#Reflexão: 31º domingo do Tempo Comum (30 de outubro)

A Igreja celebra, no dia 30, o 31º domingo do tempo comum. Reflita e reze com a sua liturgia.

Leituras:
1ª Leitura: Sb 11,22-12,2

Salmo: 144 (145),1-2.8-9.10-11.13cd-14 (R. cf. 1)
2ª Leitura: 2Ts 1,11-2,2
Evangelho: Lc 19,1-10

Acesse aqui as leituras.

NA CASA DE ZAQUEU

            A história de Zaqueu nos surpreende sempre que meditamos, pois os detalhes retratados por Lucas revelam a grandeza da misericórdia de Deus e as nossas misérias. A experiência do rico cobrador de imposto de Jericó mostra como nós temos muito que aprofundar sobre o amor de Deus e a acolhida entre nós.

O Evangelho deste domingo, Lucas retrata Jesus que estava atravessando Jericó. Entra em cena um personagem que o evangelista retrata com diversos particulares: ele possui um nome (Zaqueu), fato extraordinário, pois de mais nada se dirá dele no Evangelho; diz sua profissão (chefe dos cobradores de impostos) e sua posição social (era muito rico). Com estes detalhes, Lucas nos informa que ele era muito conhecido por todos e a sua profissão tornava Zaqueu um “pecador público” segundo os judeus. A sua riqueza conhecida era fruto do seu trabalho e da sua posição especial (chefe dos publicanos), isto denunciava a sua profunda ligação com o império romano. Zaqueu, certamente, era odiado por todos, tido com traidor e pecador, resumindo: o pior tipo do lugar. Lembrando que os cobradores de impostos eram quase sempre judeus, assim, eram odiados pelos próprios irmãos de pátria.

            Lucas retrata o desejo de Zaqueu e sua forma de agir. Ele queria ver “quem era Jesus” (no original está: “quem é Jesus”). Certamente as notícias sobre a chegada de Cristo na cidade tinham atirado a curiosidade de toda Jericó. Zaqueu deve ter ouvido histórias, pregações e milagres realizados por Jesus e tudo isto lhe chamou atenção. O evangelista dá a entender que ele tinha tentado e “não conseguia [ver Jesus] por causa da multidão”. Ele não tinha espaço no meio dos amigos que cercavam Jesus, sua estatura impedia que ele sequer enxergasse algo de Jesus (era como o cego a beira do caminho que Jesus encontrou antes de chegar em Jericó).

Zaqueu toma uma decisão surpreendente: ele corre à frente de todos e sobe em uma árvore para “ver Jesus”, pois Ele iria passar por ali. Um rico homem da sociedade e com uma profissão de alta estima, agora estava trepado em uma árvore como uma criança. Jesus estava passando pela cidade, estava passando por aquele lugar, era necessário fazer algo, mesmo que ele se expusesse ao ridículo.

“Quando Jesus chegou naquele lugar” onde o rico cobrador de impostos no meio das folhas da árvore estava, Ele vê Zaqueu, longe da multidão, quase que escondido no meio do sicômoro. Naquele momento inicia um encontro que Jesus não realizou com ninguém dentro de Jericó. Zaqueu queria ver, mas ele é que foi visto por Jesus. Queria conhecer Jesus, mas é Nosso Senhor que demonstra conhecer Zaqueu. Desejava matar sua curiosidade sobre o Mestre de Nazaré, mas é Jesus que demonstra ser íntimo do cobrador de impostos.

            Jesus não escolheu alguém ao acaso: conhecia e o chama pelo nome. Sabia de quem se tratava bem como toda sua fama e pecados que o publicano trazia consigo. Zaqueu era pequeno em estatura, mas sua fama era grande na cidade. Significativa é a expressão narrada por Lucas: “Jesus levantou seus olhos”. Interessante que a cidade de Jericó situasse na parte mais baixa de Israel (240 metros abaixo do nível do mar) e Jesus encontra-se naquele momento mais baixo que o pior sujeito da cidade: é a misericórdia de Deus que desce ao nível mais baixo para de lá atingir a todos.

Zaqueu é chamado pelo seu nome próprio. A cidade o conhecia como os piores adjetivos (traidor, pecador, impuro, ladrão...), Jesus o conhece pelo seu nome. A frase que o chefe dos cobradores de impostos escuta surpreendeu a todos: “Desce depressa: hoje preciso ficar em tua casa!” Zaqueu faz tudo correndo e Jesus convida a “descer depressa” (com urgência!), pois há um encontro que Jesus deseja realizar com ele.

Inúmeros defeitos e pecados, Zaqueu carregava consigo, ele não possuía nenhuma qualidade aos olhos do povo para ser o mais digno de se encontrar com Cristo, muito menos hospedá-Lo, mas Jesus não viu desse modo. Intrigante: Nosso Senhor não colocou nenhuma condição ou fez alguma exigência para aquele encontro; Jesus não pediu a Zaqueu para realizar algo de bom, antes Dele ir se hospedar em sua casa; Cristo não exigiu sacrifícios, reconciliação antecipada ou penitência... Jesus simplesmente ordena para “descer depressa” (naquele momento) e acolhê-Lo hoje (por aquele dia) em sua casa.

Tudo inicia com um desejo de Zaqueu de ver Nosso Senhor, mas Jesus mostra que havia algo mais profundo, pois também deseja se encontrar com ele: um encontro, dentro de sua casa, ser hospedado por um pecador público. Quantas barreiras nós costumamos colocar entre nós e os outros; quantos rótulos negativos nós colocamos nas pessoas, principalmente naquelas que estão no pecado e longe de Deus. Para Jesus, basta desejar vê-Lo que tudo se transforme em encontro.

Zaqueu desceu depressa e acolheu Jesus com euforia. Dentro da casa, aconteceu um encontro alegre entre o pecador e o Salvador. Lucas nos diz que aqueles que ficaram do lado fora “murmuravam” contra Jesus. Para aquelas pessoas excluídas do encontro, na cidade existiam homens mais dignos e santos onde Cristo poderiam se hospedar, mas Ele foi se hospedar na casa de um pecador. Aqueles que estavam ao redor de Jesus se mostram tão pecadores quando o pior sujeito de Jericó e parece que não queriam mudar de vida (podemos imaginar que até os discípulos estavam no bolo também). A grandeza da misericórdia de Deus se transforma em escândalo para todos que estavam com Jesus.

            Deus possui uma misericórdia e uma compaixão sem limites e que busca o bem de todos, isto nos diz o autor da primeira leitura. Um Deus que não deseja nada de ruim pra ninguém e quer o bem de toda criatura que Ele mesmo criou.

