Frei Galvão, um santo do nosso chão!

26 de outubro de 2022

É assim que Dom Orlando Brandes, arcebispo da Arquidiocese de Aparecida, diz sempre nas celebrações, ao pedir a intercessão de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão. Frei Galvão é do “nosso chão”, nosso primeiro santo brasileiro! Ele nasceu em Guaratinguetá, no Estado de São Paulo, em 10 de maio de 1739. Filho de uma família muito religiosa, nela alimentou sua fé pelo testemunho dos pais, Antônio Galvão de França e Isabel Leite de Barros. Nesta semana, a Igreja celebra sua memória.

Conhecendo um pouco da história de nosso santo brasileiro: seu pai, desejoso de que Antônio tivesse uma formação mais sólida, enviou-o para estudar em Salvador, na Bahia, no seminário dos jesuítas. Antônio estava com 13 anos de idade. Lá ficou por 4 anos, de 1752 a 1756. Muito estudioso e inteligente, ele se destacava nos estudos e na vida religiosa. Por motivos políticos, seu pai, preocupado com a situação, aconselhou Antônio a abraçar a Ordem dos Frades Menores, no Rio de Janeiro. No dia 11 de janeiro de 1762, Frei Antônio foi ordenado sacerdote.

Uma vida preciosa foi a de Frei Galvão, edificada e vivida pela fé inabalável e, consequentemente, pelas maravilhas com que Deus a agraciou. Frei Galvão anunciava o evangelho do amor, do acolhimento e da misericórdia para com os mais pobres e sofredores. Por isso, ficou conhecido como “o homem da paz e da caridade”. Mas, para isso, estudou muito. No Convento de São Francisco, em São Paulo, aperfeiçoou-se nos estudos de Filosofia e Teologia para melhor servir ao Reino de Deus e à Igreja. Como confessor e conselheiro, era muito procurado por todo o povo. As dificuldades que a vida se lhe apresentava Frei Galvão enfrentava com serenidade e humildade, movido pela fé e espiritualidade profunda, sempre se colocando ao lado dos pequenos e marginalizados. Toda a população de São Paulo já o tinha como homem de Deus!

Uma obra importante realizada por Frei Galvão e a irmã Helena Maria do Espírito Santo, que se reconhecia inspirada por Deus para fundar um recolhimento feminino, foi o “Mosteiro da Luz”. Com o grande número de vocações, Frei Antônio viu a necessidade de aumentar o espaço das irmãs. Por catorze anos (de 1788 a 1802) dedicou-se na construção da igreja, inaugurada em 15 de agosto de 1802. Uma obra encantadora, reconhecida como “patrimônio cultural da humanidade”.

Não há diferença entre um coração que é de Deus e as mãos e os pés que são dos irmãos e irmãs: os dois oferecem, na pessoa inteira de Frei Galvão, a beleza da caridade, delicadeza e bondade, pois testemunham a doçura de Deus entre os irmãos e irmãs. Quando se alarga o espaço do coração, Deus entra, toma conta e prepara melhor uma pessoa para a missão. Frei Antônio viveu o desafio permanente de ver, ouvir, amar e agir com o Coração e o Olhar de Deus revelado em Jesus, e chegou a pedir ao Pai: “Tirai-me a vida antes de ofender o vosso divino Filho”. Deus manifestava sua graça em Antônio, que escolhera a pobreza, a castidade e a obediência para regerem sua vida.

O que podemos aprender com a vida de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão: Quem ocupa o primeiro lugar em nossa vida? A quem buscamos servir com amor, fidelidade e ternura? O que necessitamos fazer para buscar e encontrar Deus em todas as coisas?

O dia 25 de outubro é o dia oficial de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, na liturgia, estabelecido desde a beatificação, pelo então papa João Paulo II, hoje também santo. Com a canonização de Frei Galvão em 11 de maio de 2007, o papa Bento XVI manteve a data para celebrar o santo que nos deixou o belo testemunho marcado da simplicidade franciscana ao alcance de todos. O Santo que viveu a santidade no dia a dia, como homem de oração, pregador, pedreiro e porteiro do Convento de São Francisco. Ele é o padroeiro dos engenheiros, arquitetos e construtores.

Na oração rezada nos dias da novena de Santo Antônio Galvão, nosso povo pede:

“Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo –, eu Vos adoro, louvo e dou graças pelos benefícios que me fizestes. Peço-Vos, por tudo o que fez e sofreu Vosso servo Frei Galvão, que aumenteis em mim a fé, a esperança e a caridade, e Vos digneis conceder-me a graça que ardentemente almejo. Amém”.

São Frei Galvão, Deus fez em ti maravilhas e, por meio de ti, anunciou o Evangelho do amor, do acolhimento e da misericórdia para com os mais fracos e sofredores. Com o coração agradecido à nação brasileira por tão grande dom, nós te pedimos: intercede por nós junto a Deus, para que possamos vivenciar, na comunidade eclesial, os valores evangélicos que, de modo tão heroico, viveste. Dá-nos a coragem e perseverança na fé e abertura ao Espírito de Deus, para que possamos ser sal da terra e luz do mundo. Amém! (Pai Nosso – Ave-Maria – Glória ao Pai)

 

Referências:
Revista ECOANDO, PAULUS – nº 11 – Ano III setembro, outubro e novembro 2005.
https://santo.cancaonova.com/santo/santo-antonio-de-santanna-galvao-frei-galvao/
Imagem destacada: ©Vatican Media