Padres e arcebispo concluem retiro espiritual
Na noite desta quinta (16), diversos padres e dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R, arcebispo metropolitano, concluíram seu retiro espiritual, orientado na modalidade virtual por dom frei Jaime Splengler, O.F.M, arcebispo de Porto Alegre (RS).
O retiro teve início na última segunda (13) e contou com a participação de mais de 50 padres da arquidiocese.
Ao longo dos 4 dias de retiro, houve momentos de oração da Liturgia das Horas, meditação da Palavra de Deus, reflexão de temas relacionados à vocação sacerdotal, oração pessoal, adoração ao Santíssimo Sacramento, celebração da Santa Missa e partilha das experiências dos participantes.
O orientador, ao longo de suas meditações, destacou trechos da Palavra de Deus, principalmente Jo 2,1-12, sobre a Bodas de Caná, visibilizando o “vinho novo” como a alegria do Evangelho e a fé do discípulo.
Dom Jaime ajudou os participantes a lançarem um olhar sobre o seu ministério e a missão da Igreja, com oportunas provocações que questionaram o que sustenta e anina na missão e o que é essencial diante de tantas dificuldades existenciais, eclesiais e sociais atualmente.
Na sua última meditação, dom Jaime, destacou que o que realmente importa é a alegria do Evangelho, que pode encher o coração e a vida.
“Tornar outros talvez participantes dessa alegria, simplesmente o transbordar da alegria que é em mim, que é em nós. Então, oxalá, muitos possam experimentar tal alegria, expressão sempre de uma experiência de encontro, de um contato silencioso, adorante, reverente com o mistério de Jesus, com o mistério de Maria, da Mãe, para saborear, nem que seja uma migalha, da alegria evangélica que se transforma em motor, fermento, luz, força. Semente capaz de romper pedras, semente que germina e floresce em qualquer lugar, que não tem medo dos climas mais diversos e adversos, capaz de se transferir para qualquer ambiente, migrar para qualquer realidade, porque vivifica a partir de dentro, com a mesma força que vem da glória de Cristo, do amor do Pai, do sacrifício do Filho, da potência do Espírito Santo. Força que encheu o coração da Mãe daquela alegria, daquela grandeza, daquele esplendor, e nos faz sempre, de novo, dizer com toda a Igreja: glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo! Como era no princípio, agora e sempre, amém!”, finalizou dom Jaime em sua última meditação.
Pe. Heraldo José dos Reis, reitor do Seminário Arquidiocesano Nossa Senhora Auxiliadora e coordenador da Pastoral Presbiteral, declarou que o retiro foi um momento de pausa e intimidade com Deus.
“O Retiro Espiritual Virtual com dom Jaime foi uma oportunidade de parada nas atividades para estar em intimidade com o Senhor. Foi também momento de encontrar os irmãos padres, mesmo que pela tela do computador. Dom Jaime foi muito feliz na sua colocação propondo-nos um ‘situar’ da vida e da vocação: Onde estás? Como estás, aonde estás? Desde quando estás onde estás? Por que estás onde estás? Até quando? Ele nos possibilitou uma reflexão mais aprofundada do texto das Bodas de Caná (Jo 2,1-12), partindo das situações, personagens e símbolos presentes no texto. ‘Eles não têm vinho!’ (v.3), constatou a Mãe de Jesus. Ela, sendo a grande portadora da alegria da Boa Nova, notou que faltava naquela festa a alegria. Ela deu o primeiro passo para que Jesus se manifestasse e se apresentasse como o ‘Vinho’ da alegria de Deus. Com a presença d’Ele, tudo naquela festa foi transformado em alegria. A alegria do Evangelho é o próprio Jesus. Gratidão a Deus por esses dias abençoados”, disse pe. Heraldo.
Pe. Samuel Araújo Ferreira, vigário na paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Borda da Mata, reforçou que o retiro foi um momento de partilha e de encontro para cultivar a alegria.
