Como participar liturgicamente melhor da Missa?

18 de janeiro de 2023

Padre Flávio Sobreiro apresenta orientações para participar liturgicamente melhor da Santa Missa e crescer na fé.

 

Para que a nossa participação na Santa Missa seja consciente, ativa e frutuosa, é necessário conhecermos bem o que celebramos. Contudo, muitos católicos não receberam uma formação adequada acerca da liturgia da Santa Missa e seguem aquilo que lhes foi ensinado sem questionamento algum.

A Igreja quer manter sempre a sua unidade. Não são várias Igrejas Católicas, mas uma única Igreja. Por isso mesmo, é necessário que haja uma unidade na liturgia. Aqueles que presidem as celebrações são os primeiros que devem vivenciar aquilo que celebram em plena unidade com a Igreja em todo o mundo. Por isso mesmo, todo presbítero deve ser o primeiro a aceitar e praticar as normas litúrgicas que regulam a liturgia. Triste é observarmos que em muitos casos o rito da celebração foi totalmente desfigurado por acréscimos que visam apenas inflar o ego de quem preside. Lembramos com carinho a frase de Adélia Prado: “A missa é como um poema, não suporta enfeite nenhum”.

Criou-se em muitos lugares o costume da assembleia rezar com o sacerdote as orações que são próprias de quem preside a Santa Missa. Algumas orações são próprias de quem preside. A assembleia tem a sua participação em momentos próprios:

“Para fomentar a participação ativa, promovam-se as aclamações dos fiéis, as respostas, a salmodia, as antífonas, os cânticos, bem como as ações, gestos e atitudes corporais. Não deve deixar de observar-se, a seu tempo, um silêncio sagrado” (Sacrosanctum concilium, 30).

“Sem dúvida, o povo participa sempre ativamente e nunca de forma puramente passiva: ‘se associa ao sacerdote na e com o silêncio, também com as intervenções indicadas no curso da Oração Eucarística, que são: as respostas no diálogo do Prefácio, o Santo, a aclamação depois da consagração e a aclamação ‘Amém’ depois da doxologia final, assim como outras aclamações aprovadas pela Conferência de Bispos e confirmadas pela Santa Sé (Redemptionis Sacramentum, 54).

Quando falamos em seguir as normas litúrgicas previstas, não estamos falando de coisas sem importância. Falamos de unidade eclesial. A liturgia não é nossa. Ela é um tesouro da Igreja. Celebrar segundo as prescrições significa também criar comunhão com o Corpo Místico de Cristo.

Ninguém tem autoridade para modificar ou variar os textos litúrgicos. Muitos transformam as celebrações litúrgicas em verdadeiros espetáculos de mal gosto. Desfiguraram tanto o rosto da Santa Missa que se chega a confundi-la, muitas vezes, com um culto neopentecostal.

“Contudo, o sacerdote deve estar lembrado de que ele é servidor da sagrada Liturgia e de que não lhe é permitido por própria conta acrescentar, tirar ou mesmo mudar qualquer coisa na celebração da Missa” (Instrução Geral do Missal Romano, 24).

“Cesse a prática reprovável de que sacerdotes, ou diáconos, ou mesmo os fiéis leigos, modificam e variam, a seu próprio arbítrio, aqui ou ali, os textos da sagrada Liturgia que eles pronunciam. Quando fazem isto, trazem instabilidade à celebração da sagrada Liturgia e não raramente adulteram o sentido autêntico da Liturgia” (Redemptionis Sacramentum, 59).