Belo Horizonte. O Decreto de instituição de Basílica foi dado pelo Papa Bento XVI, datado de 16 de novembro de 2005.

“É muito bom trazer à memória, fazer lembrança daquele dia, um dos grandes e festivos de nossa história paroquial. Os sinos da Matriz repicaram festivamente. Músicas saudando Maria e o Hino Pontifício foram sonorizados com bastante potência para serem ouvidos à longa distância. E do alto falante se fez ouvir a grande notícia: ‘A Matriz de Nossa Senhora do Carmo agora é Basílica de Nossa Senhora do Carmo, Sacrossanta Basílica”, contou a paroquiana Ana Tereza de Oliveira Nogueira.

E a população também se entusiasmou pelas ruas da cidade.

“Quanta festa! Muitas palmas, muitos vivas, muitos gritos de alegria. Quem pôde sair às ruas com seus veículos fez um buzinaço”, continuou.

Dona Ana Tereza também fez parte da equipe responsável pela organização documental de todo o processo. Segundo ela, foram muitas as exigências feitas pela Santa Sé para que a elevação à Basílica.

“Um dos quesitos exigidos era um relatório sobre a vitalidade de nossas pastorais. A vida pastoral importa mais do que a obra majestosa e arquitetônica do Templo. E graças a Deus comprovamos o que a Santa Sé exigia. Outra exigência foi a demolição da mesa da Comunhão, que distanciava e separava o presbitério da assembleia. Para isso, padre Edson teve que fazer uma votação na Paróquia. Também foi exigida a construção da mesa do altar, a qual deveria ser fixa e revestida de mármore com acabamento em metal dourado”, lembrou.

Entre os dias 29 de novembro e 07 de dezembro, uma novena foi realizada na Paróquia para a festa de instalação da Sacrossanta Basílica de Nossa Senhora do Carmo. Uma data inesquecível: 08 de dezembro de 2005! A cerimônia foi presidida pelo então Arcebispo Metropolitano, Dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Filho – Opraem., que teve delegação Pontifícia para isso.
“Chegou o grande dia! Dia santo! Feriado! Borda da Mata foi acordada ao som da banda de música e com foguetes. Alvorada! Alvorecer de uma nova caminhada com a Senhora do Monte Carmelo, ao Monte, que é Cristo. Bordamatenses ausentes se fizerem presentes. Muita gente vinda de longe e de perto. Os padres da nossa Arquidiocese compareceram em massa. A Igreja ficou pequena. Um telão foi montado do lado de fora para os que não conseguiram entrar. Cerimônia linda. Muitas bênçãos e graças. Primeira distribuição de Indulgências em nossa Basílica, os primeiros romeiros, peregrinos e visitantes”, entusiasmou-se dona Ana Tereza.

“Caminhos de oração”

A Basílica Nossa Senhora do Carmo se tornou ponto de referência para os peregrinos que percorrem o “Caminho da Fé” e o “Caminho da Prece”. Aqui eles encontram acolhida carinhosa do povo e dos fiéis. Em Borda da Mata, além da estrutura para o descanso, os caminheiros contam com o suporte sacramental. Além de ficar aberta durante todo o dia, a Basílica também oferece missas diárias e sempre há um padre para atendimento do Sacramento da Reconciliação.

O “Caminho da Fé”, inspirado no milenar Caminho de Santiago de Compostela (Espanha), foi criado para dar estrutura às pessoas que fazem a peregrinação até o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP). Com início em Águas da Prata (SP), a inauguração do trajeto, de 422 quilômetros de extensão, se deu no dia 11 de fevereiro de 2003.

Já o “Caminho da Prece” é mais recente, criada em 2015 por Ely Prado e José Policarpo Ferreira, o Poly. São 71 quilômetros de extensão, entre Jacutinga e Borda da Mata, passando pelos municípios de Ouro Fino, Inconfidentes e Tocos do Moji.

Segundo o reitor da Basílica de Nossa Senhora do Carmo, padre José Setembrino de Melo, os peregrinos se colocam num caminho de fé, buscando renovar as esperanças.

“Os que percorrem esses caminhos chegam até nossa Basílica com agradecimentos, pedidos, louvores, numa demonstração de fé, de devoção e de carinho para com Deus. Aqui deixam seus corações, na certeza de que Nossa Senhora intercede por eles à seu Filho Jesus Cristo. E aqui, nessa Basílica, queremos ajudá-los nesse encontro com Cristo pela intercessão de Nossa Senhora. Muito mais do que apenas administrar sacramentos, queremos acolhê-los e dar todo suporte necessário. O peregrino é um aprendiz de humildade”, afirmou.