Arquidiocese inicia fase diocesana do Sínodo dos Bispos
Dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R., arcebispo metropolitano, padres, religiosos e leigos deram início à fase diocesana do Sínodo dos Bispos 2021-2023 com missa na catedral metropolitana, neste domingo (17).
A abertura do Sínodo dos Bispos nas Igrejas Particulares aconteceu neste domingo em todo o mundo, a pedido do papa Francisco. Na catedral do Bom Jesus, em Pouso Alegre (MG), estiveram presentes o arcebispo, membros da equipe diocesana do Sínodo dos Bispos, padres, religiosos e fiéis representantes das paróquias, pastorais e movimentos da arquidiocese. No dia 10, o papa abriu as atividades do Sínodo com missa na basílica de São Pedro, no Vaticano.
Veja: Papa Francisco abre processo sinodal.
Dom Majella nomeou como membros da equipe diocesana do Sínodo dos Bispos: pe. Edson Aparecido da Silva; pe. Luiz Francisco Marvulo, C.M.F.; Djalma Pelegrini; Suzana Coutinho; Lidiane Schimidt dos Santos Machado e José Luiz de Souza Machado.
Dom Majella com membros da equipe diocesana do Sínodo dos Bispos, ao final da missa.
Para o arcebispo, o Sínodo dos Bispos será um desafio para a Igreja ir além dos templos, dialogar com a sociedade, ser mais missionária, evangelizadora e profética.
“Nós estamos em um momento único na Igreja, que é a realização desse Sínodo, que o papa Francisco faz chegar a todas as Igrejas Particulares, para uma participação do nosso povo, uma participação de todo cristão. Então, a minha expectativa é de um grande desafio, uma tarefa difícil, porque nós precisamos entrar nesta fase diocesana do Sínodo dos Bispos, indo além dos nossos templos. Por isso é que eu considero uma tarefa difícil. Mas, não é impossível, porque, como o papa Francisco vem afirmando e eu também tenho a certeza, quem nos conduz é o Espírito Santo. Então, esse desafio vai nos levar a ser uma presença de Igreja no mundo de hoje, uma Igreja que realmente participa da sociedade, que dialoga com ela; que está aberta a várias culturas; que se posiciona como missionária, evangelizadora e profética”, disse o arcebispo em entrevista antes da missa de abertura.
Na homilia, na qual refletiu as leituras do 29º Domingo do Tempo Comum, dom Majella ressaltou que o discípulo é aquele que serve a todos e, assim, se torna grande diante de Deus.
Arcebispo, padres e ministros auxiliares durante a missa de abertura do Sínodo.
Para o arcebispo, a Igreja só será completamente cristã quando existir nela cristãos prontos a servir gratuitamente, sem interesse, sem busca de privilégios, enfrentando todo tipo de sofrimento, perseguição e morte.
Veja: homilia de dom Majella na íntegra.
O que é Sínodo dos Bispos?
O Sínodo dos Bispos é uma instituição permanente da Igreja Católica, criada pelo papa Paulo VI em 1965, como uma resposta ao desejo dos bispos de manterem viva a experiência de colegialidade episcopal vivida no Concílio Vaticano II (1962-1965). Esse sínodo é periódico, temático, constituído por bispos e tem a função de consulta ou deliberação, a ser ratificada pelo papa, para o governo da Igreja.
Sínodo 2021-2023
O próximo sínodo acontecerá de 2021 a 2023. Esse evento tratará do tema da sinodalidade como uma forma de reflexão sobre a Igreja e como incentivo para a participação de todos os batizados na missão evangelizadora, em vista de um fortalecimento da cultura sinodal nas ações e estruturas eclesiais, com mais participação e responsabilidade compartilhada.
Logotipo oficial do Sínodo dos Bispos 2021-2023.
Fase diocesana
O papa Francisco propôs um caminho de preparação para o Sínodo dos Bispos, que terá uma fase diocesana e continental. A fase diocesana do Sínodo dos Bispos vai de outubro de 2021 a março de 2022, com atividades de escuta e reflexão, envolvendo as comunidades, paróquias, movimentos e vida consagrada.
Equipe diocesana
Antes da missa de abertura, os membros nomeados da equipe diocesana do Sínodo dos Bispos concederam entrevista e manifestaram as suas expectativas com relação a esse evento sinodal.
Pe. Edson apresenta os membros da equipe diocesana do Sínodo dos Bispos.
