Participantes da 2ª Semana de Liturgia emitem carta ao povo de Deus

7 de agosto de 2018

Os participantes da 2ª Semana de Liturgia da Província Eclesiástica de Pouso Alegre emitiram nesta semana uma carta com algumas conclusões, reflexões e indicações sobre o tema proposto: “Sacramentos de cura e liturgia”. O encontro ocorreu entre os dias 23 e 27 de julho na cidade de Campanha.

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https://arquidiocesepa.org.br/webroot/upload/img/files/carta-Semana-Liturgia—ao-povo-de-Deus.pdf

Entre as propostas para as paróquias e equipes de liturgia estão o “cuidar para que as celebrações sejam precedidas por processos catequéticos e formativos que valorizem e eduquem para o real significado do Sacramento da Reconciliação e da Unção dos enfermos” e “restituir às celebrações desses sacramentos sua dimensão simbólico-mistagógica, evidenciando a riqueza da sua ritualidade, a dimensão comunitária e os compromissos sociotransformadores que brotam delas”.

Leia a carta na íntegra

“Nós, os participantes da II Semana Provincial de Liturgia da Província Eclesiástica de Pouso Alegre (MG), realizada na antigo colégio Nossa Senhora de Sion, em Campanha (MG), de 23 a 27 de julho de 2018, experimentamos a infinita misericórdia de Deus, que nos revela, em seu amor materno, seu desejo de sempre nos comunicar a vida e a paz.

Os Sacramentos de Cura e Liturgia foi o tema que nos congregou, e fomos iluminados pelo lema: “Hoje a salvação entrou nessa casa” (Lc 19,9).

Em um mundo dividido, fragmentado, doente e ferido – tristes marcas do pecado – tão necessitado de cura e compaixão, fomos privilegiados com esse tempo de reflexão e aprofundamento da misericórdia como principal qualidade de Deus, fonte de perdão, cura e salvação, que se realizam na vida do cristão por meio dos Sacramentos da Reconciliação e da Unção dos Enfermos.

Ressoou em nossos ouvidos e corações o apelo de nosso querido papa Francisco: “E vamos logo ao Senhor: misericórdia é a atitude divina que abraça, é o doar-se de Deus que acolhe, que se dedica a perdoar… Pode-se dizer que a misericórdia é a carteira de identidade de nosso Deus” (O Nome de Deus é Misericórdia).

Experienciamos a misericórdia divina por meio da Palavra ouvida e celebrada, na participação dos Sacramentos da Reconciliação e da Unção dos Enfermos, nas vivências mistagógicas, na convivência, na vida fraterna, nas partilhas da vida pessoal e comunitária, na reflexão, nos cantos, na alegria, no testemunho de acolhida e de solidariedade.
Voltamos, hoje, carregados de sementes, na certeza de que elas precisam ser lançadas no chão da vida e da realidade de nossas comunidades e sociedade, para que a salvação continue entrando e acontecendo em nossas casas.

O que vimos e experimentamos com mais consciência?

– Que o rosto de Deus revelado em Jesus é misericordioso;
– O sacramento da Reconcilação como confissão (proclamação) da gratuidade de Deus e louvor pela graça do seu perdão que nos antecede e regenera sempre;
– O sacramento da Unção dos Enfermos como sinal eficaz da presença amorosa e cuidadora de Deus, manifestada nos momentos de debilidade, doença e sofrimento.
Como desafio-oportunidade percebemos a nossa pouca compreensão da profundidade e riqueza desses sacramentos, o que exige: conscientização, catequese e cuidado para que a celebração expresse, na sua ritualidade, a ação de Deus que visita seu povo, cura, regenera e salva.

Que compromissos assumimos?

01. Rever a imagem de Deus que está por detrás do nosso modo de compreender e viver os Sacramentos da Cura e a noção de pecado que trazemos conosco. A experiência de Deus, Pai das misericórdias (cf. 2Cor 1,3), revelada plenamente no Mistério Pascal, nos faça instrumentos de misericórdia, bondade e gratuidade na Igreja e no mundo;
02. Cuidar para que as celebrações sejam precedidas por processos catequéticos e formativos que valorizem e eduquem para o real significado do Sacramento da Reconciliação e da Unção dos enfermos;
03. Restituir às celebrações desses sacramentos sua dimensão simbólico-mistagógica, evidenciando a riqueza da sua ritualidade, a dimensão comunitária e os compromissos sociotransformadores que brotam delas;
04. Evidenciar as consequências da experiência da misericórdia na vida, sobretudo da celebração da Reconciliação, enfatizando o compromisso a ser assumido, principalmente por meio da realização das obras de misericórdia, como ressonância pessoal da misericórdia divina.

Tendo contemplado a misericórdia de Deus, contamos com sua graça para que ela seja o fundamento da nossa vida. Como “sal da terra e luz do mundo” (cf. Mt 5,13-14), nos comprometemos, como instrumentos de misericórdia, a colaborar para que ele seja lugar de proximidade, de solidariedade, de acolhida, de cuidado e de encontro fraterno.

Que a Virgem do Carmo, a Mãe da Misericórdia, interceda por nós, para que, com fidelidade, olhemos com compaixão para as dores do mundo e proclamemos com a vida a esperança que brota do coração misericordioso de seu filho Jesus.

Imploramos para todos as bênçãos de Deus, e pedimos que rezem por nós e por nossas comunidades!”

Campanha, 27 de julho de 2018