#Reflexão: 12º domingo do Tempo Comum (25 de junho)

21 de junho de 2023

A Igreja celebra o 12º Domingo do Tempo Comum, neste domingo (25). Reflita e reze com a sua liturgia.

Leituras:
1ª Leitura: Jr 20,10-13
Salmo: 68(69),8-10.14.17.33-35 (R. 14c)
2ª Leitura: Rm 5,12-15
Evangelho: Mt 10,26-33

Acesse aqui as leituras.

NADA TEMAS: DEUS É NOSSA ÚNICA FORÇA E ESPERANÇA

As leituras deste domingo nos colocam diante do grande desafio do testemunho e das perseguições. Isto sempre foi presente na vida daqueles que se decidiram por adequar as suas vidas segundo a vontade de Deus. Não é somente ser diferente, mas ter valores que se tornam um “peso na consciência” para aqueles que proclamam projetos de morte e contra o ser humano.

O profeta Jeremias na primeira leitura compartilha o seu sofrimento ao constatar que até mesmo pessoas próximas, amigos, tinham se colocados contra ele. Tinham se tornado inimigos e ficavam a espreita para colher algum erro e depois acusá-lo de negligência. Não estavam interessando em seus acertos, mas somente em suas falhas para denunciá-lo como incoerente. O mal cega as pessoas: enxergam nos outros somente o mesmo mal que habita os seus corações. Mas, Jeremias sabe que o fundamental para ele é como ele conduz sua vida diante de Deus, por isto, o profeta possui a consciência de que tudo em sua existência vem de Deus e para Deus todos nós nos encaminhamos e a Ele deveremos prestar contas de tudo em nossa vida e não para às pessoas!

No Evangelho, Jesus está procurando preparar seus discípulos para as perseguições que se sucederão na vida deles por se tornarem mensageiros do Evangelho. Domingo passado, o mestre escolhe os doze para acudir as multidões que eram como ovelhas sem pastor. Jesus envia os discípulos, mas sabe que enfrentarão inúmeras dificuldades. As perseguições virão de todas as partes até mesmo de parentes e amigos. Os discípulos de Jesus serão conduzidos à prisão pelo simples fato de professarem uma fé diferente dos demais e muitos vão encontrar a morte por serem seguidores de Cristo. E diante deste quadro, Jesus procura animar seus discípulos e por bem três vezes afirma: “Não temais medo!”.

O Evangelho deste domingo de Mateus inicia com Jesus concluindo suas recomendações sobre as diversas perseguições e por isto afirma: “Não os temais!”. Tais pessoas vivem em mundo onde Deus é somente um instrumento em suas mãos: usam conforme lhes é conveniente. A Palavra de Deus serve – para esses perseguidores – até como justificativa para os seus erros, para humilhar e condenar outras pessoas.

São pessoas que vivem na mentira e na escuridão do mal. Jesus anima seus discípulos e os exorta dizendo que tudo que Ele lhes ensina em particular é Boa Nova que ilumina o mundo, por isto, eles devem anunciar a todos, sem medo, às claras e sobre os telhados. Para Jesus ser perseguido por certos tipos de pessoas é exatamente o sinal de que estamos no caminho certo e do bem: não somos como eles e não pertencemos ao grupo deles. O limpo sempre incomoda quem está sujo. Quem vive nas trevas do pecado e da mentira, odeia quem está na luz e junto de Deus.

Mas, Jesus aprofunda esta questão e não esconde nada dos discípulos. A maldade daqueles que não servem a Deus pode chegar até ao extremo da violência conduzindo seus seguidores à morte. Como o profeta Jeremias, também Jesus convida seus discípulos a estarem tranquilos, pois tais pessoas podem somente fazer mal ao corpo e nada mais. Mas, Jesus alerta sobre aqueles que, sem usar de violência, arrastam discípulos para a condenação eterna. De fato, o Mal pode usar de diversos meios e tentações para, de pouco em pouco, arrancar as pessoas da comunhão com Deus. E assim, quanto mais longe de Deus, mais fácil dar espaço ao pecado inclusive àqueles que podem conduzir à condenação diante de Deus. As perseguições físicas e visíveis vindas de pessoas são mais fáceis de serem identificadas e de se defender, mas as tentações que vêm do Mal (inclusive através de pessoas), estas são mais difíceis de serem percebidas e de se defender, pois quase sempre vêm revestidas de algo bom, prazeroso e cheias de vantagens humanas.

A terceira exortação para “não temer” inicia com dois exemplos simples, mas muito significativos. Jesus recorda a todos a providência de Deus em relação aos pássaros: nenhum cai por terra sem que Deus permita, sem que Ele esteja “presente”. Nada acontece seu Deus ter consciência e vontade. Nosso Deus Criador governa toda a natureza e o mundo e cuida de todos os detalhes. No mundo, mesmo sendo regido por leis na natureza que conhecemos, mesmo assim, nada acontece sem a Sua permissão. A onisciência de Deus (Deus sabe tudo) se aplica a detalhes que para nós são quase impossíveis como saber a quantidade exata de cabelos em nossas cabeças. Deus reina e governa tudo com decisão e atenção. Mas, há um mundo que Deus não interfere: da vontade e da liberdade humana.

De fato, as guerras e as violências que vemos em nossa realidade não são obras de Deus, mas do desgoverno humano. O ser humano teima em escolher caminhos que produzem tanto mal a si com também ao próximo, neste caso, Deus procura circundar com a sua providência, tentando amenizar os nossos erros. Jesus alerta que Deus pode fazer tudo, mas se nós seres humanos não cooperarmos com essa assistência, transformamos o nosso próprio mundo em algo difícil para todos nós. Que bom seria se todos percebessem que tudo poderia ser bem melhor se caminhássemos segundo os desígnios e a vontade de Deus que jamais produzirá algum mal em nossa vida.

 Assim, Jesus conclui que nós valemos muito mais do que qualquer pássaro neste mundo. De fato, somos filhos e filhas de Deus e Ele quer cuidar de cada pessoa com muito mais zelo e amor com que cuida de cada detalhe deste mundo, mas tudo dependerá sempre de todos nós, da nossa vontade e da nossa liberdade em aceitar a sua assistência e o seu amor providente.

Jesus conclui a sua exortação aos discípulos completando as primeiras palavras do Evangelho deste domingo animando a todos para o testemunho. A melhor forma de proclamar sobre os telhados e anunciar publicamente as verdades de Deus é através de nossa vida vivida segundo os valores e os ensinamentos de Jesus. O nosso modo de viver e os nossos valores defendidos com o nosso exemplo diante das pessoas é a melhor forma de mostrar que podemos construir um mundo muito melhor se deixarmo-nos conduzir pela Vontade, pelo amor e pela bondade de Deus.

 

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