CNBB ajuda a refletir sobre este tempo de pandemia e pós-pandemia

6 de maio de 2020

A equipe de análise de conjuntura eclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), coordenada por dom Paulo Cézar Costa, divulgou nesta quarta-feira (6) um texto que ajuda a Igreja no Brasil a refletir esse período difícil enfrentado pela humanidade com a pandemia do Novo Coranavírus (COVID-19) e o pós-pandemia.

O texto, que parte do texto bíblico “Eis que eu estou convosco todos os dias” (Mt 28, 20), traz dez pontos para a reflexão da sociedade.

“Este tempo de grave pandemia fechou as portas de nossas igrejas, mas a Igreja não está fechada, ela continua alimentando seus filhos e filhas através da oração, da Palavra, das celebrações transmitidas pelas TVs Católicas, rádios e mídias sociais, continua assistindo aos pobres e mais necessitados pela caridade e criando redes de solidariedade. Não sabemos até quando esta crise durará, talvez, em muitas regiões, ainda que não tenha chegado o pico, porém, já se começa a ver sinais de possíveis superações. É preciso vivermos com responsabilidade este momento, incentivando o nosso povo ao cuidado com a própria vida e com a vida do próximo”, traz a introdução do texto.

O texto tambem traz a necessidade da Igreja ser portadora da grande Esperança que nasce da fé. As reflexões giram em torno de dez pontos, que são:

1) A importância da comunicação (Pascom) nesse processo e como os meios de comunicação podem ser usados para atrair pessoas para Cristo. Porém, “não há oposição entre a assembleia litúrgica presencial e a transmissão virtual, pois existe uma absoluta primazia do presencial”;
2) Diante da vida moderna marcada pela correria e estresse, a pandemia fez com que a humanidade percebesse suas fragilidades. “É preciso, neste tempo, conduzir as pessoas a um sentido mais profundo da existência, a um retorno às raízes, que se encontram no mistério eterno do amor de Deus”;
3) Após a pandemia, as pessoas podem ter uma necessidade maior do sentido religioso, buscando mais a fé. “A Igreja deve estar preparada para acolher as pessoas fragilizadas não como uma alfândega cheia de exigências e fardos pesados, mas como uma mãe misericordiosa conduzindo as pessoas ao encontro com a pessoa de Jesus Cristo e integrando-as na comunidade de fé”;
4) A redescoberta da Igreja doméstica. “A família reaprendeu a estar junta, a rezar unida, a compartilhar a vida, a existência etc.”. Mas há também muitas feridas que precisarão ser curadas;
5) Há um aumento do número de pobres. A solidariedade será vital nesse processo de recuperação social. “É preciso, de imediato, assistir aos pobres, pois quem tem fome não pode esperar. Porém, parece-nos que neste momento é preciso algo a mais, é necessário colocar nossas estruturas a serviço e criar parcerias que possam ajudar as pessoas a serem sujeitas da própria história”;
6) O conforto e trabalho junto aos familiares que não puderam velar seus mortos;
7) “A Igreja deve sentir-se sujeito das normas justas emanadas pela autoridade civil, principalmente se visam preservar e promover a vida humana”;
8) Necessidade do amor fraterno nesse momento, inclusive no que se trata de ajuda financeira entre as paróquias;
9) Saúde física e psíquica dos presbíteros;
10) “Nós, cristãos católicos, não devemos entrar no falso dilema entre escola da preservação da vida ou da economia”;