Jesus na casa de Zaqueu prossegue seu encontro em torno de uma mesa. Toma refeição com ele, sinal de comunhão e intimidade. Nada sabemos do que eles conversaram, Lucas nos conta o final daquela acolhida. Zaqueu “se levanta” (pois estava sentado com Jesus) e apresenta seu novo projeto de vida. Era muito rico, mas tinha percebido que a riqueza maior era Jesus. Possivelmente, os pobres não faziam parte de sua vida, no encontro com Cristo, ele se lembra dos pobres e comunica que iria dar metade de sua riqueza a eles. Diante de seus pecados na profissão, manifesta que irá dar quatro vezes mais a quem ele tivesse defraudado.

            O encontro e a conversão diante de Jesus abriram os olhos não somente diante dos pecados (roubo ou fraude), mas também dos mais pobres e necessitados. De fato, o caminho mais curto para chegarmos a Deus e a caridade para o próximo.

Jesus finaliza falando a multidão que somente sabia se colocar entre Jesus e os mais necessitados e só sabia murmurava: “Hoje veio a salvação a esta casa”. Primeiro o encontro, a comunhão da mesa, depois a resposta, a reconciliação e a partilha com os mais necessitados. Precisamos ajudar as pessoas a se encontrarem com Jesus, pois Ele deseja que “depressa” O acolhamos em nossas “casas” (nosso coração e nossa vida). A experiência do amor de Deus abre os olhos, ajuda refazer o passado, mas principalmente a projetar nosso futuro. Todos somos pecadores e estamos perdidos, cabe a cada um escolher ser: ou multidão que não experimenta Jesus e impede outros de experimentá-Lo ou pessoas prontas a acolhê-Lo em suas casas.

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Sociedade do cansaço é tema de atualização teológica do clero

Ansiedade e cansaço foram temas refletidos com os padres da arquidiocese de Pouso Alegre (MG) em encontro de atualização formativa nos dias 25 e 26 de outubro.

 

O evento foi promovido pela Pastoral Presbiteral e ocorreu no seminário arquidiocesano, em Pouso Alegre. O encontro formativo do clero foi mediado pelo cônego Wilson Mário de Morais, vigário geral, e o padre Heraldo José dos Reis, coordenador dessa pastoral.

Dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R., arcebispo metropolitano, enviou mensagem aos padres por vídeo, justificando a sua ausência e incentivando a participação no evento. Dom Majella cumpre agenda no Vaticano, devido à visita Ad Limina Apostolorum.

O tema da atualização teológica foi o cansaço existencial e a ansiedade na contemporaneidade, sob a perspectiva ética. O assessor do evento foi o padre José Rafael Solano Durán, da arquidiocese de Londrina (PR). Ele é mestre e doutor em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e pós-doutorado em Teologia Moral e Familiar pelo Pontifício Instituto João Paulo II, da Universidade Lateranense, de Roma.

A atualização teológica está em sintonia com o projeto de formação permanente que, neste ano, está sendo refletido o tema da identidade presbiteral, em 2021, por sua vez, as reflexões foram a respeito da pessoa do presbítero e para o próximo ano as reflexões serão acerca da fraternidade presbiteral.

Padre José Rafael Solano Duran refletiu os temas do cansaço e da ansiedade contemporâneos na vida do clero e da Igreja.

Na reflexão do tema, padre José Rafael falou sobre a síndrome de burnout, o pânico e o medo, presentes na sociedade contemporânea, caracterizada pelo cansaço. Destacou também problemáticas existenciais como a despersonalização e a redução da realização pessoal. Sobre patologias emocionais, detalhou o histrionismo, uma tendência de busca de constante atenção e reconhecimento do ser humano atual. Explicou também elementos da corporeidade na existência humana, sob as perspectivas psicanalítica e ética. Caracterizou o pessimismo e crises morais da atualidade que levam a uma existência medíocre e distante de grandes ideais.

Padres participaram de grupos de reflexão e partilha sobre os temas da atualização teológica.

Padre José Rafael vinculou esses temas a elementos da missão do clero e da Igreja. Os padres participaram de grupos de reflexão sobre os assuntos apresentados e partilharam suas dúvidas e questionamentos.

Nas suas palestras, o assessor se fundamentou em referenciais filosóficos, teológicos, psicanalíticos, do Vaticano II, do magistério dos últimos papas e do papa Francisco. Ao final, padre José Rafael expôs possíveis ações para se viver de modo ético e humano na sociedade contemporânea, marcada pela ansiedade.

Ao final do encontro, os padres assessores de pastorais da arquidiocese apresentaram orientações sobre os eventos pastorais dos próximos meses.

 

Veja mais fotos na Galeria.

 

Texto: padre Thiago de Oliveira Raymundo
Imagens: seminarista Márcio Aurélio Gonçalves Júnior


Como iniciar uma vida de oração? - Parte 3

No artigo anterior, refletimos sobre o melhor horário para o nosso momento de oração.  Hoje, conversaremos sobre a quietude interior. Vivemos em um mundo altamente agitado. Acordamos de manhã com o movimento e barulho em nossa casa e os sons externos da cidade anunciando que a movimentação de mais um dia já começou. Vamos para o trabalho com os ouvidos sendo bombardeados por todo tipo de sons: alto-falantes, buzinas, motores dos veículos, gente falando alto, pessoas se comunicando nos celulares... Essa movimentação sonora é causa de stress para o nosso psiquismo, mas também para a nossa espiritualidade.

Temos necessidade de nos silenciarmos, embora essa realidade esteja a cada dia mais distante de nós. Estamos imersos no barulho. Se até algum tempo atrás o barulho era sonoro, hoje ele é psicológico. Mesmo quando não estamos ouvindo os sons externos, nossa mente ocupa-se com outros tantos afazeres que nossa consciência não consegue aquietar-se.

Em tempos de tecnologia, os computadores, tablets e celulares nos deixam silenciosos vocalmente, mas nossa mente está sempre inquieta e agitada. A todo o momento temos a necessidade de verificar nosso perfil na rede social ou responder alguma mensagem pelo whatsapp. Vivemos imersos em um silêncio tumultuado de agitações e afazeres que requerem respostas instantâneas de nós.

Lentamente, o silêncio foi perdendo a sua essência do não falar, para ocupar outro lugar em nossa vida. Já não basta mais o som dos motores dos veículos cessarem, a buzina dos carros se calarem, o som ser desligado e nossas bocas não pronunciarem palavras. A mente encontra-se ocupada com outras linguagens que nos roubam o silêncio que perdeu a sua verdadeira natureza.

