#Reflexão: 28º domingo do Tempo Comum (15 de outubro)

11 de outubro de 2023

A Igreja celebra o 28º Domingo do Tempo Comum, neste domingo (15). Reflita e reze com a sua liturgia.

Leituras:
1ª Leitura: Is 25,6-10a
Salmo: 22(23),1-3a.3b-4.5-6 (R. 6cd)
2ª Leitura: Fl 4,12-14.19-20 ou mais breve 22,1-10
Evangelho: Mt 22,1-14

 

Acesse aqui as leituras.

 

BANQUETE DE VIDA NOVA

O banquete na Bíblia é um dos sinais da generosidade e da bênção de Deus. Para um povo que tinha o mínimo para a subsistência, uma festa com carne em abundância e com os melhores vinhos, era algo tido como de “outro mundo” e muito longe da realidade da maioria das pessoas. Era para eles, o símbolo do paraíso.

Pois bem, o profeta Isaías profetiza um novo tempo para o povo de Deus aonde esta realidade, um dia iria se realizar neste mundo. Juntamente com o banquete com as melhores carnes e os vinhos mais apreciados será a realização de uma realidade que todos sonhavam e que Deus promete como certa, através do seu profeta.

No Evangelho de Mateus deste domingo, Jesus nos conta mais uma parábola e esta, mais uma vez, tem como destinatário os fariseus e os sacerdotes do seu povo. Eles estavam profundamente ligados à religião na época de Jesus e sempre se colocaram contra as Suas propostas de Reino de Deus. Sentiam-se os “melhores”.

A parábola de Jesus retrata muito bem a realidade de seu tempo e, infelizmente, também de nosso tempo. Como é comum nos ensinamentos de Jesus, Nosso Deus sempre vem ao nosso encontro, Ele sempre nos oferece o melhor que possui; Ele manda Seus servos para nos convidar e procura insistir para que façamos festa com Ele. Como na imagem proposta pelo profeta Isaías, tudo está preparado por Deus com o que existe de melhor, sempre com fartura e abundância.

Jesus nos conta uma história de um rei que prepara uma grande festa de casamento com o que existia de melhor na época. Quando tudo já estava pronto, ele manda os empregados chamar os convidados. O rei que possui tudo e todo poder, se propõe a oferecer o que havia de melhor e parece que os primeiros a serem convidados já estavam advertidos sobre a festa e deveriam somente esperar que tudo estivesse pronto para banquetearem a vontade.

Triste é a resposta que dão aos servos que foram levar o convite do rei: total desprezo a tudo que o rei preparou com carinho. Todos de certa forma já sabiam da festa do filho do rei, mas não aceitaram o convite. Aqueles que se sentiam os melhores neste mundo, desprezaram o que o rei preparou e ofereceu gratuitamente. Tratava-se da festa de casamento do seu filho, momento mais importante, esperado e preparado pelo rei, mas tudo foi menosprezado por aqueles que já sabiam da festa.

Deparamo-nos, novamente, diante de um rei diferente, pois ele insiste, inicialmente, em convidar aqueles que deveriam ser os primeiros a participarem do banquete das núpcias do seu filho. Facilmente podemos perceber que o rei é Deus que através de seus servos (os profetas) procurou preparar o povo para o grande banquete do seu filho (Jesus). Os “primeiros convidados” foram os fariseus e a elite da religião da época. Eles sabiam da “vinda do Messias” e foram os primeiros convidados, mas desprezaram tudo. Nosso Senhor é o noivo que quis festejar seu casamento com sua gente, mas o povo não quis saber de nada e não aceitou o convite.

Jesus continua a parábola afirmando que tudo estava preparado e tudo foi oferecido no momento oportuno e que não se repetirá: a festa já estava preparada e as melhores bebidas com os melhores animais já estavam prontos, somente depois de tudo colocado à mesa é que os convidados foram convocados. O tempo e o momento são de Deus; as oportunidades de Deus são únicas e as recebem quem prontamente as acolhe com generosidade: as graças de Deus não esperam a nossa vontade e o momento que nós achamos que precisamos.

