São Maximiliano Maria Kolbe
Nesta semana, no dia 14 de agosto, celebramos a memória de São Maximiliano Maria Kolbe, que nasceu em 7 de janeiro do ano de 1894. Seu pai era tecelão e sua mãe era parteira, cristãos fervorosos que o iniciaram na fé cristã. No batismo, recebeu o nome de Raimundo Kolbe. Entrou para a família franciscana em 1907, na qual, em 1914 passou a se chamar Maximiliano Maria. Concluiu seus estudos em Roma e foi ordenado sacerdote em 1918. Na capital italiana, durante um jogo de bola, Maximiliano começou a cuspir sangue: era tuberculose, doença que o acompanhou pelo resto de sua vida.
Foi na Itália, que junto a outros jovens religiosos fundou o movimento mariano Milícia da Imaculada, com o objetivo de conquistar o mundo inteiro a Cristo, por meio da Virgem Maria. Em 1919, retornou à Polônia, fixando-se em Cracóvia. Nesta cidade, lecionou como professor no seminário franciscano e cuidou da divulgação do movimento criado por ele, contando com muitas adesões entre os professores e estudantes da Universidade, profissionais e camponeses e até mesmo religiosos de sua ordem.
Empenhou-se também na evangelização através da imprensa. No final de 1921, fundou a revista intitulada “O Cavaleiro da Imaculada”, a fim de propagar o espírito da Milícia. Em Grodno, situada a 600 quilômetros de Cracóvia, criou uma pequena tipografia para imprimir a revista. Tal iniciativa conseguiu atrair muitos jovens com o desejo de assumir o carisma franciscano inspirado em Maria. Em Varsóvia, num terreno que recebeu como doação, fundou a Cidade de Maria. O centro desenvolveu-se rapidamente com construções e novas técnicas de redação e imprensa.
Com a intenção de propagar seu movimento mariano, Maximiliano Kolbe foi para o Japão, onde fundou a Cidade de Maria em Nagasaki. Muitos anos depois, os órfãos desta cidade encontraram abrigo após a explosão da primeira bomba. Padre Maximiliano ajudou judeus, protestantes e budistas, na certeza de que as sementes da verdade foram lançadas por Deus em todas as religiões. Abriu também uma Casa em Ernakulam, no litoral oeste da Índia, mas, devido à tuberculose, voltou à Polônia para se tratar.
Durante a Segunda Guerra Mundial, quando a Polônia foi tomada pelos nazistas, Frei Maximiliano foi preso por duas vezes. A Cidade de Maria foi destruída pelos nazistas e os religiosos tiveram que abandonar o local, que foi transformado pelos que ali permaneceram em lugar de acolhida para feridos, doentes e refugiados. Em 19 de setembro de 1939, os nazistas prenderam o Padre Maximiano Kolbe e os outros frades, levando-os para o campo de extermínio, de onde foram libertados no dia 8 de dezembro.
Retornando para a Cidade de Maria, os religiosos retomaram seu trabalho assistencial a cerca de 3.500 refugiados, sendo 1.500 judeus. Alguns meses depois, os refugiados foram expulsos ou presos pelos nazistas. Padre Kolbe, recusando a naturalização alemã para se salvar, foi preso em 17 de fevereiro de 1941 com outros frades.
O sacerdote foi levado para o campo de concentração em Auschwitz em 28 de maio de 1941, onde heroicamente evangelizou com a vida e a morte. Segundo relatos de pessoas que sobreviveram ao holocausto, é impressionante que São Maximiliano tenha sobrevivido por muito tempo, visto que, para a época, não era tão jovem, pois estava com 47 anos e tinha problemas de saúde. Com o número 16670, foi colocado junto com os judeus, por ser padre. Apanhava muito e os nazistas davam para ele os piores serviços, como o transporte de cadáveres para os fornos crematórios. Mesmo naquela situação desumana, não deixava de atender as pessoas que o procuravam.
Em julho de 1941, o Padre Maximiliano Kolbe foi transferido para o Bloco 14, onde os prisioneiros trabalhavam na lavoura. Aconteceu que, devido à fuga de um prisioneiro, dez outros foram escolhidos para pagarem com a morte. Os dez escolhidos seriam colocados numa cela subterrânea, ficariam sem luz, sem água e sem comida até a morte. Um deles, pai de família, caiu em pranto, pois não mais veria sua mulher e seus filhos. Movido por um profundo amor até as últimas consequências, o sacerdote se dirigiu até o oficial e, como um mártir da caridade, se ofereceu para morrer no lugar daquele homem.
Naquela cela, o Padre Kolbe e os demais presos escolhidos ficaram até a morte. São Maximiliano entoava cânticos e procurava dar conforto aos demais prisioneiros. Rezava e celebrava missas. Após duas semanas de desidratação e fome, restaram vivos São Maximiliano e outros três companheiros de prisão. Em 14 de agosto de 1941, os nazistas aplicaram em São Maximiliano e nos demais prisioneiros de cela uma injeção letal de ácido fênico. São Maximiliano Kolbe estendeu seu braço e rezou a oração da Ave Maria. Estas foram suas últimas palavras.
São Maximiliano foi beatificado por São Paulo VI, em 1971, e canonizado por São João Paulo II, em 10 de outubro de 1982, que o chamou de “patrono de nosso difícil século”. Ele, com seu testemunho de vida, nos inspira a empreender, de modo criativo, iniciativas arrojadas e corajosas de evangelização. Convida-nos a integrar em nossa espiritualidade cristã, a pessoa da Virgem Maria, assumindo, na liberdade, o serviço ao Senhor.
Por fim, a vida e a morte de São Maximiliano nos recordam as palavras do Cristo: “Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos” (Jo 15,12). Foi no momento mais sombrio da Humanidade que Maximiliano Kolbe se ofereceu para morrer no lugar de um irmão. Seu testemunho ilumina com luz pascal o horroroso mundo dos campos de concentração. Que o seu testemunho nos inspire a fazer da nossa vida um dom a ser ofertado a Deus por amor aos irmãos.
“Ó Deus, inflamastes São Maximiliano Kolbe, presbítero e mártir, com amor à Virgem Imaculada e lhe destes grande zelo pastoral e dedicação ao próximo. Concedei-nos, por sua intercessão, que trabalhemos intensamente pela vossa glória no serviço do próximo, para que nos tornemos semelhantes ao vosso Filho até a morte” (Oração do dia da memória de São Maximiliano Maria Kolbe).
Fontes:
https://santo.cancaonova.com/santo/sao-maximiliano-maria-kolbe/
https://www.bbc.com/portuguese/geral-58198542
https://www.vaticannews.va/pt/santo-do-dia/08/14/s–maximiliano-m–kolbe–presbitero-da-ordem-dos-frades-menores-.html
Imagem: Vatican News.
Que vida intensa e de muita entrega! São Maximiliano Maria Kolbe, rogai por nós! Tem no nome Maria, interceda junto à Mãezinha pela nossa perseverança, esperança e alegria em servir o Reino!