Uma vida de oração requer momentos profundos de silêncio, onde estejamos desligados de tudo o que nos rouba a quietude externa e interna para estarmos ligados e conectados com Deus.  O primeiro passo para a quietude interior é uma preparação prévia para o momento de oração e nos desconectarmos de tudo aquilo que não é benéfico para o nosso recolhimento interior. Muitas vezes, teremos que travar uma verdadeira luta interior caso desejemos aprofundarmo-nos nos caminhos da oração.

Não podemos nos comunicar verdadeiramente com outra pessoa, se a mesma está falando conosco e nós estamos respondendo uma mensagem no celular ou atualizando nosso perfil na rede social. É evidente que quando praticamos esses gestos que não são educados, estamos deixando claro para a outra pessoa que naquele momento o mais importante não é ela, mas o que se está fazendo.

Em nosso relacionamento com Deus precisamos estar plenamente presentes naquele momento e, para isso, se faz necessário deixarmos de lado tudo o que possa atrapalhar nosso encontro. Desligue seu computador ou seu tablet, silencie seu celular e coloque-os um pouco longe do seu alcance. Use uma música tranquila e calma para aquietar-se. Respire algumas vezes profundamente, retirando de seus pulmões todas as tensões que seu corpo foi acumulando ao longo do dia. Lentamente, vá pacificando-se. Acalme as emoções, os medos, as raivas... Deixe-se inundar pela paz que brota do coração de Deus. Se sentir vontade de verificar sua rede social ou suas mensagens instantâneas no celular, lembre-se: há um momento para cada coisa e, agora, você estará com Deus em oração. Essa ocasião merece toda a sua atenção e serenidade.

 


Frei Galvão, um santo do nosso chão!

É assim que Dom Orlando Brandes, arcebispo da Arquidiocese de Aparecida, diz sempre nas celebrações, ao pedir a intercessão de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão. Frei Galvão é do “nosso chão”, nosso primeiro santo brasileiro! Ele nasceu em Guaratinguetá, no Estado de São Paulo, em 10 de maio de 1739. Filho de uma família muito religiosa, nela alimentou sua fé pelo testemunho dos pais, Antônio Galvão de França e Isabel Leite de Barros. Nesta semana, a Igreja celebra sua memória.

Conhecendo um pouco da história de nosso santo brasileiro: seu pai, desejoso de que Antônio tivesse uma formação mais sólida, enviou-o para estudar em Salvador, na Bahia, no seminário dos jesuítas. Antônio estava com 13 anos de idade. Lá ficou por 4 anos, de 1752 a 1756. Muito estudioso e inteligente, ele se destacava nos estudos e na vida religiosa. Por motivos políticos, seu pai, preocupado com a situação, aconselhou Antônio a abraçar a Ordem dos Frades Menores, no Rio de Janeiro. No dia 11 de janeiro de 1762, Frei Antônio foi ordenado sacerdote.

Uma vida preciosa foi a de Frei Galvão, edificada e vivida pela fé inabalável e, consequentemente, pelas maravilhas com que Deus a agraciou. Frei Galvão anunciava o evangelho do amor, do acolhimento e da misericórdia para com os mais pobres e sofredores. Por isso, ficou conhecido como “o homem da paz e da caridade”. Mas, para isso, estudou muito. No Convento de São Francisco, em São Paulo, aperfeiçoou-se nos estudos de Filosofia e Teologia para melhor servir ao Reino de Deus e à Igreja. Como confessor e conselheiro, era muito procurado por todo o povo. As dificuldades que a vida se lhe apresentava Frei Galvão enfrentava com serenidade e humildade, movido pela fé e espiritualidade profunda, sempre se colocando ao lado dos pequenos e marginalizados. Toda a população de São Paulo já o tinha como homem de Deus!

Uma obra importante realizada por Frei Galvão e a irmã Helena Maria do Espírito Santo, que se reconhecia inspirada por Deus para fundar um recolhimento feminino, foi o “Mosteiro da Luz”. Com o grande número de vocações, Frei Antônio viu a necessidade de aumentar o espaço das irmãs. Por catorze anos (de 1788 a 1802) dedicou-se na construção da igreja, inaugurada em 15 de agosto de 1802. Uma obra encantadora, reconhecida como “patrimônio cultural da humanidade”.

Não há diferença entre um coração que é de Deus e as mãos e os pés que são dos irmãos e irmãs: os dois oferecem, na pessoa inteira de Frei Galvão, a beleza da caridade, delicadeza e bondade, pois testemunham a doçura de Deus entre os irmãos e irmãs. Quando se alarga o espaço do coração, Deus entra, toma conta e prepara melhor uma pessoa para a missão. Frei Antônio viveu o desafio permanente de ver, ouvir, amar e agir com o Coração e o Olhar de Deus revelado em Jesus, e chegou a pedir ao Pai: “Tirai-me a vida antes de ofender o vosso divino Filho”. Deus manifestava sua graça em Antônio, que escolhera a pobreza, a castidade e a obediência para regerem sua vida.

O que podemos aprender com a vida de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão: Quem ocupa o primeiro lugar em nossa vida? A quem buscamos servir com amor, fidelidade e ternura? O que necessitamos fazer para buscar e encontrar Deus em todas as coisas?

O dia 25 de outubro é o dia oficial de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, na liturgia, estabelecido desde a beatificação, pelo então papa João Paulo II, hoje também santo. Com a canonização de Frei Galvão em 11 de maio de 2007, o papa Bento XVI manteve a data para celebrar o santo que nos deixou o belo testemunho marcado da simplicidade franciscana ao alcance de todos. O Santo que viveu a santidade no dia a dia, como homem de oração, pregador, pedreiro e porteiro do Convento de São Francisco. Ele é o padroeiro dos engenheiros, arquitetos e construtores.

Na oração rezada nos dias da novena de Santo Antônio Galvão, nosso povo pede:

“Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo –, eu Vos adoro, louvo e dou graças pelos benefícios que me fizestes. Peço-Vos, por tudo o que fez e sofreu Vosso servo Frei Galvão, que aumenteis em mim a fé, a esperança e a caridade, e Vos digneis conceder-me a graça que ardentemente almejo. Amém”.

