#Reflexão: 7º Domingo da Páscoa – Ascensão do Senhor (29 de maio)

25 de maio de 2022

A Igreja celebra, no dia 29, a Ascensão do Senhor. Reflita e reze com a sua liturgia.

Leituras:
1ª Leitura:
At 1, 1-11
Salmo: 46, 2-3.6-7.8-9 (R.6)
2ª Leitura: Ef 1, 17-23
Evangelho: Lc 24, 46-53

Acesse aqui as leituras.

ASCENSÃO DO SENHOR

           Após a ressurreição, Jesus passou um período de tempo com seus discípulos, Lucas nos informa que foram 40 dias. Foram dias intensos, principalmente para assegurar a todos que Ele não era uma visão ou um fantasma, mas o próprio Senhor e Mestre que tinham conhecido. Mas, a principal atividade de Jesus Ressuscitado junto aos seus discípulos ia muito além. Jesus não tinha terminado a sua missão. Era necessário preparar os apóstolos para a próxima etapa do projeto de Deus.

A paixão, a morte e a ressurreição foram a maior expressão do amor de Deus para a humanidade. Na entrega total de Cristo na cruz e a sua vitória sobre a morte, todos os homens e mulheres foram redimidos e salvos. Mas, tudo isto não poderia ficar como um fato no passado e um momento especial na vida de alguns discípulos somente: todas as pessoas em todos os tempos e lugares deveriam não somente saber, mas principalmente acreditar em tudo que Ele fez por nós, pois este se tornou o caminho para cada pessoa se salvar.

            Após a Ressurreição até a Ascensão de Jesus aos céus (solenidade deste domingo), a Igreja de Cristo precisava ser preparada para dar continuidade ao projeto de salvação da humanidade iniciado por Cristo. Jesus fez tudo por nós, e caberia aos apóstolos e todos os próximos discípulos de Cristo, anunciar a Boa Nova da Redenção de Nosso Senhor. Eles já tinham experimentado Jesus como Mestre pelas estradas da Terra Santa; agora, deveriam também experimentar a presença do Ressuscitado para, somente assim, anunciar a humanidade tudo que Jesus fez antes e depois de sua morte.

São Lucas no final do seu Evangelho e no início do livro dos Atos dos Apóstolos lembra este momento especial de tristeza para os apóstolos e início da alegria para todos aqueles que iriam abraçar a mesma fé, novos discípulos não somente naquele tempo e lugar, mas em todo o mundo, para sempre, até a consumação dos tempos.

Jesus Ressuscitado em suas últimas palavras antes de “desaparecer” da vista de todos, procurou recordar o que todos iriam receber após a sua partida: o Espírito Santo prometido por Deus. Ele seria a nova forma de presença de Deus na vida das pessoas. No Batismo, o fiel passa a ter o mesmo amor e força que animou Jesus em sua missão, como disse Jesus no domingo anterior a quem O ama: “Eu e o Pai viremos e faremos morada nele!”

            Os apóstolos ainda não tinham bem entendido o que deveriam fazer. A pergunta feita a Jesus mostra a pouca visão da missão que eles deveriam iniciar após receberem o Espírito de Deus. Na questão apresentada, os apóstolos imaginavam algo muito simples e ainda como uma ação de do Mestre que conheciam bem. Eles pensavam que Jesus ainda iria fazer algo para “reconstruir Israel”, certamente, algo como uma revolução política contra o domínio romano. Jesus tinha outro projeto muito maior para todos e eles é que deveriam realizar.

Cristo esclarece que certas coisas sobre o futuro, somente Deus possui o conhecimento, mas a preocupação deles não deveria ser sobre o que irá acontecer. Com a força do Espírito Santo eles deveriam ser testemunhas de tudo que experimentaram a começar por Jerusalém estendendo-se até o final da história. Não é Jesus que deveria continuar fazendo algo, mas eles; não uma libertação com armas, mas através do testemunho anunciar tudo que presenciaram. Nesta história humana, a Igreja de Cristo deverá atuar, com sua fé e testemunho para que todas as pessoas possam ter acesso a Boa Nova da Salvação que Jesus conquistou para toda a humanidade.

Lucas recorda o momento final de despedida quando Nosso Senhor se distancia de todos subindo aos céus. Jesus os abençoa e desaparece da vista de todos. No final do texto da primeira leitura, aparecem “duas pessoas de branco” (como anjos) que chamam a atenção dos discípulos que a despedida de Cristo é algo por um breve tempo, pois “voltará do mesmo modo que O vistes subir aos céus”.

Com sua subida aos céus, Jesus se distancia de nossos olhos, mas permanece conosco de diversos modos: em cada pessoa, na Palavra de Deus e, principalmente, na Eucaristia. Cristo não nos abandonou e está conosco enquanto a história humana não tiver seu ponto final. Em algum tempo do futuro, Nosso Senhor se manifestará novamente, não como antes, quando veio visível a todos, mas como O Santo de Deus para concluir a sua missão. A sua Igreja possui, assim, a responsabilidade de anunciar Jesus Cristo e a Salvação a todos até que também sua missão se encontre com o último ato de Cristo nesta história que conhecemos.

            Sem a força do Espírito Santo, os apóstolos e os primeiros discípulos certamente não teriam conseguido realizar quase nada. A subida de Cristo aos céus não define o encerramento da missão de Jesus, mas inaugura uma segunda fase. Com a presença do mesmo Espírito que animou Jesus a conquistar a Salvação para nós, a Igreja passar a ser o principal instrumento de ação de Cristo na história.

Distanciando dos olhos daquelas pessoas, Jesus passa a caminhar não mais com um grupo de discípulos pelas terras de Israel, mas com todos que professarem a mesma fé e em todos os tempos e lugares. A despedida de Jesus, na realidade, foi um “até breve”, pois subindo aos céus, Ele abre o acesso de todos junto de Deus.

Na carta aos Efésios (2ª leitura), Paulo fala de um “espírito de sabedoria” oferecido a todos e esclarece a missão do Espírito que é aprofundar o conhecimento de Deus Pai e iluminar nosso coração para compreender três coisas: qual é a nossa esperança (nosso futuro), qual é o nosso tesouro (aquilo que nos espera como herdeiros entre os santos) e a suprema grandeza do seu poder para conosco (nada é maior que Deus).

No momento da ascensão de Jesus aos céus, ele os reúne, os abençoa e os envia. Eram homens ainda com muitas dúvidas, mas com um grande amor. Foi um gesto de grande confiança de Jesus em delegar uma missão sem limites e tempo; o terreno da missão dos discípulos é todo mundo e o anúncio que deveriam fazer deveria nascer dos seus corações e das experiências que tiveram com Jesus Mestre e Ressuscitado. Hoje, nós igreja do mundo atual, devemos continuar a mesma missão.

O caminho aberto por Cristo é o mesmo que cada fiel deverá percorrer um dia. Não mais uma estrada incerta e temerosa, mas um caminho seguro, pois por ele passou o próprio Senhor Jesus e venceu a morte, deixando esta estrada iluminada para todos nós. Jesus sobe aos céus e lá nos aguarda e nos receberá um dia com alegria.

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