Como iniciar uma vida de oração? – Parte 2
No artigo anterior apresentamos os três primeiros passos para iniciarmos uma vida de oração: 1) consciência; 2) decisão e 3) tempo. Eles são fundamentais para iniciarmos bem a nossa vida de oração. No entanto, outros passos precisam ser dados.
Após termos definido o tempo do nosso momento de oração (vinte minutos diários), será preciso escolher o melhor horário para nos recolhermos em oração. Muitos gostam de começar o seu dia com um profundo momento de oração. Outros preferem encerrar as atividades diárias com um momento de oração. Em ambos os casos, tudo vai depender de sua disponibilidade externa e interna.
A disponibilidade externa se dará considerando outros fatores, por exemplo, o melhor horário para que você possa se recolher em oração sem ser importunado. Muitos, ao acordarem, logo pela manhã, têm inúmeras tarefas a serem desempenhadas no lar: preparar o café, arrumar as crianças para escola, organizar a casa… Outros ainda não conseguem se recolher em oração à noite, pois estão extremamente cansados após um longo dia de trabalho. Alguns escolhem um momento ao longo do dia no qual estejam sozinhos em casa e, nesses momentos, fixam o tempo sagrado de oração diária. Neste ponto, é importante que haja muita sinceridade em seu coração ao escolher o momento mais adequado para orar. Olhe sua rotina diária e busque dentro dela o momento que melhor se adapte as suas atividades. Considere que o momento escolhido não pode ser um fardo a ser cumprido, mas deve ser um momento agradável que você possa entregar-se de alma e coração.
Com a disponibilidade exterior, caminha de mãos dadas a disponibilidade interior. Esse elemento é muito importante quando nos dispomos a orar. De nada adianta encontrarmos o melhor horário em nosso dia para orarmos se não estivermos abertos interiormente para esse momento. É óbvio que haverá dias em que não estaremos nem um pouco dispostos interiormente para o momento de oração. Nessas ocasiões, será preciso voltar a um elemento fundamental na vida de oração: a fidelidade. Ser fiel à proposta assumida. Ser fiel mesmo que a alma coloque em primeiro lugar outras urgências que na ocasião pareçam ser mais importantes. A esses sentimentos poderíamos chamar de “fugas” diante de um compromisso que assumimos, e, que a princípio, pode parecer sem importância. Porém, o que é realmente mais importante? O que é prioridade diante das escolhas que você faz em sua vida? O que é essencial e o que é periférico na sua vida? Qual o cuidado que você está tendo com sua vida espiritual?
Uma vez escolhido o melhor horário, seguimos para mais um passo: o respeito a seu tempo interior. Importante é observar em sua alma qual o melhor horário para seu momento de oração. O respeito ao seu tempo interior é fundamental. Se você não consegue concentrar-se logo pela manha, pois as atividades e demandas próprias desse período do dia não lhe ajudam a se recolher em oração, será improdutivo marcar durante esse período do dia seu momento de oração diário.
O mesmo se refere ao período noturno. Se após um longo dia de trabalho cansativo, o que mais você deseja é chegar a casa e descansar, e, se ainda, todo o cansaço psicológico e físico do dia o impedem de se recolher em oração, será ótimo, nesse caso, usar a prudência e escolher outra ocasião mais oportuna.
O melhor horário é aquele que lhe permite recolher-se em silêncio sem ser importunado, que lhe ajude a silenciar tanto interior quanto exteriormente e no qual o seu ritmo interior se adapte melhor. Com muita tranquilidade, olhe para o seu dia e veja qual momento será importante para se dedicar aos vinte minutos em oração. Lembre-se sempre de: se não conseguir encontrar um horário para seu momento de oração, faça uma profunda análise de como deseja cuidar melhor da sua vida espiritual. Tempo é questão de prioridade. Orar não é um elemento que deve se encaixar na rotina diária, mas um momento que faz parte da mesma. O horário é escolhido, sabendo que a oração é parte da vida e não algo isolado e fora dela.
Até o nosso próximo encontro na Página “Espiritualidade” do site da arquidiocese de Pouso Alegre! Deus abençoe!