São Frei Galvão, Deus fez em ti maravilhas e, por meio de ti, anunciou o Evangelho do amor, do acolhimento e da misericórdia para com os mais fracos e sofredores. Com o coração agradecido à nação brasileira por tão grande dom, nós te pedimos: intercede por nós junto a Deus, para que possamos vivenciar, na comunidade eclesial, os valores evangélicos que, de modo tão heroico, viveste. Dá-nos a coragem e perseverança na fé e abertura ao Espírito de Deus, para que possamos ser sal da terra e luz do mundo. Amém! (Pai Nosso – Ave-Maria – Glória ao Pai)

 

Referências:
Revista ECOANDO, PAULUS – nº 11 – Ano III setembro, outubro e novembro 2005.
https://santo.cancaonova.com/santo/santo-antonio-de-santanna-galvao-frei-galvao/
Imagem destacada: ©Vatican Media

 


O Brasil que queremos

No segundo turno das eleições teremos a oportunidade de dizer qual o Brasil que queremos. E como temos visto, a questão religiosa tem ocupado lugar central das campanhas eleitorais com o envolvimento de ministros ordenados, sobretudo padres, o que não era comum. Isso prejudica o debate eleitoral e político, pois o desvia do que realmente é importante para o país e que se deveria ser debatido nesse momento. Podemos citar: o cuidado com a vida e o meio ambiente, políticas públicas, proteção às populações vulneráveis, protagonismo do país no cenário mundial. No entanto, uma vez que o tema está posto, como cristãos e cristãs católicos não podemos nos omitir. Não é essa a hora de discutir se é adequado ou não votar de acordo com temas religiosos ou a pauta de costumes. É preciso fazer uma discussão mais ampla: qual o Brasil que queremos? E qual o Brasil a Palavra de Deus nos indica.

Para isso é preciso levar em conta que foi nos dado viver no Brasil e no tempo atual. E o Brasil tem uma história que não pode ser negada. É um país que foi colonizado e roubado de suas riquezas naturais de forma violenta. Essa colonização violenta, em sua primeira fase, assassinou a maior parte de sua população, os povos indígenas. Depois criou a mais longa e mortífera escravidão do mundo, trazendo milhões de pessoas escravizadas de África para ser mão de obra nas lavouras, mineração, serviços domésticos e comércio. Esse sistema perverso e desumano foi nocivo à humanidade e à economia do Brasil e do mundo. Levou à morte milhões de pessoas à morte, atrasou a evolução industrial da economia brasileira e naturalizou o racismo, o preconceito e a violência contra seres humanos. Esse é o nosso DNA, nosso maior mal, como apontam os estudiosos Jessé Souza e Laurentino Gomes. É desse Brasil que estamos falando e para o governo do qual vamos votar em 30 de outubro

Levando em conta a história é preciso falar do que o Brasil é capaz de ser, no futuro. Grosso modo, podemos falar de dois projetos de país em disputa no Brasil, segundo o economista Bresser Pereira em sua obra de “A construção política e econômica do Brasil: Sociedade, economia e Estado desde a Independência”. São os projetos “Nacional de desenvolvimentista” e “Liberal Dependente”. O projeto liberal dependente é o que está em vigor desde o início da colonização, com pequenos períodos de recesso. É um projeto que hoje se identifica com o modelo econômico neoliberal que tem como centro o lucro dos bancos e das grandes empresas em detrimento da vida, tanto das pessoas quanto do meio ambiente. É um projeto que não acredita nas potencialidades do país e cujos sujeitos, na maioria das vezes, vivem no exterior. Assim, continuam a política colonial de exploração dos recursos naturais extremamente abundantes no país, da mão de obra, do sangue, da vida de seus povos. Os lucros obtidos, estratosféricos, os depositam em bancos nos paraísos fiscais. Esse projeto sequer acredita numa “elite brasileira” que capaz de levar em frente um ideal de país. Por isso, além de liberal, esse projeto é dependente. É dependente capital financeiro internacional, que já não tem pátria. As consequências desse projeto estão aí. Do ponto de vista econômico, o “carreamento” das riquezas naturais como madeira e minério para fora do país, sem deixar nenhum lucro internamente. Isso causa a desindustrialização do país. Sobra aos brasileiros e brasileiras os danos ambientais e o empobrecimento. No campo social, o aumento das desigualdades sociais e da pobreza. Consequentemente o país torna-se cada vez mais violento e instável, abrindo espaço para o crime organizado, o tráfico e as milícias.

A proposta nacional desenvolvimentista, segundo Bresser Pereira, prevê um desenvolvimento em todos os âmbitos: econômico, científico e social. Esse modelo se fundamenta na certeza de que o Brasil tem uma liderança política interna capaz de propiciar esse desenvolvimento a partir de suas riquezas naturais, humanas e culturais. Entende que o país pode crescer mais economicamente à medida que favoreça a justiça social, melhorando a vida de seus povos. Para isso, basta investir em políticas públicas de distribuição de rendas e oportunidades. Colocar os bancos públicos a serviços dos pequenos e médios empresários, o dinheiro dos impostos em educação, saúde de qualidade para todos. Investir em ciência, tecnologia e infraestrutura, fundamentais para a geração de riquezas. Um Brasil que produza muito e, ao mesmo tempo, seja referência mundial na preservação do meio ambiente, sobretudo a Amazônia, seu maior patrimônio. Um Brasil desenvolvido e internamente harmônico torna-se uma liderança regional e mundial. Essa proposta de país esteve presente poucas vezes nos governos do Brasil e deixaram um excelente legado de melhora econômica e social. Nesses períodos o Brasil conheceu grande crescimento econômico e científico, a melhoria de vida do seu povo e reconhecimento internacional

Como cristãos, no entanto, é preciso olhar para a proposta do Evangelho. Essa proposta pode ser resumida no texto do evangelho de João, 10,10: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. Vida plena e abundante para todos os seus filhos e filhas e para toda a criação é a vontade de Deus. Inclusa nessa proposta está em primeiro lugar a defesa da vida, que como nos ensina o Papa Francisco na exortação apostólica Gaudete et Exsultate – GE, n. 101, é a defesa da vida tanto dos bebês que ainda não nasceram quanto dos que já nasceram e se debatem na pobreza. Inclusa nessa proposta está a paz que é  fruto da justiça, como no-lo ensinam os profetas, a fraternidade, a solidariedade. E é mediante esses critérios que o cristão deve fazer sua escolha. Que essa escolha propicie a construção de um país que saiba potencializar suas riquezas materiais e humano culturais e assim propiciar a vida digna para o seu povo prestar serviço para o mundo.

 

Imagem destacada: Nelson Jr. | Ascom TSE

 


São João Paulo II

Nesta semana a Igreja celebra a memória de São João Paulo II.

