Santa Teresinha do Menino Jesus
Nesta semana, no dia 1º de outubro, celebraremos a memória de Santa Teresinha.
Maria Francisca Teresa nasceu em Alençon (França) no dia 2 de janeiro de 1873. Era filha de Luís Martin e Zélia Guérin, que, apesar de terem sentido o desejo de vida religiosa, abdicaram de suas próprias vontades para se abandonarem à Divina Providência; ouviram e atenderam o Seu chamado para a vocação do matrimônio e, como fruto, obtiveram a grande graça de gerar nove filhos, sendo um deles, Teresinha do Menino Jesus.
Em sua infância, a menina era muito enérgica e muito afeiçoada em cada um dos membros de sua família, mas tinha um carinho especial por sua irmã Paulina, a qual, em tudo, queria agradar e imitar, até mesmo no seu desejo em ser uma religiosa, sem nem mesmo saber o que aquilo significaria. Teresinha era uma criança que, desde sempre, foi instruída sobre Deus e as coisas do alto, tanto que quando fazia alguma travessura, bastava que lhe dissessem que aquilo desagradava o Menino Jesus para que ela nunca mais o repetisse (História de uma Família). “E crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens” (Lucas 2, 40).
Aos 14 anos e meio de idade, a ‘rainhazinha’ revela ao pai seu anseio e vocação de, assim como suas irmãs, ingressar no Carmelo: “…então, as lágrimas dele vieram misturar-se às minhas, mas não disse uma palavra para desviar-me da minha vocação, contentando-se apenas em observar que eu era ainda muito nova para tomar uma decisão tão séria. Defendi tão bem minha causa que, com sua natureza simples e reta, convenceu-se de que meu desejo era o de Deus e, na sua fé profunda, exclamou que Deus lhe fazia uma grande honra pedindo-lhe assim suas filhas” (História de uma Alma, p.63).
Desde então, aparece-lhe uma série de entraves para retardar sua entrada na vida religiosa, sendo um grande impasse sua pouca idade. Mas ela foi em busca de fazer cumprir a vontade de Deus em sua vida, chegando ao ponto de ir à igreja de Roma pedir a autorização do sumo pontífice Leão XIII, que, depois de muita insistência, permite.
A pequena via
O desejo de santidade sempre esteve gravado no coração da ‘florzinha de Lisieux’, mas ela também sempre soube de sua pequenez e, ao se comparar aos grandes santos, dizia: “Deus não poderia inspirar desejos irrealizáveis, portanto posso, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade; não consigo crescer, devo suportar-me como sou, com todas as minhas imperfeições; mas quero encontrar o meio de ir para o Céu por uma via muito direta, muito curta, uma pequena via, totalmente nova” (História de uma Alma, p.122).
E, na Sagrada Escritura, Teresinha encontra a pequena via que a levaria direto a Deus: “Como alguém que é consolado pela própria mãe, assim eu vos consolarei. Sereis amamentados, levados ao colo, e acariciados sobre os joelhos” (Isaías 66,13). Aí entendeu que não precisaria crescer, mas que quanto menos ela fosse, mais precisaria de Deus, mais Ele a consolaria (cf. História de uma Alma, p.122). Portanto, tudo aquilo que acontecia a santinha ofertava a Deus, as alegrias e os sofrimentos: tirava proveito de tudo, do bem e do mal, que encontrava em si mesma; abandonava-se, entregava-se sem nada reservar para si: “…mas Jesus ensina-me a tudo fazer por amor, a não recusar-lhe nada, a ficar satisfeita quando ele me dá uma ocasião de provar-lhe que o amo, mas isto se efetua na paz, no abandono. Quem faz tudo é Jesus, e eu não faço nada” (História de uma Vida, p.126-127).
A minha vocação é o amor!
Certa vez, meditando a Palavra do Senhor, ao acaso, Teresinha se depara com a Primeira Carta de Paulo aos Coríntios, na qual o capítulo 13 traz-lhe uma luz: “A caridade é um caminho que conduz a Deus seguramente. Nela fulgura um relâmpago”. E, então, Teresinha recebe a revelação de sua maior vocação, aquela pela qual também cada um de nós somos chamados a viver: “Afinal, encontrei o descanso… A Caridade forneceu-me a chave da minha vocação. Então, no excesso da minha delirante alegria, eu exclamei: ó Jesus meu Amor… minha vocação, afinal encontrei-a, MINHA VOCAÇÃO É O AMOR!” (História de uma Vida, p. 167-168).
ORAÇÃO: Ó Senhor, dai-nos a graça de reconhecer nossa pequenez e aceitá-la como grande dádiva, abandonando-nos na Tua grandeza e aproveitando todas as circunstâncias para estar diante de Vós e nos santificar. Que, a exemplo de Santa Teresinha do Menino Jesus, nós possamos amar a Vós com todo o nosso ser e ao nosso próximo como a nós mesmos, enxergando Jesus em todo irmão que se achegar a nós. Amém!
Imagem: Santa Teresinha do Menino Jesus / Domínio Público