“Como é bom os irmãos estarem juntos, seria melhor ainda se estivéssemos juntos presencialmente. Este retiro do clero foi marcado por um momento de partilha e encontro, tanto virtual quanto pessoal. No primeiro dia, a pergunta que surgiu foi: ‘Onde estás?’. Algo já nos fez ir lá no íntimo de nós mesmos, onde estamos no processo de conversão. A partir desse ponto de partida, fomos introduzidos ao mistério do Amor de Deus, por meio da passagem da festa de casamento de Caná da Galileia (Jo 2,1-12). Jesus está ali, Maria está ali e os discípulos também. Assim, começamos um caminho que é particular. Precisamos, sim, trilhar esse caminho com Jesus num processo de discernimento para vivermos em nossos corações a determinação, começando a partir de nós mesmos, e nos lançarmos ao mundo de uma forma ímpar e toda cheia de vida. O retiro foi para mim e para todos nós um roteiro de viagem para sermos cada vez mais discípulos missionários do Reino, oferecendo, com a nossa generosidade, o bom vinho da alegria, resultado de uma obediência aos pedidos de Jesus, sem nos esquecermos do pedido de Maria: ‘Fazei o que Ele vos disser’”, declarou pe. Samuel.
Segundo o pe. Reinaldo dos Santos, pároco da paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Conceição dos Ouros, dom Jaime expressou que dom Jaime ajudou os participantes do retiro a resgatar a alegria do Evangelho.
“O retiro espiritual com dom Jaime teve como fio condutor a passagem bíblica das bodas de Caná. Partindo deste texto bíblico, dom Jaime nos lembrou que a nossa alegria está no Evangelho. A alegria do evangelho é a força de Deus para quem crê e culmina na cruz e ressurreição de Jesus”, partilhou pe. Reinaldo.
Pe. Luiz César Moraes, residente em Itajubá e auxiliar na paróquia São Benedito, evidenciou um pensamento de Santa Clara de Assis.
“Dom Jaime, pelas suas orientações, meu retiro me levou a descobrir que o Tesouro está aqui onde eu estou. Como no dizer de Santa Clara de Assis: ‘Devo florir onde o Senhor me plantar’”, destacou pe. Luiz César, ao agradecer o bispo pregador.
Dom Majella participou de todos os dias do retiro e, na última oração, agradeceu a dom Jaime pela sua oportuna condução do retiro do clero da arquidiocese.
“Querido irmão de missão, o senhor entrou em nossa casa e nos convidou para uma festa. Essa foi a experiência que pudemos viver nesses dias de retiro. A alegria de estar na festa, para mim, foi muito importante, porque me considerei um convidado. Todos nós nos consideramos um convidado nessa festa. Percebemos que o convidado tem um compromisso com a festa. Ele não é apenas um convidado, um bisbilhoteiro. Ele tem um compromisso que depende do lugar que ele tem na festa. Foi isso que Maria mostrou para nós. Maria também foi convidada, como Jesus e seus discípulos. Mas foi no lugar onde Maria estava que ela percebeu o que faltava naquela festa. Eu acredito que o senhor apontou isso para nós. A gente precisa estar no lugar certo, sempre, para poder perceber as necessidades do Povo de Deus, as necessidades daqueles que querem festejar. (…) As palavras do senhor e toda reflexão que pudemos vivenciar nesses dias foram para nós um aperitivo para a festa da eternidade. A festa de Caná nos leva para a festa da eternidade. Com certeza, na festa da eternidade poderemos dizer ao Senhor nosso sim, que nos reservou o melhor vinho, dependendo do nosso lugar, chamados para viver essa festa da eternidade”, agradeceu dom Majella a dom Jaime, fazendo um comentário sobre as Bodas de Caná, texto partilhado ao longo do retiro espiritual.
Outros padres do clero arquidiocesano participaram de retiro espiritual, assessorado pelo cardeal dom José Tolentino de Mendonça, de 2 a 6 de agosto, de modo on-line, em conjunto com a arquidiocese de Juiz de Fora (MG) e o Regional Leste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A Pastoral Presbiteral da arquidiocese agradece as orações dos fiéis das comunidades pelo clero nesses dias de retiro.