Karol Józef Wojtyła nasceu em Wadowice, Polônia, em 1920. Sua festa litúrgica é celebrada no dia 22 de outubro, data que marca o início de seu pontificado no ano de 1978. O jovem Karol teve a infância e a juventude marcadas por muitas dificuldades e lutos. Ainda menino, perdeu sua mãe, Emília, quando tinha apenas 9 anos. Teve dois irmãos mais velhos: Olga e Edmund. Sua irmã faleceu antes mesmo que Karol nascesse. E seu irmão era médico, faleceu apenas 3 anos após a morte de sua mãe.

Seu pai, que também se chamava Karol, foi um militar. Era um homem bom e de fé inabalável.  Ensinou ao seu filho virtudes humanas e espirituais e sua influência se estendeu também à vocação sacerdotal do futuro papa. Em seu livro autobiográfico “Dom e Mistério”, São João Paulo II destacou sobre seu pai: “Não falávamos de vocação ao sacerdócio, mas o exemplo dele foi para mim, de qualquer modo, o primeiro seminário, um tipo de seminário doméstico”.

Aos 21 anos de idade, Karol Wojtyla perdeu também seu pai, no ano de 1941. Clandestinamente, em 1942, Wojtyla entrou para o seminário. Era o período de ocupação nazista na Polônia e, por isso, tinham aulas secretas na residência do arcebispo de Cracóvia.

Foi ordenado sacerdote em 1946; nomeado bispo auxiliar de Cracóvia, em 1958, e elevado a arcebispo da mesma arquidiocese no ano de 1964, após ter sido administrador temporário desde 1962, ano da morte de seu antecessor. Tornou-se cardeal, em 1967, por indicação de Paulo VI. Participou do Concílio Vaticano II, ao qual deu uma importantíssima contribuição.

Wojtyla foi eleito papa em 16 de outubro de 1978, escolhendo como nome o mesmo do seu antecessor, João Paulo. Teve o terceiro maior pontificado da história da Igreja, trabalhou incansavelmente para construir pontes entre diferentes religiões e nações. Destacou-se na defesa da família, promoção da paz e no estímulo ao diálogo. Falava 11 línguas e fez 104 viagens apostólicas por todo o mundo.

Em 13 de maio de 1981, dia de Nossa Senhora de Fátima, São João Paulo II sofreu um grave atentado na Praça São Pedro. O papa, que foi baleado por um terrorista turco e quase faleceu, sempre afirmava que a Virgem Maria teria “desviado as balas” e salvado a sua vida. Um ano depois e totalmente recuperado, São João Paulo II visitou, pela primeira vez, o Santuário de Fátima para agradecer a Nossa Senhora por ter-lhe preservado. O Santo Padre ofereceu uma das balas que o atingiu, a qual foi, posteriormente, colocada na coroa da imagem da Virgem, onde permanece até hoje.

João Paulo II faleceu em Roma, no dia 2 de abril de 2005, sábado, às vésperas do Domingo da Festa da Divina Misericórdia, solenidade que ele instituiu, seguindo o pedido de Jesus Cristo a Santa Faustina. Foi beatificado no dia 1º de maio de 2011, por seu sucessor, Bento XVI, e canonizado pelo papa Francisco, em 27 de abril de 2014. Um grande sinal da Providência e do Amor de Deus permitiu que em ambas as datas fosse a Festa da Divina Misericórdia.

 

Oração a São João Paulo II

Ó São João Paulo, da janela do céu, dá-nos a tua bênção! Abençoa a Igreja, que tu amaste, serviste e guiaste, incentivando-a a caminhar corajosamente pelos caminhos do mundo, para levar Jesus a todos e todos a Jesus! Abençoa os jovens, que também foram tua grande paixão. Ajuda-os a voltar a sonhar, voltar a dirigir o olhar ao alto para encontrar a luz que ilumina os caminhos da vida na Terra. Abençoa as famílias, abençoa cada família! Tu percebeste a ação de Satanás contra esta preciosa e indispensável faísca do céu que Deus acendeu sobre a Terra. São João Paulo, com a tua intercessão, protege as famílias e cada vida que nasce dentro da família. Roga pelo mundo inteiro, ainda marcado por tensões, guerras e injustiças. Tu te opuseste à guerra, invocando o diálogo e semeando o amor; roga por nós, para que sejamos incansáveis semeadores de paz. Ó São João Paulo, da janela do céu, onde te vemos junto a Maria, faz descer sobre todos nós a bênção de Deus! Amém.

 

Imagem: www.vatican.va

 


#Reflexão: 30º domingo do Tempo Comum (23 de outubro)

A Igreja celebra, no dia 23, o 30º domingo do tempo comum. Reflita e reze com a sua liturgia.

Leituras:
1ª Leitura: Eclo 35,15b-17.20-22a

Salmo: Sl 33(34),2-3.17-18.19.23 (R. 7a.23a)
2ª Leitura: 2Tm 4,6-8.16-18
Evangelho: Lc 18,9-14

Acesse aqui as leituras.

 O FARISEU E O PUBLICANO

            Ouvimos nas leituras que o nosso Deus não faz distinção de pessoas, mas tem uma especial atenção para os mais necessitados. Ele ouve a oração de todos, mas tem um carinho a mais pelas preces dos mais humildes e pobres. Em todas as situações é necessário rezar com humildade, pois somente assim, as orações chegarão a Deus.

No Evangelho deste domingo, Jesus procura alertar sobre os riscos de uma religião praticada somente para si e não conforme a vontade de Deus. São Lucas nos informa que Jesus tinha percebido que muitos se vangloriavam por suas práticas religiosas. Nós não sabemos quem são essas pessoas, mas Nosso Senhor era capaz de realmente perceber o coração de cada um e não tanto o que as pessoas aparentavam para os outros. O detalhe importante notado por Cristo é que tais sujeitos se sentiam diferentes e superiores a tal ponto que desprezavam outras pessoas. Religião que não nos ajuda a aproximar das pessoas, não é religião segundo Jesus.

            Na nova parábola contada por Cristo, os personagens possuem alguns pontos em comum, mas também vários detalhes diferentes. Os dois sobem ao Templo, entram e rezam. São duas pessoas religiosas que creem em Deus, possuem o mesmo desejo de estar na presença de Deus e rezar. Mas, depois cada um se mostra diferente seja na postura como no conteúdo de suas orações.