Mas, o rei é perseverante: manda mais servos para insistirem no convite: os mais próximos e preparados tinham a precedência para a festa, mas desprezaram o convite, maltrataram os servos e mataram outros. É evidente da parte do Rei de não deixar os primeiros convidados fora do seu banquete, mas diante da insistência do Rei, os tidos “melhores” responderam com mais violência e desprezo.

Aqueles que recusam o convite apresentam apego às coisas deste mundo: bens materiais (campo) e riquezas (negócios). Estas coisas materiais se tornaram mais importante que tudo e ocuparam o centro da vida dos primeiros convidados. Negar ao convite do Rei é traçar um futuro onde tudo que possuem será tirado e destruído: chegará um momento em que não lhes restará nada a não ser a condenação por terem negado o convite. Recusaram a oferta daquilo que o Rei tinha de melhor e acabaram perdendo tudo que tinham.

O Rei determina, então, que fossem chamados todos que se achassem pelas estradas e esquinas. Nesta festa, patrão é somente um: o Rei, pai do Noivo. Aqueles que rejeitaram se sentiam senhores de tudo que possuíam. Para eles, o rico tesouro do “tempo” era administrado somente por eles e até o Rei deveria se adequar às suas vontades. São pequenos reis de suas vidas e dos seus tempos.

Como naquele tempo, ainda hoje, o convite é feito com a mesma intensidade e abertura, mas as pessoas ainda continuam colocando as coisas de Deus em último lugar. O “tempo para Deus” ainda é aquele que resta, isto quando resta algo. Tudo tem prioridade e precedência.

A parábola de Jesus começa falando que eram poucos e os mais preparados que foram convidados. Diante do desprezo desses, o rei manda chamar todos aqueles que se encontrassem nas esquinas das ruas. Entram na festa de casamento, segundo Jesus, os maus e os bons (observe a ordem!), todos aqueles que acolheram o convite. Para participar da festa era preciso somente aceitar e acolher o convite, mas isto deve produzir algo novo e fundamental em cada pessoa.

Na parábola de Jesus, o rei se mostra alguém muito diferente. Diante da recusa dos que se achavam os “melhores”, Ele não desiste da sua festa, mas amplia o número de convidados. Os mais dignos e os “melhores” se perderam pelos caminhos da história e os lugares na festa daquilo que existia de melhor da parte do Rei para celebrar o casamento do seu filho, foram ocupados por aqueles que não eram os mais importantes.

Este Rei diferente na parábola de Jesus desce para festejar e caminha no meio daqueles que eram os últimos e abandonados pelos caminhos e “esquinas” (onde ficavam os mendicantes). É um rei que não tem dificuldade de festejar o melhor momento de sua vida com aqueles que eram os últimos neste mundo.

Mas, o Rei continua sendo exigente e as condições para participar da festa das núpcias do Filho do Rei continuam valendo: é necessário ter roupa nova e própria para festejar com o Rei. É necessário responder com nova atitude. O convite é do Rei, mas é necessário sempre corresponder com vida nova para permanecer na festa. Na Bíblia, “roupa” representa a identidade da pessoa. Todos que aceitaram o convite do Rei tinham uma “roupa nova” e adequada. Tinham deixado para traz o homem velho e se revestido do homem novo.

Jesus narra que o rei encontrou alguém que tinha aceitado o convite, tinha deixado tudo, tinha entrado na festa, mas ainda tinha as roupas de antigamente. Estava dentro da festa, mas com roupas antigas e velhas, por isto, foi expulso.

Paulo na 2a leitura nos ensina a estarmos totalmente desprendidos das coisas deste mundo e viver uma vida tendo como maior tesouro o nosso tempo para Deus. Ele é o fundamental e o necessário para nossa vida e tudo o mais, seja na abundância ou na carestia, não deve condicionar e nem atrapalhar a estarmos sempre a serviço de Deus.

 

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