Paróquia de Espírito Santo do Dourado realiza trabalho de evangelização com migrantes
A paróquia Divino Espírito Santo, em Espírito Santo do Dourado, realiza nesta semana um trabalho de evangelização junto aos migrantes que estão na cidade trabalhando, principalmente, nas lavouras de morango. São cerca de três mil migrantes, provenientes, principalmente, dos estados do Maranhão, Tocantins, Paraná e Pernambuco. A semana missionária termina na próxima sexta-feira (16).
Segundo o pároco, padre Paulo Giovanni Pereira, esse trabalho vem sendo realizado com a ajuda dos padres da Congregação dos Escalabrinianos (neste caso, o padre Garcia e padre Emídio) após indicação da própria Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O aumento dos migrantes no município é perceptível.
“Temos percebido, dentro deste trabalho, um aumento signficativo desses migrantes, sendo que nas escolas eles já representam cerca de 80% da população estudantil. Com o trabalho direto com os migrantes, queremos compreender e obter algumas pistas para darmos uma melhor atenção a esses nossos irmãos migrantes. Esses migrantes vêm em busca de emprego e conseguem como diarista ou na lavoura de morangos, também como meeiros. Eles vêm na esperança de ter uma qualidade de vida melhor. Temos dentro da produção de morango uma demanda muito grande por mão de obra˜, afirmou.
As maiores carências, segundo o pároco, referem-se à habitação, a maioria feitas de lona e cobertas com telhas eternite.
“Geralmente moram uma ou mais famílias no mesmo barraco. Vemos o problema de saneamento básico, qualidade de vida e alguns moram juntos à própria plantação. A paróquia tem se preocupado com a realidade social, auxiliando com cestas-básica, agasalhos, principalmente nesses primeiros meses aqui. No campo religioso, é um ir ao encontro dessa população para ofertar uma vida sacramental maior. Uma dificuldade que enfrentamos é o tempo de permanência deles aqui na região. Isso dificulta a questão da catequese e também a inserção na comunidade˜, revelou.
Durante as missões, a acolhida por parte dos migrantes é muito boa. Em alguns casos, a maior dificuldade é de os migrantes não se sentirem parte daquela comunidade.
“Essas vistias representam, em muitos casos, um primeiro contato da Igreja com eles. Procuramos conhecer a realidade social e familiar de onde vêem. Também fazemos um levantamento religioso e sacramental. Os que já estão a mais tempo temos tido um diálogo no sentido da inserção deles em nossas comunidades, quebrando preconceitos e promoção humana. Durante a visita abençoamos os barracos, casas, alojamentos e também as plantações de mroango”, finalizou.