O fariseu se sente próximo de Deus e sem nenhuma dívida. Reza com uma postura que era comum a um judeu em oração: reza em pé. Inicia sua oração como todos faziam: “O Deus...” e acrescenta aquilo que se devia dizer em uma oração de agradecimento: “graças te dou...”, mas depois sua oração toma outra direção. Ele prossegue dizendo que “não é como os outros homens...”, o fariseu se sente acima de todos, quase próximo de Deus (sua postura em pé revela que ele fala de igual com Deus). Seu olhar para as outras pessoas é de um juiz (ou Deus) que conhece os pecados de todos e, por isto, os despreza. Os “outros” são: ladrões, malfeitores, adúlteros e ele é diferente: não se mistura com essa gente. O desprezo chega ao ponto de se exibir diante de Deus mesmo ali, dentro do Templo, lugar de oração. Ele olha ao seu redor para somente estabelecer sua distância com aquele que ele indica como o mais desprezível naquele ambiente de fé: o publicano. O texto original (grego) usa uma palavra que significa: “voltado para si”, assim, o fariseu rezava “voltado para si”, ele olhava para si para falar a Deus.

            Não olha “os outros” como iguais a ele, mas como um superior; julga e condena como se fosse o próprio Deus. Ofende todas as pessoas, pensado que estava rezando; Fala com Deus, mas maldiz e condena os outros. Louva a Deus, mas amaldiçoa os “outros” e o cobrador de impostos.

O fariseu olha os outros tendo não Deus ou a lei como modelo, mas ele mesmo: ninguém é como ele! Assim, os outros são pessoas com os piores pecados e ele se sente o mais justo (santo) de todos. Ele não tem somente um coração inchado de si próprio, mas também cheio de maldade e preconceito. Olha os outros como um “juiz divino” ao ponto de condená-los como sendo piores que ele. É alguém perdido em si próprio onde ninguém mais tem valor: todos são pecadores segundo o fariseu da parábola.

O fariseu continua sua oração sempre se colocando no centro de tudo, pois ele se sente modelo de vida para os outros. Além de exibir com orgulho sua pessoa, ele também esnoba suas práticas (obras) religiosas. Não se mostra como um judeu comum que observa as leis, mas faz tudo de modo exagerado. De fato, a obrigação do jejum era somente uma vez ao ano, o fariseu da parábola fazia duas vezes por semana; o dízimo para manutenção do Templo era sobre alguns produtos (trigo, azeite, vinho e rebanho; cf. Dt 12,17; 14,23; Ne 13,5.12), o fariseu dava o dízimo de tudo que tinha. O fariseu trata Deus como uma simples pessoa que nada conhece e por isto, ele precisa contar tudo.

O modo de rezar do fariseu é mais uma exibição de si próprio e dá a entender que Deus lhe “devia algo”, pois ele tinha feito muito além do que a obrigação. É marcante em todo o momento da “oração” do fariseu que tudo não está centrado em Deus, mas nele próprio. “Eu” é a palavra que o fariseu mais repete diante de Deus. O zeloso judeu não reza diante de Deus, ele se exibe. Demonstra que não necessita de nada de Deus, ele atingiu o máximo por esforço próprio. Executa com perfeição todos os preceitos, por isto, acha que é perfeito; é meticuloso com todos os princípios da lei, por isto, se vangloria como alguém que conquistou sozinho sua salvação. Ele nada pede a Deus, pois não precisa de Deus para nada: sozinho é capaz de tudo. No fundo, ele não rezava, mas conta vantagens; nada pede, pois não necessita de algo; tudo é perfeito, por isto não sente que tem que mudar nada.

Esnobando-se diante de Deus, ele despreza os “outros homens”. Ele não se interessa pela vida e pela história das pessoas, o importante para o fariseu é que ele se sente diferente e melhor que todos. Sua oração é cheia de si próprio, Deus não tem espaço em sua vida e em suas atividades. Não faz para Deus, mas para si próprio. Em sua oração, o fariseu demonstra que chegou sozinho ao ponto mais alto da vida de uma pessoa religiosa, não há necessidade de mais nada. Neste ponto máximo em que se encontra, ninguém está com ele, pois todos estão abaixo dele. O fariseu reza para um Deus que ele mesmo tinha criado e cultiva uma religião que despreza e julga o próximo. Ele criou um “Deus pessoal”, um ídolo (que era ele próprio) e reza não olhando para Deus, mas para um espelho: não vê Deus, muito menos os outros, mas somente a si próprio.

            O interessante é que ele não é um “sem-religião”, um pecador. O fariseu era observante de todos os particulares da religião; é religioso, pois vai ao Templo e rezava; mas, como nada pede e nada precisa mudar, sua oração não teve retorno e volta para casa no mesmo jeito. Mas, na parábola de Jesus há também outra pessoa que no mesmo local rezava a Deus: um publicano (cobrador de impostos). Ele reza como alguém que sabe de seus pecados e erros. Sua atitude e sua oração mostram alguém que se sente indigno e necessitado de tudo. O fariseu cita o publicano como o último na lista dos “homens pecadores” e o pobre coitado tem consciência de sua realidade, pois se reconhece pecador diante de Deus.

Não sabemos quais pecados o publicano tinha cometido, mas esses profissionais eram malvistos na época de Jesus. Eram judeus (por isto, também estava no Templo rezando) que viviam do recolhimento das taxas e impostos para os romanos. O cobrador de imposto para tirar o seu salário colocava um pouco a mais sobre o valor a ser pago. Tocavam a moeda romana com a esfinge do imperador, por isto também eram considerados impuros. O publicano na parábola se reconhece pecador diante de Deus. Sua atitude e a sua postura mostram alguém com um grande desejo de Deus. Não se sente digno de estar diante de Deus, nem de rezar como os outros em pé e muito menos de olhar para Deus (estava de cabeça baixa). Mas sua oração interior é sincera como são os seus gestos. Dirige-se a Deus como alguém necessitado da misericórdia divina; alguém que é pobre das coisas boas de Deus não obstante certa riqueza que possuía (era publicano e eles tinham uma boa vida, lembremo-nos do publicano Zaqueu). O mais significativo em suas palavras é estar na presença de Deus. Pede e solicita a Deus se dirigindo a Ele na 2a pessoa. A sua oração é íntima e direta de alguém que reconhece Deus como centro em suas orações e necessidades. O publicano reconhece Deus como fonte de perdão e ele como alguém necessitado de sua compaixão.

O fariseu não é condenado por Jesus e nem o publicano exaltado em seu modo de vida. O fariseu fazia tudo e um pouco mais que um fiel judeu deveria cumprir, era um religioso exemplar em relação aos princípios da religião da época, mas ao se colocar diante de Deus, ele destrói tudo que tinha realizado. Sua oração era vazia de Deus e cheia de si mesmo. Nada pede a Deus, por isto, nada recebe. O publicano, diz Jesus, “desceu para sua casa justificado”. Ele pediu perdão e recebeu essa graça que ele leva consigo principalmente para aqueles de sua casa. Sobre o fariseu? Nada sabemos! Mas, certamente saiu do Templo como entrou, pois, nada foi pedir para Deus, pois ele sentia que já tinha atingido o máximo da vida religiosa.

