Pastoral emite orientações para catequese infantojuvenil
A Pastoral de animação Bíblico Catequética da arquidiocese de Pouso Alegre emitiu no último dia 14 de junho algumas orientações sobre a catequese infantil para o ano de 2021. Tais orientações procuram se inspirar nos Documentos da Igreja, na comunhão com o Regional Leste II da CNBB, na consulta a especialistas e autoridades competentes, além é claro, da partilha das coordenações setoriais de catequese.
“Como todos sabemos, a pandemia que ainda vivemos, trouxe e trará muitas consequências à vida pastoral da nossa Igreja. O futuro incerto trás receios e inseguranças. O itinerário catequético das nossas comunidades foi afetado diretamente e, ainda estamos tentando aprender a RE-COMEÇAR em meios aos percalços deste caminho”, traz a carta.
Seguem as reflexões apresentadas pela Pastoral:
1) As atividades catequéticas presenciais, ainda não foram liberadas em nossa arquidiocese. Lembramos que esta se encontra na quarta fase do plano de retomada das atividades pastorais da arquidiocese e, ainda não avançamos a esta fase;
2) Vale lembrar que a família do catequizando é (ou ao menos deveria ser), o lugar primeiro e privilegiado de catequese. Este é o momento para que os pais assumam o protagonismo catequético dos seus filhos(as); inclusive incentivando e levando-os às nossas celebrações presenciais que procuram obedecer aos protocolos sanitários. Entendemos que a catequese não pode ser “terceirizada”; infelizmente há muitos pais/responsáveis que negligenciam sua responsabilidade;
3) Contudo, várias comunidades conseguem realizar encontros no formato online. Queremos lembrar que esses encontros, de certa forma, podem ser “validados” como encontros catequéticos. Porém, esta modalidade traz consigo certas dificuldades como:
- 3.1) Nem todos os catequistas e catequizandos tem acesso fácil a internet e a celulares ou computadores (lembremos aqui principalmente nossos irmãos e irmãs da área rural de difícil acesso e/ou grandes distâncias da área urbana);
- 3.2) Diferentemente da escola, a catequese não privilegia somente o CONTEÚDO DADO, mas para nós é importante o contato, os símbolos, a experiência em si do encontro catequético que, como se sabe, não é “despejar” conteúdos da fé, realizar “provas” e ser aprovado aos sacramentos, mas fazer um caminho de proximidade e intimidade com o Senhor;
- 3.3) Há também a problemática referente ao tempo excessivo em frente as telas (celulares, computadores e demais) já proporcionada pelo alto número de atividades escolares; não é difícil encontrar crianças, adolescentes e jovens estressados, exaustos e com síndromes psíquicas (ansiedade, tristeza excessiva, vazio, medo, etc);
- 3.4) E, diante desta realidade também nos surge a questão: até que ponto nossos catequizandos estão aproveitando desses encontros no formato online? (logicamente há experiências positivas e inspiradoras), mas acreditamos que esta modalidade ainda é “seletiva” e em parte duvidosa no que diz respeito ao comprometimento;
4) Como já foi orientado às coordenações setoriais, a Catequese Arquidiocesana SUGERE “não abrir novas turmas de catequese” até que se tenha uma segurança para os encontros presenciais;
5) É preciso orientar aos fiéis que a idade do catequizando não é a mais importante para o processo, mas sim o caminhar realizado ao encontro do Senhor e que os sacramentos são uma “consequência” e não um fim propriamente dito deste itinerário (aos moldes escolares de diplomação e conclusão de curso);
6) As celebrações da 1a Eucaristia das crianças já foram e/ou estão sendo realizadas segundo as orientações da arquidiocese no plano de retomada e as condições de cada paróquia. As crismas ainda estão suspensas até orientação do senhor arcebispo;
7) A Catequese Arquidiocesana está ciente dos inúmeros passos que deverá dar frente a projetos como: ministério do catequista (concedido pelo Papa Francisco), estudo do Diretório para a Catequese (2020), elaboração do Diretório Arquidiocesano de Catequese, reformulação das coordenações setoriais de catequese e coordenação arquidiocesana etc. Pedimos que a Luz de Deus no guie neste processo;
8) Sugere-se às equipes paroquiais de catequese que se aproveite este momento para a formação do grupo de catequistas (como for possível), a fim de que se mantenham motivados, instruídos e, assim que nos for possível, possamos retomar nossa caminhada catequética que nos é tão cara;
9) Nossa Arquidiocese está no caminho sinodal. E, como sabemos, sínodo significa CAMINHAR JUNTOS. É preciso abraçar esta causa. A catequese arquidiocesana quer fazer este caminho unida ao nosso pastor Dom Majella, aos senhores padres e aos cristãos leigos e leigas. Desejamos estar em plena comunhão uns com os outros e com nossa Igreja Particular. Fora desta comunhão, entende-se que o caminhar é perigoso e sombrio.
O itinerário catequético de nossas comunidades sempre foi marcado por grandes desafios, mas isto nunca nos impediu de caminhar na alegria de anunciar o evangelho de Jesus, pois esta é a vocação do catequista: anunciar, anunciar e anunciar. “O encontro com o Messias (Jo 1,35-51), no mundo contemporâneo, é possível. Mas precisa ser proposto de maneira a cativar mais as pessoas, para que se possa fazer a experiência impactante da verdadeira adesão a Jesus” (IVC, doc. 107, n.54).