Adoração Eucarística: origem da Solenidade de Corpus Christi

30 de maio de 2018

Com informações da CNBB –

Celebrada na próxima quinta-feira, 31 de maio, a Solenidade de Corpus Christi é também conhecida como a Festa da Eucaristia. Neste dia, é celebrada a presença real de Jesus Cristo no pão e no vinho consagrados. Após a Páscoa e Pentecostes, a presença de Jesus na terra continua de forma “misteriosa e no confronto com as realidades do cotidiano”, como reflete o arcebispo de Uberaba, dom Paulo Mendes Peixoto.
“A Eucaristia dá corpo e sentido para a comunidade cristã. Faz acontecer a Igreja que, por sua vez, é gerada por ela. Eucaristia e Igreja formam uma unidade e uma solidez na evangelização da sociedade. Não existe Igreja sem Eucaristia e nem Eucaristia sem Igreja”, ensina o arcebispo.

Histórico

A festa de Corpus Christi foi instituída oficialmente pelo papa Urbano IV, com a publicação da bula Transiturus de hoc mundo, em 8 de setembro de 1264, com a celebração marcada para a quinta-feira após a solenidade da Santíssima Trindade.

A origem da festa remete à devoção eucarística iniciada na França e na Bélgica, antes do século XII. Ligada à piedade do povo cristão, a solenidade também é lembrada pela influência das visões da monja agostiniana belga Juliana de Cornillon, as quais mostravam o anseio de Cristo para que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Tais visões foram consideradas decisivas para a decisão do papa, em 1264.

Mas foi somente 50 anos depois da morte de Urbano IV que a Solenidade ganhou caráter universal definitivo. A partir do século XIV, no papado de Clemente V, foram instituídas as Constituições do Corpus Júris, e 1313, as quais tornara a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial. No mesmo documento, ficou estabelecido o dever de levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas, o que foi fortalecido pelo Concílio de Trento (1545-1563), como ação de graças pelo dom Eucarístico e como manifestação pública da fé na presença real de Cristo na Eucaristia.

O Concílio Vaticano II vinculou a celebração ao mistério pascal de Jesus Cristo, dando novo significado à festividade. E, em 1983, o novo Código de Direito Canônico manteve a obrigação de se manifestar “o testemunho público de veneração para com a Santíssima Eucaristia” e “onde for possível, haja procissão pelas vias públicas”, mas os bispos escolham a melhor maneira de fazer isso, garantindo a participação do povo e a dignidade da manifestação.

Procissão

A procissão com o Santíssimo Sacramento pelas ruas é marcada por rito solene e pelos cânticos. A orientação da Igreja é que aconteça após a celebração eucarística, na qual se consagra a hóstia que será levada em procissão, que também pode acontecer após uma adoração pública e prologada depois da missa.
Durante o percurso, de acordo com o costume, podem ser concedidas bênçãos eucarísticas em estações.