A atitude de oração do publicano é apontada por Jesus como exemplar, pois quem de nós não tem pecado? Diante de Deus, quem de nós ousa levantar os olhos e exigir algo? Somos sempre necessitados das graças de Deus principalmente do seu perdão. O exemplo de santidade e de vida cristã é Jesus Cristo e diante Dele e de tudo que ensinou somos, realmente, pecadores e miseráveis, necessitados sempre da misericórdia de Deus. Nós, mesmo que para as coisas de Deus sejamos aplicados (como o publicano), quantos pecados cometemos em relação à falta de caridade para os nossos irmãos e irmãs, principalmente, os mais necessitados. Buscar o perdão em forma de misericórdia e colocar em prática com aqueles que estão ao nosso lado, essa é a melhor oração que podemos oferecer a Deus.

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#Reflexão: 29º domingo do Tempo Comum (16 de outubro)

A Igreja celebra, no dia 16, o 29º domingo do tempo comum. Reflita e reze com a sua liturgia.

Leituras:
1ª Leitura: Ex 17,8-13

Salmo: 120(121),1-2.3-4.5-6.7-8 (R. cf. 2)
2ª Leitura: 2Tm 3,14-4,2
Evangelho: Lc 18,1-8

Acesse aqui as leituras.

REZAR SEMPRE E CONSTANTEMENTE

            Jesus no Evangelho deste domingo exorta sobre a necessidade da oração. Lucas inicia lembrando que Jesus insistia na necessidade de rezar sempre, “constantemente e não desanimar jamais”. As expressões traduzem algo como fundamental e essencial para nós discípulos. Não se trata de passar o dia e a noite em oração (nem os religiosos nos conventos conseguem isto), mas de uma atitude de comunhão e intimidade para com Deus que seja constante e perseverante, não porque Deus necessita disto, mas nós é que precisamos para “não desanimar” em nossa vida espiritual.

            Contando uma parábola, Jesus parte de uma situação negativa e extrema entre uma viúva e um juiz para tirar uma lição para nós e nossa vida de oração. Na história, os personagens são imaginários e não representam necessariamente os cristãos (viúva injustiçada) e nem Deus (juiz iníquo). Mais uma vez, temos uma parábola que encontramos somente no terceiro Evangelho e com características próprias: duas pessoas em posição oposta; personagem que pensa (fala) consigo mesmo...

Tudo ocorre em uma cidade onde todos se conhecem. Jesus descreve inicialmente o juiz e o apresenta como alguém infiel a sua profissão e aos mínimos princípios humanitários. O juiz é descrito como injusto e nada se sabe sobre o seu modo de agir. Ele nega auxiliar a viúva somente porque não quer agir, é um profissional que não faz o que se deve e age somente quando há vantagens pessoais. De fato, naquele tempo, muitos se deixavam corromper e esperavam sempre tirar vantagens financeiras dos casos que julgavam, na parábola, o juiz não via nenhuma vantagem pessoal. Eram os corruptos da época que agiam somente por interesses pessoais. Por isto, por duas vezes, lemos que o juiz “não temia Deus e nem respeitava os homens”.

A viúva é retratada no seu modo de agir, nada se diz sobre sua pessoa, mas que é insistente na busca de justiça para uma situação de injustiça pessoal. A mulher não pede algo exagerado ou além da capacidade do juiz de realizar, solicita somente que ele cumpra o seu papel de mediador e que resolvesse sua situação contra um adversário. Sua ação é descrita como persistente e continuada, isto por um bom tempo.

Jesus prossegue a história nos apresentando o que pensou o juiz depois da insistente solicitação por justiça por parte da viúva. Ela não usa de injustiça, não apela com ameaças e não lhe oferece vantagens, ela não se iguala ao juiz. Pensando consigo, ele se mostra em toda sua arrogância e soberba. O juiz, em relação a Deus, ele não O teme, assim, não se trata de alguém que não crê em Deus; segundo Lucas, o juiz não O temia, pois se sentia como igual a Deus. Em relação aos homens, ele “não respeita”, isto é, age somente segundo suas vantagens e caprichos pessoais. Com este pensamento, o iníquo juiz vê todos os homens como inferiores e submissos a sua vontade. Ele avalia a sua influência sobre a vida dos outros como se fosse uma divindade e assim, não age segundo as leis, mas segundo seus desejos pessoais.

Com este autorretrato de extrema arrogância, no extremo oposto, encontra-se uma mulher, viúva que não tinha nenhum poder (ainda por cima sofria injustiça de alguém). Mas, ela tinha uma preciosa “arma” para pressionar o juiz injusto: a insistência. Certamente, a mulher ao exigir que o juiz cumprisse sua obrigação e resolvesse o seu problema - isto cotidianamente - depois de certo tempo, o juiz se aborreceu. A mulher era a “consciência” do ofício de juiz que ele tinha perdido, ela funcionava como um alerta para aquilo que ele realmente deveria ser e fazer em sua profissão: cumprir a lei e auxiliar as pessoas em casos de injustiça. O aborrecimento que o juiz quer se livrar ao atender a viúva, na realidade, era a sua consciência que pesava. Ainda por cima, ela poderia manchar sua imagem de juiz e atrapalhar futuros serviços com outras pessoas, pois, ele era juiz da cidade e, certamente, era conhecido. O magistrado, por fim, decide agir como juiz não por nobres motivos (atender uma viúva injustiçada), mas para se livrar de um aborrecimento e por temor de um vexame que a mulher poderia cometer no futuro. Ele age para preservar sua situação, sua imagem e não ser prejudicado em suas vantagens. Entre os dois existe um abismo e se aproximam somente por obrigação da parte do juiz e por necessidade da parte da viúva.

            O juiz faz o certo com motivações erradas. O que lhe foi pedido era simples e fácil, mas como se tratava de uma viúva e sem nenhum benefício em vista, a arrogância pessoal somente lhe trouxe aborrecimento. A mulher se transforma em sua consciência pública e ele teme sair prejudicado em suas futuras vantagens. Fazer o certo com motivações corretas e justas seria mais fácil e até mais vantajoso para o juiz, pois lhe traria prestígio entre as pessoas, mesmo que não tivesse vantagens financeiras.

