Seminário arquidiocesano celebra 120 anos de fundação

9 de setembro de 2019

Terminou nesta segunda-feira (9) as festividades de 120 anos do Seminário Arquidiocesano Nossa Senhora Auxiliadora, com a presença dos bispos da Província Eclesiástica e também de todo o clero arquidiocesano. No sábado (7), os familiares dos seminaristas, e no domingo (9), os benfeitores, já puderam celebrar esta data importante.

Participaram hoje cerca de 80 padres, religiosos, seminaristas e leigos. Os bispos de Campanha e Guaxupé, dom Pedro Cunha e dom José Lanza Neto, respectivamente, participaram das comemorações. O arcebispo metropolitano de Pouso Alegre, dom José Luiz Majella Delgado – C.Ss.R., participou e celebrou dos três dias.

Lançamento do Projeto Formativo

Na primeira parte da manhã, foi realizado o lançamento do Projeto Formativo, que quer ser um programa para o itinerário educativo dos candidatos ao sacerdócio ministerial, elaborado a partir das fontes bíblicas e magisteriais, na esteira da nova Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis, elaborada para a Congregação para o Clero e promulgada pelo Papa Francisco em 8 de dezembro de 2016.

“Cada Igreja particular é chamada a debruçar-se sobre esse documento do magistério e elaborar guias consolidados para o seu itinerário formativo, pois o dom da vocação ao presbiterado, conferida por Deus ao coração de alguns homens, exige da Igreja propor-lhes um sério caminho de formação. Com isso, o Projeto Formativo quer ser uma bússola segura para conduzir a vida e a missão do Seminário, a fim de continuar formando os futuros presbíteros, segundo o Coração de Deus”, afirmou o reitor, padre Ivan Paulo Moreira.

Ainda segundo o reitor, esse Projeto Formativo é uma construção em mutirão, a partir da riqueza da multiplicidade de vivências e perspectivas eclesiais, de modo a torná-lo englobante e participativo.

Padre Francisco entrega o Projeto Formativo para dom Majella

“Tudo começou com a chegada de nosso quarto arcebispo metropolitano, dom José Luiz Majella Delgado – C.Ss.R., em agosto de 2014, o qual, desde os seus primeiros encontros com a equipe formadora, já salientou a importância da atualização dos guias e estatutos vigentes na formação dos futuros presbíteros. Já em 2016, em reunião do Conselho de Ordens e Ministérios da Arquidiocese, houve a aprovação da constituição de um Conselho de Formação que se incubisse da preparação do projeto. O ano de 2017 foi dedicado ao estudo e à discussão do Projeto Formativo pelo Conselho de Formação. Em 2018, ocupou-se da redação do Projeto. Já neste ano de 2019, aconteceram a aprovação do texto atual do Projeto Formativo pelo Conselho de Ordens e Ministérios e a sua apresentação na festa dos 120 anos de fundação do Seminário”, explicou padre Ivan.

Fizeram parte da comissão responsável pela elaboração do novo Projeto Formativo: o arcebispo metropolitano, dom José Luiz Majella Delgado – C.Ss.R.; os padre formadores, padre Ivan Paulo Moreira, padre Francisco José da Silva e padre Lucas da Silva Crispim; o padre Adriano São João; a psicóloga Leidilene Pereira; o professor Giovanni Marques Santos; e um seminarista de cada etapa formativa, Rafael Silveira Pires Xavier (Etapa Configurativa), Gabriel Henrique Rodrigues (Etapa Discipular) e Gustavo Eustáquio dos Santos (Etapa Propedêutica).

“Gratidão é a palavra mais expressiva neste momento. Agradeço aos membros do Conselho de Formação por esse ardoroso e satisfatório trabalho. Desejo que este instrumento possa ajudar cada formando a continuar se encantando com Cristo Bom Pastor, tornando-se seu discípulo e configurando-se a Ele”, finalizou o reitor.

Ao final desta apresentação, o arcebispo, em nome de toda a arquidiocese, presentou o Seminário com um cálice, já que, segundo ele, “a vida do Seminário deve girar em torno da Eucaristia”.

Santa Missa

Após esse momento de apresentação e homenagens, todos participaram da Santa Missa, celebrada na Capela do Seminário pelo arcebispo metropolitano e concelebrada pelos bispos e padres ali presentes.

Em sua homilia, dom Majella, ressaltou seu agradecimento à casa formativa e também a todos os padres que ali se formaram.

“Obrigado pelo testemunho de perseverança na dedicação pastoral; obrigado por celebrar diariamente a Eucaristia e acolher com misericórdia no sacramento da Reconciliação, sem rigorismos nem laxismos; obrigdo por ungir e anunciar a todos, com ardor, o Evangelho de Jesus Cristo; obrigado por procurarem reforçar os vínculos de fraternidade e amizade no presbitério e comigo, vosso bispo. Além da fraternidade sacerdotal, obrigado por estarem disponíveis para ir ao encontro do povo de Deus. Não podemos mais ficar fixados apenas na sede da paróquia. Temos necessidade, como pastores, de ir ao encontro dos fiéis”, disse dom Majella.

Ele reforçou duas vezes: “O padre deve ser presença e não visitante na comunidade”.

A partir da passagem bíblica das Bodas de Caná (Jo 2,1-11) utilizada na celebração, o arcebispo disse que o ensinamento que pode ser colhido nesta festa jubilar é: “o jovem vocacionado que vive nesta casa se não despossuir e entrar na presença de Deus para entender o que significa fazer o que Jesus mandar, não conseguirá saborear o vinho bom, capaz de reavivar o espírito. Cada seminarista é o protagonista da própria formação e é chamado a um caminho de constante crescimento no âmbito humano, espiritual, intelectual e pastora”.

Conhecer a história do Seminário Arquidiocesano, segundo dom Majella, é responder aos fiéis o que a Igreja espera de seus seminaristas, já que eles, no futuro, serão os sacerdotes que estarão à frente das comunidades.

“Sim, este Seminário é um dom extraordinário do amor de Deus. É o fruto da graça de Deus. É um marco no Sul de Minas. Foi um pequeno grupo de 11 crianças que iniciaram esta história de 120 anos. Dentro todas as circunstâncias que marcaram a fundação deste Seminário, assinalamos que ele nasceu sob o signo da fé, tendo como padroeira Nossa Senhora Auxiliadora. Ao longo desses anos esta casa de formação vem procurando formar homens a serviço da evangelização. Favorece e assegura um processo formativo, no acompanhamento vocacional, conduz aqueles que foram chamados a decifrar e a percorrer o dinamismo próprio da vocação, o seu desenvolvimento gradual e concreto nas fases do procurar Jesus, do segui-Lo e do permanecer com Ele”, ressaltou.

Dom Majella também lembrou que esse ano jubilar, com a presença dos setores pastorais da Arquidiocese, reforçou a necessidade de se rezar pelas vocações sacerdotais.

“Que a presença dos setores pastorais celebrando ao longo do ano este acontecimento jubilar tenha despertado nas comunidades o compromisso de rezarem pelas vocações, abraçando assim uma causa comum: cada paróquia uma nova vocação”.