Rita de Cássia: santa mulher dos impossíveis

24 de maio de 2024

Santa Rita de Cássia era unigênita, filha de Antônio Mancini e Amata Ferri, pais de muita oração e que era querido por todos. Nasceu no mês de maio de 1381, nas montanhas em Roccaporena, perto de Cássia, região da Umbria, na Itália.

Seus pais eram completamente analfabetos, mas transmitiram à filha tudo sobre a fé em Cristo e Maria Santíssima. Transmitiram também a biografia de muitos santos e santas da Igreja, o que favoreceu muito a sua identidade cristã, tanto que ela era diferente das demais crianças, pois ao invés de brincar e realizar as artimanhas de crianças, ela ficava em seu quarto sozinha, rezando.

Santa Rita de Cássia tinha anseio em tornar-se religiosa, mas devido à tradição da época, seus pais a prometeram em casamento a um marido, de nome Paolo Ferdinando. Infelizmente não foi a escolha correta, pois Paolo era adúltero e alcoólatra. Foram 18 anos de sofrimento, mas gerou dois filhos gêmeos, Giangiacomo Antonio e Paulo Maria. Apesar de toda turbulência matrimonial, Rita sempre se dedicou e transmitiu todo amor e carinho aos seus filhos.

Mesmo com todo o sofrimento, sempre rezou pela conversão de seu cônjuge. Ouvindo suas preces, Deus colocou um fim à rudez do marido, fazendo com que a paciência, a perseverança e o amor de Rita o transformassem. A conversão de Paolo foi tão drástica e notória, que Rita começou a ser procurada por outras mulheres para pedir conselhos matrimoniais.

Apesar da sua conversão, Paolo tinha deixado marcas e cicatrizes entre alguns grupos da cidade, onde, em um certo dia, saiu para trabalhar e não voltou para casa. Rita, com o seu coração piedoso, sentia que algo havia acontecido. Pouco depois, recebeu a notícia de que ele havia sido encontrado morto, após um assassinato.

Os filhos, com muita ira e ódio no coração, juraram vingar a morte do pai. E, mais uma vez, Rita intensificou as suas orações para que seus filhos não se deixassem levar pela vingança. Posteriormente, seus filhos ficaram doentes, de forma incurável, possibilitando que Rita os convencesse à conversão, preenchendo seus corações com o amor de Deus e o perdão. Antes que morressem, conseguiram perdoar o assassino do pai.

Com isso, Rita teve a plena convicção de que seu marido e seus filhos haviam usufruído do Reino dos Céus, com seus corações convertidos e percebeu que suas orações valeram a pena.

Agora, estando solitária na vida, decidiu ingressar no convento das irmãs Agostinianas, cumprindo ao chamado que sentia desde pequena. Todavia, as irmãs estavam com receio sobre sua vocação, levando em conta todo seu passado familiar. Devido a isso, as irmãs não queriam aceitar o seu ingresso.

Após sua rejeição no convento, em uma determinada noite, enquanto dormia, Rita ouviu uma voz dizendo: “Rita! Rita! Rita!”. Indo em busca da voz, ela abriu a porta de seu quarto e se deparou com três santos: São Francisco, São Nicolau e São João Batista. Eles solicitaram que ela os acompanhasse pelas ruas e em determinado trajeto eles desapareceram, quando Rita sentiu um leve empurrão. Quando caiu em si, estava no interior do mosteiro, que estava de portas trancadas. Devido a esse milagre, as irmãs não puderam recusar o seu ingresso, Rita viveu ali por quarenta anos.

Ainda com receio se a vocação de Rita era verídica, a madre superiora ordenou-a regar um fragmento de madeira seca que estava jogado no jardim do convento, durante um ano. Rita cumpriu a ordem com muita paciência e amor. Passado um ano, milagrosamente, a madeira se transformou numa videira que gera uvas até o presente momento.

Em um determinado dia, enquanto rezava aos pés da cruz, Rita pediu a Jesus que pudesse experimentar uma parcela das dores que ele sentiu na sua morte na cruz. Neste momento, um dos espinhos da coroa cravou-se em sua cabeça e Rita sentiu uma parcela daquela dor terrível que Jesus sentiu. O espinho fez em Rita uma grande ferida, tanto que ela deveria ficar isolada de suas irmãs. Assim, ela realizava mais orações e jejuns para o Altíssimo. Ela ficou com esta ferida durante 15 anos, sendo somente curada quando foi a Roma, no ano santo. Ao retornar ao mosteiro, porém, a cicatriz se abriu novamente.

Aos 22 dias do mês de maio de 1457, o sino do convento começou a badalar sozinho. Rita estava com 76 anos de idade. Sua ferida cicatrizou-se e seu corpo começou a exalar um perfume de rosas. Uma freira, de nome Catarina Mancini, que possuía um braço paralítico, ao abraçar Rita em seu leito de morte, curou-se. Substituindo a ferida, surgiu uma marca vermelha que exalava um perfume celestial que surpreendia a todos. Logo apareceu uma multidão para vê-la. Então, levaram seu corpo para a igreja, onde permanece atualmente, exalando celestial perfume, que impressiona a todos.

Em 1627, em Roma, Rita de Cássia foi beatificada, pelo Papa Urbano Vlll. Posteriormente, no dia 24 de maio de 1900 foi canonizada, pelo Papa Leão Xlll e sua festa é comemorada todos os anos no dia 22 de maio. É considerada a santa das causas impossíveis.

Oração à Santa Rita de Cássia

Ó poderosa e gloriosa Santa Rita de Cássia, eis, a vossos pés, uma alma desamparada que, necessitando de auxílio, a vós recorre com a doce esperança de ser atendida por vós que tem o título de santa dos casos impossíveis e desesperados. Ó cara santa, interessai-vos pela minha causa, intercedei junto a Deus para que me conceda a graça, de que tanto necessito, (fazer o pedido). Não permitais que tenha de me afastar de vós sem ser atendido. Se houver em mim algum obstáculo que impeça de alcançar a graça que imploro, auxiliai-me para que o afaste. Envolvei o meu pedido em vossos preciosos méritos e apresentai-o a vosso celeste esposo, Jesus, em união com a vossa prece. Ó Santa Rita, eu ponho em vós toda a minha confiança. Por vosso intermédio, espero tranquilamente a graça que vos peço. Santa Rita, advogada dos impossíveis, rogai por nós!

Referência de imagem:

Referências: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2020-06/papa-francisco-agradece-monjas-cassia-pelas-rosas-de-santa-rita.html

https://cruzterrasanta.com.br/historia-de-santa-rita-de-cassia/106/102/

https://www.cnbb.org.br/historia-de-santa-rita-de-cassia/

https://franciscanos.org.br/vidacrista/calendario/santa-rita-de-cassia/#gsc.tab=0