Paróquia de Itapeva acolhe família de refugiados venezuelanos

6 de dezembro de 2019

A paróquia de São Sebastião, de Itapeva, acolheu no último dia 26 de novembro uma família de refugiados vindos da Venezuela. São 4 pessoas: a mãe, Cruz Zoydee, e seus três filhos, Johnny (26), Sorimar (26) e Adrian (14). As paróquias de Santa Rita do Sapucaí, Bueno Brandão e Andradas também já acolheram alguns venezuelanos.

Naturais da cidade venezuelana de Anaco, no estado de Anzoátegui, entraram no Brasil no dia 4 de setembro deste ano pelo estado de Roraima, de ônibus, se instalando primeiro na cidade de Boa Vista. Viviam em casas-abrigo, apesar de muitos venezuelanos morarem nas ruas, onde há muitos conflitos entre brasileiros e venezuelanos.

Da Venezuela fugiram da grave crise no país, dos baixos salários e produtos de subsistência caros e da falta de emprego.

Segundo o pároco da paróquia de Itapeva, padre Lucimar Goulart, a ideia de acolhê-los surgiu após um incentivo do arcebispo dom Majella, que vem falando desse gesto concreto de acolher migrantes nas paróquias da arquidiocese de Pouso Alegre.

“Nosso arcebispo tem insistido muito na ideia de acolhida dos migrantes, porém, era uma realidade longe. Em visita ao seminário Arquidiocesano no dia 25 de outubro de 2019, eu tive contato com algumas famílias da região e com o padre Odair, que estavam esperando 25 refugiados que seriam acolhidos pela Província. Me informei com o padre Odair, que já havia acolhido alguns refugiados. Reuni a comunidade de Itapeva, como coordenadores das pastorais e movimentos e a Sociedade São Vicente de Paulo, e propus a acolhida dos venezuelanos. Todos acolheram a ideia com alegria. Então, voltei a falar com o padre Odair e ele providenciou esta família, que veio de Boa Vista para Belo Horizonte, depois Varginha, Pouso Alegre e Itapeva”, explicou.

O combinado com a família é de que a comunidade de Itapeva, a princípio, iria ajuda-los por seis meses. Toda a cidade de Itapeva se envolveu com a acolhida dos refugiados, incluindo o CRAS do município.

“Primeiro a comunidade alugou uma casa e a mobilhou. O sustento será com o aluguel, alimentação, água e luz, até que tenham condições de trabalhar, conhecer melhor a língua portuguesa e possam se sustentar sozinhos”, disse.

A família também está sendo acompanhada por uma catequista e um professora voluntária de língua portuguesa.

“O material usado para o estudo da língua foi produzido pela ONU e é específico para refugiados, está disponível na internet. A catequista é argentina naturalizada, viveu algum tempo na Venezuela, vai dar a assistência espiritual que eles precisam”, finalizou.