Como iniciar uma vida de oração? – Parte 4

26 de novembro de 2022

Em nossos três artigos anteriores, apresentamos os primeiros passos para iniciar uma vida de oração. São eles: 1) decidir-se a reservar um momento do dia para estar em diálogo com Deus; 2) escolher ao longo do dia o melhor horário que possibilite um momento de recolhimento; e 3) aquietar-se interior e exteriormente para que o diálogo com Deus seja profundo e verdadeiro.  Aquietados interiormente, desconectados de tudo aquilo que possa nos roubar a atenção, estamos disponíveis para dar início ao nosso momento de oração.

Leia os artigos anteriores:

Como iniciar uma vida de oração? – Parte 1

Como iniciar uma vida de oração? – Parte 2

Como iniciar uma vida de oração? – Parte 3

E agora? Qual caminho seguir? Quais passos trilhar? Em primeiro lugar, vale ressaltar que a nossa vida será a matéria de nossa oração. Entretanto, isso não exclui a possibilidade de rezarmos pelo mundo e os mais complexos desdobramentos que as pessoas enfrentam. A vida na totalidade sempre será a matéria-prima de nossos momentos de oração e diálogo com Deus.

Peça sempre o auxílio do Espírito Santo.  Faça do momento de oração uma ocasião profunda para que sua alma seja iluminada pela graça do Paráclito. Ele é nosso consolador: acalma e devolve a serenidade necessária para trilharmos a oração na profundidade que nos torna disponíveis para ouvirmos a voz do Amado em nosso coração.

É preciso apresentarmo-nos diante do Amado como nos encontramos: com todas as angústias, súplicas e louvores que nossa alma carrega. Não é possível nos colocarmos em oração e nos desvincularmos dos anseios e ação de graças impressos em nosso eu mais profundo.

Coloque-se na presença de Deus apresentando sua vida, sem máscaras ou maquiagens. Não há porque esconder-se diante d’Aquele que conhece as profundezas de nossa alma. Deus tudo sabe! Expressar o que estamos sentindo é um caminho espiritual para criarmos intimidade com Ele. Deixe seu coração falar… Não tenha medo de expor-se. Rasgue o véu da vergonha que encobre seus pecados.

Pedindo o auxílio do Espírito Santo, nos apresentamos diante do Pai como filhos desejosos de um encontro profundo no grande mistério de amor que envolve nossas fragilidades e abraça nossas feridas. Sem que percebamos, a oração vai ganhando contornos divinos e gradualmente vamos nos deixando envolver pelo amor misericordioso de Deus que está diante de nós, no silêncio que nos reveste de luz e paz.

Não tenha pressa em abrir seu coração. O tempo é nosso amigo e não um vilão que tenta nos roubar de nossas atividades. Orar é estar profundamente mergulhado no amor de Deus. Jesus Cristo, o Verbo do Pai, nosso Salvador, recolhia-se muitas vezes no alto de uma montanha para estes momentos de intimidade profunda e amorosa com o Pai. A vida continua no seu ritmo de sempre, e a oração nos prepara espiritualmente para descermos a montanha com o coração pleno da presença do Amado que, para nós, já não é mais um estranho, mas um Pai, um Amigo, que nos acompanha em cada nova situação e a ser vivenciada.