Primeiros migrantes venezuelanos chegam à arquidiocese de Pouso Alegre
Neste final de semana, a arquidiocese de Pouso Alegre acolheu os primeiros migrantes venezuelanos. São quatro jovens que passam a morar em Santa Rita do Sapucaí, na Associação Casa Emanuel. Essa acolhida faz parte do Plano Nacional Caminhos de Solidariedade: Brasil-Venezuela, que foi apresentado durante a última Assembleia Geral dos Bispos do Brasil (CNBB). Os bispos da Província Eclesiástica de Pouso Alegre, dom José Luiz Majella Delgado – C.Ss.R. (Pouso Alegre), dom José Lanza Neto (Guaxupé) e dom Pedro Cunha (Campanha), se organizaram e também aprovaram essa iniciativa. Os venezuelanos que chegaram à Arquidiocese de Pouso Alegre já estão legalizados.
“Todos nós fomos chamados a responder ao apelo do Papa Francisco abraçando a “cultura do encontro” e fazendo uma proposta positiva diante da realidade na vida de imigrantes e refugiados. Nós assumimos de forma ainda mais comprometida a sua identidade como uma família mundial, que encoraja as pessoas a refletir, aproximando imigrantes, refugiados e comunidades com o objetivo de mudar corações e mentalidades”, diz dom Mário Antônio da Silva, bispo de Roraima.
Segundo Messia Félix, um dos coordenadores da Casa Emanuel, toda a comunidade de Santa Rita do Sapucaí se mobilizou para ajudar na acolhida dos migrantes.
“Tudo surgiu de uma conversa com padre Alex, da diocese de campanha. São passos que a associação está dando para dar dignidade. A casa começou a se preparar antes mesmo deles chegarem, reorganizando a casa e dando estrutura. A comunidade santarritense se organizou e doou cobertores, colchões, camas. A comunidade se solidarizou. Até mesmo pessoas que tinham uma outra imagem da casa Emanuel passaram a admirar a casa”, afirmou durante entrevista à Rádio DifusoraHd na tarde desta segunda-feira (22).
Um dos migrantes que estão em Santa Rita, Aron, explicou que chegaram ao Sul de Minas há apenas três dias, fugindo de uma situação muito difícil no país de origem.
“A Venezuela é um país muito bom, mas agora está passando por um situação muito difícil, o que obrigou muitos venezuelnas a sairem, deixar suas famílias, suas casas. Por exemplo, eu deixei os estudos, estava estudando engenharia industrial. Situação é muito difícil. Encontrar trabalho por lá é muito difícil. Tomei a decisão de vir ao Brasil buscando uma nova chance de vida, uma nova oportunidade. Estou agradecido. Graças a Deus e ao povo brasileiro, agradeço a oportunidade por estar aqui”, relatou.