Santuário Senhor Bom Jesus – Córrego do Bom Jesus
Reitor: Padre José Cândido de Andrade
Informações gerais
Praça Miguel Chiaradia, 98
Centro
37605-000
Córrego do Bom Jesus – MG
(35) 3432-1193
sbjesus1911@yahoo.com.br
www.santuariobomjesusmg.com.br
Um pouco de história
O Santuário do Senhor Bom Jesus começou no dia 3 de março de 1865, quando o senhor Joaquim Bueno de Moraes e sua esposa, dona Dionísia Bueno Vasconcelos, deliberaram fundar um povoado, sendo que parte do terreno seria doado à Igreja para construção de uma capela.
O casal, diante de tal desafio, resolveu pedir o auxílio do padre José da Silva Figueiredo Caramuru, que assumiu a causa. A primeira reunião ocorreu na sacristia da Igreja Matriz de Cambuí, onde ele era o pároco, no dia 25 de agosto de 1872. O livro do Tombo assim narra esse encontro:
“O encontro foi motivado pela realização da primeira festa do Senhor Bom Jesus, no bairro do Córrego, deste município, no dia seis de agosto de 1872, com uma concurrência de povo superior a toda expectativa, e nesse dia o Revmo. Vigário Pe. Caramuru convidou aos senhores acima e a outros indeterminadamente, para se reunirem e tratarem da eleição de membros para o fim de por em prática o desejo dos habitantes do Córrego, representados na pessoa do Sr. Capitão Joaquim Bueno de Moraes que, há anos, tem a intenção de fundar uma capela, nesse lugar, em louvor ao Senhor Bom Jesus”.
E tarefa dada deve ser tarefa cumprida. A comissão encarregada para essa função, juntamente com o casal doador e com o fervor dos habitantes do bairro, construíram a primeira capela em louvor ao Senhor Bom Jesus entre os anos de 1865 e 1873. Em torno da vida religiosa, o povoado começa a se formar.
O próximo passo foi a aquisição de uma imagem novo do Titular da Igreja, que foi apresentada ao povo de forma solene. O jornal “A Propaganda”, do dia 22 de setembro de 1904, assim narrou o fato:
“A um quarto de légua aquém de Cambuí, a imagem foi abençoada pelo Revmo. Pe. Caramuru, seguindo em procissão com a música do Sr. Brito até a entrada da freguesia, onde aconteceu o encontro com a Imagem de Nossa Senhora acompanhada de mulheres e da música do Sr. Quintino. Nesta hora solene o Revmo. Caramuru falou para milhares de pessoas sobre ‘a bondade de Deus para com os homens, perdoando-lhes até na hora da morte’, mostrando uma eloquência tão cheia de doçura, tão convincente, que dir-se-ia estar ele à frente de um exército comandado pelo coração e obedecendo pelas lágrimas. A procissão seguiu por ruas cobertas de folhas e flores e as casas com janelas enfeitadas”.
A imagem do Senhor Bom Jesus foi confeccionada em Portugal pelo escultor Manoel Soares de Oliveira e pintada pelo dourador João Teixeira especialmente para uma das Igrejas do Império do Brasil. Exposta na cidade do Porto, sua beleza foi aclamada em vários jornais da época. A imagem traz Jesus flagelado e coroado de espinhos, com as mãos atadas, o olhar voltado para o céu. Seu semblante transmite uma perfeita expressão de dor e resignação.
E a festa do Córrego, como passou a ser conhecida, trazia cada vez mais fiéis. Assim, a capela foi elevada à Paróquia no dia 26 de janeiro de 1989.
Vocação à Santuário
Há muito tempo a Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus é conhecida com Santuário. Dom Antônio Augusto de Assis, durante sua visita pastoral à freguesia do Bom Jesus do Córrego, assim se expressou ao povo: “Anunciamos aos fiéis as indulgências plenárias e parciais de Sua Santidade o papa Pio X, concede a este Santuário (…)”. Essa fala está anotada no livro de tombo paroquial na data de 06 de agosto de 1911, mas não existe nenhum documento eclesiástico sobre a elevação.
No livro ainda está registrada a data de inauguração da frente da nova Igreja: “No dia 06 de agosto de 1919, depois do benzimento, foi inaugurada a nova frente do Santuário Bom Jesus com grande pompa e solenidade, que em pouco tempo saiu bonita e majestosa pela generosidade do bom povo do Córrego e pelos esforços e sacrifícios da Comissão”.
Anos mais tarde, em 11 de fevereiro de 1968, chegou à Córrego do Bom Jesus o padre Foch Morais Teixeira, designado como pároco local. Em ata registrada nos arquivos paroquiais, o padre escreve:
“(…) Na outra semana fui procurado pela Comissão da Paróquia para tratarmos do conserto da Matriz ou do Santuário. Uns pensavam em reforma e outros em nova construção. Constatando-se que o Santuário apresentava um estado crítico, optou-se pela construção de um Santuário novo. Quando o salão paroquial estava coberto com a laje, começamos a demolir o velho Santuário, usando o salão como Igreja e, no local da antiga Igreja, montamos as barraquinhas para arrecadação de recursos”.
O padre Foch assim anotou sobre a sagração do novo templo: “Em 4 de agosto de 1972, S. Exa. Revma. Dom José D’Angelo Neto, numa celebração piedosa e solene, sagrou o Santuário do Senhor Bom Jesus. Esta é a referência oficial que finalmente proclama nossa Igreja como Santuário do Senhor Bom Jesus. Transcorridas mais de seis décadas, finalmente, o povo feliz, participa da cerimônia solene da sagração do nosso Santuário”.
O aposentado José do Carmo Moraes, de 96 anos de idade, participou ativamente dessa construção como presidente da comissão responsável pela obra. Segundo ele, não foi nada fácil finalizar essa construção.
“Os trabalhos foram intensos e padre Foch teve que enfrentar muitas dificuldades financeiras e resistência do povo para doação e ajuda. Me lembro que ele trabalhou muito, conseguindo com a participação do povo que depois cedeu e colaborou com a construção”, disse.
O decreto, oficializando a Igreja Matriz como Santuário foi dado pelo então Arcebispo, Dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Filho – Opraem., no dia 21 de dezembro de 2012.