CAL divulga orientações para celebração da Solenidade de Corpus Christi em tempos de pandemia

26 de maio de 2020

A Comissão Arquidiocesana para a Liturgia (CAL), com a chancela do arcebispo metropolitano dom José Luiz Majella Delgado – C.Ss.R., divulgou na manhã desta terça-feira (26) as orientações litúrgicas para a celebração da Solenidade de Corpus Christi, este ano celebrada no dia 11 de junho. Por causa da pandemia, pede-se que seja cumprido o decreto do arcebispo metropolitano, participando APENAS as pessoas necessárias que auxiliarão na cerimônia.

“As famílias sejam orientadas a celebrar esse dia usando o Subsídio preparado pela CAL para Celebração de Corpus Christi em Família, em horário diferente da transmissão da Celebração Eucarística, se houver. As presentes orientações valem para missas transmitidas ou não”, traz o texto.

O material celebrativo para as famílias será divulgado no dia primeiro de junho pelos meios de comunicação da arquidiocese. Segundo as orientações, a celebração Eucarística transcorre como de costume. Já sobre a Procissão Eucarística, alguns cuidados e recomendações deve ser observadas.

“Devido aos cuidados e recomendações relativas à pandemia do coronavírus, não será possível que se faça a procissão pelas ruas, como de costume. No entanto, a grandeza dessa solenidade e o zelo pastoral pelo nosso povo que está sedento de algum ato de veneração pela Eucaristia, nos leva a pensar em alguma forma de veneração pública do Santíssimo, caso não haja recomendações em contrário pelas autoridades de saúde em cada localidade”.

As observações a serem seguidas pelas paróquias são:

1. Sugere-se que se pense em uma procissão motorizada com o Santíssimo (não carreata), tendo à frente um carro adequadamente preparado para o translado do ostensório levado exclusivamente pelo sacerdote. Que esse espaço de transporte seja seguro, devidamente respeitoso e sem a presença de terceiros, a não ser um ministro usando máscaras, caso seja necessário. Quanto aos carros que seguirão na procissão (não mais que 5 veículos), que haja conscientização exaustiva de seus motoristas para que estejam desacompanhados e usando máscaras. Os demais fiéis sejam exortados a enfeitar suas casas no trajeto por onde passará a carreata e acompanhem a passagem do Santíssimo de suas próprias janelas ou sacadas da casa, sem qualquer aglomeração e todos usando máscaras. Seja divulgado a todos um mapa do trajeto por onde a procissão irá passar (de preferência em ruas residenciais, e não comerciais), para que as famílias se preparem.

2. a) Durante a procissão motorizada, um carro de som poderá ir ajudando o povo a rezar, com orações e cânticos populares em honra da Eucaristia (a reza do terço não é apropriada para essa ocasião), ou outro esquema seja organizado conforme os recursos e possibilidades de cada paróquia (transmissão pela rádio, autofalante da Igreja etc.).

b) Como gesto concreto, sugere-se que os fiéis sejam motivados a oferecer alimentos não perecíveis, a serem destinados a irmãos nossos que passam fome nesta pandemia. Venerar o Corpo do Cristo leva-nos ao compromisso com aqueles que concretizam para nós, hoje, o próprio corpo do Senhor, neste caso os famintos, o que exige nossos gestos de misericórdia: “Estive com fome, e me destes de comer” (Mt 25,35). Para viabilizar essa proposta, um “carro da solidariedade” de porte maior pode acompanhar o carro que transporta o Santíssimo e quatro jovens, usando máscaras e luvas, irão recolhendo, de porta em porta, as sacolas com os mantimentos oferecidos pelas famílias, mantendo-se a devida distância entre as pessoas. Quanto às famílias cujas residências não estão no trajeto por onde passará a procissão, estas poderão encaminhar a um ponto de coleta, já anteriormente divulgado, a sua contribuição.

3. Em cidades com mais de uma paróquia, sugere-se que as paróquias se unam para que se faça apenas uma procissão, ou ao menos as paróquias mais próximas.

4. A paróquia que preferir encerrar a missa com um momento de oração e adoração ao Santíssimo, sem a procissão, poderá ficar à vontade para fazê-lo, justificando aos fiéis o motivo de sua decisão (não se justificaria uma procissão dentro da Igreja vazia, mesmo que transmitida aos fieis pela TV e demais mídias). De todos os modos, é importante esclarecer aos que assistem a celebração pelas mídias o sentido dessa adoração “à distância”, isto é, a oração que cada fiel faz em casa vale no incremento de sua espiritualidade eucarística e é uma forma de estar em união com Deus e louvá-lo pela santa Eucaristia, mas não equivale à adoração presencial. É preciso cuidar para que não se transforme a TV ou outro dispositivo em um substituto da presença de Cristo nas espécies eucarísticas.

5. Após a comunhão dos fiéis, deixa-se sobre o altar um corporal estendido e o ostensório vazio. Para a procissão, o sacerdote depõe a hóstia no ostensório, faz a devida genuflexão e dirige- se ao seu lugar. Após a Oração depois da Comunhão, chegar à sua sede, depõe a casula e reveste o pluvial. Dirige-se para frente do altar e, ajoelhado, incensa o Santíssimo. Em seguida, recebe o véu umeral, genuflete e toma o ostensório nas mãos cobertas com o véu. Tem início, então, a Procissão Eucarística.

6. Ao terminar a procissão, em outra igreja ou na mesma de origem, o sacerdote depõe o ostensório sobre o altar e ajoelha-se no genuflexório preparado. Depois, incensa o Santíssimo Sacramento enquanto entoa-se o hino “Tão sublime Sacramento”. Em seguida, reza as orações de costume do rito de bênção do Santíssimo, dá a bênção, guarda a hóstia consagrada e encerra a celebração, como de praxe.

7. Outros casos particulares podem ser resolvidos diretamente com o senhor Arcebispo.

FAÇA O DOWNLOAD DAS ORIENTAÇÕES AQUI

 

por Pe. Andrey Nicioli