#Reflexão: Solenidade da Ascensão do Senhor (12 de maio)

9 de maio de 2024

A Igreja celebra a Solenidade da Ascensão do Senhor, neste domingo (12). Reflita e reze com a sua liturgia.

Leituras:
1ª Leitura: At 1,1-11
Salmo: 46(47),2-3.6-7.8-9 (R. 6)
2ª Leitura: 1,17-23
Evangelho: Mc 16,15-20

Acesse aqui as leituras.

ASCENSÃO DO SENHOR

Depois de quarenta dias de convivência de Cristo ressuscitado com seus discípulos, Ele retornou para Deus Pai. Jesus concluía assim, o segundo momento de sua presença com os seus. No primeiro momento, os discípulos e todo o povo tiveram o privilégio de tocar, ver e abraçar Jesus que caminhava com sua gente no meio de todos. Com a Ressurreição, os discípulos de Jesus, por quarenta dias, puderam por um pouco de tempo experimentar ainda a graça de sua presença, principalmente, quando se reuniam em comunidade. No entanto, esse segundo momento encerrou-se com sua subida aos céus. Com o retorno de Jesus ressuscitado ao Pai inicia-se um terceiro momento para a história humana, onde o próprio Jesus continua presente não mais visível, mas em sua Igreja, nas pessoas, na Eucaristia e na fé de todos os seus discípulos.

No discurso de despedida de Jesus na durante a Ceia Eucarística, os amigos de Jesus escutaram que, quem acredita Nele, na realidade não experimenta um adeus definitivo, mas sim “até breve” que inicia aqui e se conclui junto de Deus. A ressurreição de Cristo é a prova para a nossa fé que a vida continua após nossa existência neste mundo e que Ele retorna ao Pai para nos esperar.

No momento em que Jesus se preparava para deixar os seus discípulos de forma visível e retornar ao Pai, os apóstolos ainda se mostravam ligados a ideias simples para aquele momento e perguntaram: “Seria agora que Israel seria libertado?”. Jesus alerta que a sua missão se estende a todos os povos, nações, todos os homens e mulheres no tempo e na história. Ele adverte ainda que, certos particulares da história, somente Deus Pai sabe o momento e quando eles devem acontecer.

E Jesus reforça que a nossa missão não é de saber quando certos “acontecimentos na história” vão acontecer, mas “ser testemunha na história” de Jesus Cristo! Não era missão de Jesus intervir em uma situação isolada da história (somente Israel), mas de oferecer condições para conduzirmos a história da melhor forma.

A partida de Jesus Ressuscitado para Deus Pai significou a inauguração de uma nova fase de presença de Cristo entre nós. Ele continua presente na história não mais fisicamente (como foi até a morte) e nem visivelmente (como aconteceu após a ressurreição), mas CONTINUA ACESSÍVEL A TODOS ATRAVÉS DE SUA IGREJA: a todos que professam a fé no Cristo Ressuscitado. Assim, Jesus Cristo assume um “novo Corpo” que todos podem ter acesso que é a Sua Igreja: Ele como cabeça e nós Seu corpo (cf. Col 1,18).

Jesus ressuscitado, antes de retornar ao Pai, confirma também a missão dos apóstolos e da sua Igreja. Cristo possui poder supremo e eterno, por isso seu mandato não se limita a um grupo de pessoas e nem se restringe a um tempo determinado, mas a todas as pessoas que abraçam a fé cristã em qualquer momento da história e em todos os lugares: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado!” (Mc 16,15).

A primeira missão é sair “ide pelo mundo pregando o Evangelho”: compartilhar o que recebeu através do testemunho pra que assim, as pessoas através do Batismo e da fé possam se salvar. Cada pessoa que recebe o Batismo é inserida neste Corpo Místico que é a Sua Igreja. Jesus continua atuando e oferecendo seu amor e seus dons através de seu corpo, isto é, sua Igreja. Por isso, Jesus insiste que todos recebam o Espírito Santo e se tornem suas testemunhas.

O Sacramento do Batismo não é um “detalhe” na vida do cristão, mas a porta de acesso e da presença de Deus em cada discípulo. Marcos apresenta uma lista de “sinais” que, naquele tempo eram significativos e expressavam a presença de Deus. Jesus acompanha seus discípulos na história, por isso, Ele mesmo produz sinais através de suas testemunhas que são os mesmos que Ele mesmo realizou quando caminha pelas terras de Israel.

Com a Ascensão de Cristo, encerra-se a presença de Jesus junto aos seus discípulos para se tornar Mestre de todos os cristãos em todos os tempos. Nosso Senhor parte para o Pai e os discípulos partem em missão. Não há separação e solidão na missão dos apóstolos, pois Cristo Jesus continua presente e vivo em sua Igreja. O Evangelho termina dizendo que os discípulos partiram em missão e Jesus os acompanhava com os milagres.

Viver a fé e testemunhar o amor de Deus é ser canal de graça e de bênçãos para muitas pessoas.

A ascensão de Jesus aos céus abre possibilidade de outro dons especial de Deus à sua Igreja: O Espírito Santo como Ele próprio disse na Ceia com seus discípulos: “convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador [Espírito Santo] não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (Jo 16,7). Assim, a partida de Cristo Jesus não é perda, mas ampliação dos dons a todos que creem Nele.

O Mestre que curou com suas mãos, com o envio de seus discípulos ainda vacilantes e inseguros, Ele mesmo continuará a agir neles: em nossas mãos, atuam as mãos de Jesus; em nossos gestos de discípulos, o próprio Senhor Jesus atuará com curas, milagres e vidas salvas para Deus. Marcos ao final do seu Evangelho nos deixa uma grande esperança:

Jesus estará presente com todos que crerem Nele e os sinais são a prova disso. Jesus “acompanhará” seus discípulos! Ele não deixou sua Igreja abandonada a seus próprios esforços, mas continua atuando, agora, através da fé de Seus filhos batizados.

Na carta aos Efésios (2ª leitura), Paulo fala de um “espírito de sabedoria” oferecido a todos e esclarece a missão do Espírito que é aprofundar o conhecimento de Deus Pai e iluminar nosso coração para compreender três coisas: qual é a nossa esperança (nosso futuro), qual é o nosso tesouro (aquilo que nos espera como herdeiros entre os santos) e a suprema grandeza do seu poder para conosco (nada é maior que Deus). Assim, a Ascensão inaugura uma nova presença de Cristo até o momento em que esta história que conhecemos terá o seu final.

O Domingo da Páscoa inicia com a ausência do corpo físico de Jesus no túmulo.

Cristo se fez presente por um tempo de uma forma nova (corpo ressuscitado), mas era sempre o mesmo Jesus. Subindo aos céus, ausente de nossos olhos, Cristo Jesus permanece presente na história, agora, através de sua Igreja Viva.

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