Pe. Edson, coordenador arquidiocesano de Pastoral e coordenador da equipe diocesana do Sínodo dos Bispos, falou sobre a importância da participação dos fiéis das comunidades nas atividades do Sínodo.
“A minha expectativa para o Sínodo dos Bispos 2021-2023 é das melhores possíveis, desde que o nosso povo se envolva na participação, na comunhão e na missão, pois este Sínodo, proposto pelo papa Francisco, é para uma Igreja sinodal, onde vamos trabalhar, caminhar juntos, levando, dando voz e vez para todos os cristãos batizados. Como coordenador da equipe diocesana do Sínodo dos Bispos aqui na Igreja Particular, minha missão é animar, promover as forças vivas de nossa Igreja”, disse pe. Edson.
Djalma Pelegrini, da paróquia de Santo Antônio, em Pouso Alegre, e membro da Escola Diaconal Santa Dulce dos Pobres, afirmou que o Sínodo será um momento para a Igreja caminhar com mais diálogo e escuta.
“A expectativa é a de que nós, enquanto Igreja, vivendo esse bonito momento do caminhar juntos, possamos nos abrir ainda mais ao diálogo, à escuta, para repensar novos meios para nossa caminhada, à luz do Evangelho de Nosso Senhor Jesus, e atentos a tudo aquilo que hoje se faz necessário para que a nossa Igreja seja viva, em caminho, testemunhando a verdade do Evangelho, solidária com as necessidades dos filhos e filhas de Deus e buscando luz para tantas realidades obscuras na nossa vida em sociedade”, declarou Djalma.
Lidiane e José Luiz, que são casados e membros da paróquia São João Batista, em Pouso Alegre, e da Pastoral Familiar, destacaram que o Sínodo será um tempo de escuta.
“Nós estamos bastante esperançosos com o Sínodo dos Bispos e desejamos ser instrumentos de Deus nesse momento, a fim de que a gente consiga atender o apelo do papa Francisco, que é ouvir o Povo de Deus e fazer com que essa voz seja, de fato, aprendida e vivenciada em nossa Igreja”, disse Lidiane. “Como diz o papa Francisco, nós temos que ser uma Igreja da escuta. Que este Sínodo dos Bispos realmente seja para que todos nós cristãos levemos a Boa Nova, a esperança. Que seja um momento de muita união em nossa Igreja”, afirmou José Luiz.
Pe. Luiz Marvulo, CMF, pároco da paróquia do Imaculado Coração de Maria, em Pouso Alegre, e membro da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), defendeu que o Sínodo será uma oportunidade para a Igreja retornar as suas origens e descobrir caminhos de evangelização, diante das necessidades dos fiéis.
“A expectativa é bastante grande, em especial nesta nova caminhada da Igreja. É um redescobrir das suas origens, desta sinodalidade, deste caminho de comunhão, iniciando pelas bases, para que a Igreja possa encontrar as reais necessidades de todo o povo, de todos os fiéis. Um redescobrir, pouco a pouco, juntos, também deste caminho, de todos os fiéis de se sentirem parte, se sentirem atuantes nas decisões que a Igreja começa a tomar, nos caminhos que ela vai propondo para todos nós, povo fiel. Há expectativa de voltarmos às origens e todos nos sentirmos parte e colaboradores nos caminhos que a Igreja nos apresenta”, falou pe. Luiz.
Suzana Coutinho, da comissão diocesana de Catequese com Adultos, por sua vez, comentou que o Sínodo será um grande momento para a Igreja entender melhor a sua missão no mundo de hoje.
“Vejo que é um grande momento para a Igreja se rever, para ela olhar os seus passos, entender melhor a sua missão, chamar as pessoas à participação, depois de um momento que tivemos que ficar tão distanciados, por conta da pandemia, e, agora, somos chamados a dar esse testemunho de comunhão para realizarmos bem a nossa missão. Eu penso que o Sínodo nos faz voltar ao foco principal do que é ser Igreja. Eu entendo que é esse momento de nós refletirmos mais profundamente a nossa missão de Igreja no mundo de hoje”, expressou Suzana.
Em breve, será publicado um material popular para comunidades e paróquias realizarem a consulta da fase diocesana do Sínodo dos Bispos. Esse material está sendo elaborado pela arquidiocese de Pouso Alegre, a pedido da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e será disponibilizado para as Igrejas Particulares do país.
Com imagens da Pastoral da Comunicação da paróquia do Bom Jesus e do arquivo da equipe diocesana do Sínodo dos Bispos.