Em entrevista, Dom Majella afirma que a Igreja precisa suscitar uma certeza: “Deus está sempre presente”
O arcebispo metropolitano de Pouso Alegre, dom José Luiz Majella Delgado – C.Ss.R., foi o entrevistado desta semana (21 de abril) do programa Central da Esperança, da TV Aparecida. Questionado sobre o papel da Igreja de levar fé e esperança nesse tempo de distanciamento social, dom Majella ressaltou ser preciso anunciar a certeza que se tem: Deus está sempre presente.
“É este é o papel da Igreja: suscitar e favorecer no coração dos fiéis, através dos meios que estamos usando, esta certeza: Deus está sempre presente. Este momento eu o qualifico como um momento importante para que possamos reconstruir a esperança. Isso é o que está nos ensinando esse tempo de pandemia. Como reconstruir esperança? buscar pelo sentido da vida. Assim vamos compreender que para nós, cristãos, precisamos pensar o papel da espiritualidade. Alimentar e construir a verdadeira esperança. Não podemos temer, não estamos sós”.
Dom Majella também retomou os quatro pontos fundamentais da espiritualidade que ajudam os fiéis a transformar o sentido desta pandemia.
“Quando eu falo da espiritualidade, eu falo de quatro pilares fundamentais: Palavra de Deus (tempo que estamos tendo para nos aproximar mais da Palavra de Deus. Faça a leitura de um livro da Sagrada Escritura); Oração ( a Palavra nos conduz à oração); contemplação; e gestos de caridade. É desafiador os gestos de caridade, mas o papa Francisco nos ajuda a viver os gestos de caridade dentro de casa. Saber pedir licença e saber dizer muito obrigado. Eu creio que este tempo que estamos vivendo é um tempo de uma grande experiência de Deus”.
O arcebispo de Pouso Alegre usou um trecho da música “Amor de índio”, do cantor Milton Nascimento, para fazer um convite para todos. O trecho referido por ele foi: “a abelha fazendo o mel vale o tempo que não voou.
“Vamos produzir bom mel para adoçar e salvar a vida?”.
Quando perguntado sobre como a Igreja pode ajudar as pessoas carentes, dom Majella disse que isso deve acontecer em forma de parcerias, ou seja, se unir a instituições que já fazem esse trabalho assistencial.
“Nós estamos nas nossas paróquias com muitas campanhas de solidariedade para procurar atender muitas das pessoas que estão passando dificuldade. Hoje fazemos isso parceria. Precisamos entrar em comunhão com outras instituições. Precisamos ir ao encontro destas pessoas que não tem casa, buscando instituições que possam ajudar essas pessoas. A caridade não pode ser somente na família, precisamos saber olhar para os outros. Uma mensagem que eu passe, um telefonema que eu faça para uma pessoa que eu sei que está sozinha em casa, é uma caridade”.
Assista a entrevista completa de dom Majella