Partindo desta história, Jesus procura transportar tudo para uma história positiva, de relacionamento fecundo entre Deus e o fiel que reza sempre. Com palavras firmes, Jesus parte das palavras do juiz injusto que, mesmo não querendo, faz algo por causa da insistência da mulher. Pois bem, Deus não age e nem se comporta do mesmo jeito. Ele escuta seus filhos e filhas em suas constantes orações (dia e noite); não deixa ninguém esperando e faz justiça bem depressa. Isto porque Deus é sempre misericordioso para cada pessoa, conhece nossas necessidades e está pronto a nos ajudar. Mas, por que nem sempre isto acontece em nossa vida? Por que temos a sensação que algumas de nossas orações não são atendidas por Deus?

É necessário recordar que tudo está sendo usado para mostrar a necessidade da oração, mas o que é realmente rezar para Jesus? Não oramos a Deus para convencê-Lo sobre nossos problemas, nem para exigir que atenda nossos pedidos, nem para conseguir mudar Sua vontade e Ele, assim, se conformar aos nossos pedidos. Deus não é como o juiz na parábola: interesseiro, injusto e vê somente proveitos pessoais. Deus nos conhece, sabe de todas as nossas necessidades e realmente aquilo que precisamos, quando e como precisamos.

            Devemos rezar sempre para mantermos sempre um canal de comunicação aberto para Deus. Diante de um problema, nós vemos o momento e o seu drama diário, Deus vê com profundidade toda nossa história. Deus sempre está pronto a nos ajudar, mas sempre nas circunstâncias que Ele achar melhor. Mesmo que não nos conceda exatamente aquilo que pedimos, somente nosso Deus é capaz de perceber o que é melhor para cada um de nós. Precisamos rezar sempre para adequarmos nossos corações à vontade e à providência de Deus para que, no momento certo e na circunstância justa, Ele possa nos ajudar sempre.

A oração constante nos ajuda a moldar nossa vida ao amor de Deus, mas também ao tempo de Deus. Os santos aprenderam a não pedir a Deus por suas necessidades, mas a se colocar diante de Deus para cumprir sua vontade. Precisamos ser pessoas de oração que ampliem sua relação com Deus saindo do campo somente pessoal e quase egoísta (somente meus problemas). Moisés (na primeira leitura) tinha descoberto que o seu modo de oração e intimidade com Deus influenciava todo seu povo. Enquanto intercedia por todos, tudo transcorria positivamente, mas quando desanimava, até mesmo pelo cansaço, tudo acontecia ao contrário.

A Palavra de Deus (cf. segunda leitura) é um precioso instrumento para nos ajudar a entender a vontade de Deus bem como nos ajuda em nossa comunhão para com Ele. A oração para Jesus é como a paixão que une um casal: Mesmo distante fisicamente, cada um se sente sintonizado no amor e no carinho da outra pessoa. Nosso Deus e Pai quer sempre o nosso bem, mas precisamos aprender a nos conformar a esse bem e aceitar sua vontade no tempo e no modo que Ele conhece e acha melhor para cada um de nós.

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Nossa Senhora Aparecida

“Viva a mãe de Deus e nossa
Sem pecado concebida.
Viva a Virgem Imaculada,
A Senhora Aparecida”

Nossa Senhora Aparecida é o título que carinhosamente no Brasil se dá a Maria, mãe de Jesus. Ela é a padroeira de nosso país e, devido ao seu grande significado para a nossa terra, há um feriado nacional que possibilita diversos tipos de comemorações de cunho religioso.

A imagem de Nossa Senhora Aparecida teve sua primeira aparição em 1717, quando o governante das capitanias hereditárias de São Paulo e Minas de Ouro passava pelo Vale do Paraíba.

O povo daquela região, animado com a visita, decidiu realizar uma festa de boas-vindas. Os pescadores Filipe Pedroso, João Alves e Domingos Garcia foram, então, chamados para lançar redes nos rios e garantir os peixes para a refeição.

Contudo, em meados de outubro, não era uma boa época para isso. Sendo assim, eles rezaram pedindo pela proteção de Maria para voltarem com um bom resultado de sua pesca. Nesse momento, puxaram da água, primeiro, o corpo de uma antiga imagem e, depois, a cabeça: a estátua de Nossa Senhora “Aparecida”.

A imagem encontrada, que comunica a gravidez da Virgem Maria, é uma iconografia comum do século XVIII: Nossa Senhora da Conceição. Na palavra 'conceição' estão subentendidas a Encarnação do Verbo e a firme convicção de fé sobre a condição privilegiada e única da geração imaculada de Nossa Senhora. A veneração à Mãe Aparecida proclama as bem-aventuranças do Evangelho!

Os primeiros tocados pela “mística” do achado daquela pequena imagem foram os três piedosos pescadores, João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia; depois, seus familiares, vizinhos e, por meio deles, os que vieram conhecê-la atraídos por notícias veiculadas sobre graças alcançadas. Não houve aparições nem falas ligadas ao encontro da imagem, mas houve – e há –, desde então, a boa notícia: Deus revisitou o seu povo! Do rio ela veio e do culto a ela brota um rio de graças, bênçãos, favores divinos.

Como começaram as comemorações do dia de Nossa Senhora Aparecida?

Em princípio, a estátua sacra permaneceu na casa do pescador Filipe por 15 anos. Com isso, amigos, vizinhos e familiares se encontravam com frequência para orações. O dia de Nossa Senhora Aparecida, 12 de outubro, ficou registrado oficialmente por ter sido o mesmo dia da aparição na pescaria.

Aos poucos, a história começou a se espalhar pelo Brasil, o que atraiu visitantes de outras regiões do país. O primeiro oratório foi construído oficialmente em Itaguaçu, mas, aos poucos, já não comportava os fiéis que apareciam todos os dias.

Sendo assim, surgiu a necessidade de construir a primeira capela. A imagem foi coroada anos depois, com uma coroa ofertada pela Princesa Isabel. Outras capelas e basílicas surgiram para fortalecer as comemorações e as orações.

Meditando a história, o significado, a repercussão do achado e da veneração prestada a Maria em sua imagem de Aparecida, não há como não rezar a frase bíblica da Visitação: Bendita és tu entre todas as mulheres, ó Maria!

Alguns milagres atribuídos à intercessão de Nossa Senhora Aparecida

A libertação do escravo Zacarias em 1857, o cavaleiro ateu, o menino no rio: estes são apenas alguns dos conhecidos entre milhares e milhares de milagres atribuídos à intercessão de Nossa Senhora Aparecida que estão espalhados pelo Brasil e pelo Mundo. Tenho certeza de que você, meu irmão e irmã, também tem um milagre ou uma história para contar, sobre a veneração amorosa à Maria Mãe de Jesus sob o título de Nossa Senhora Aparecida.

Talvez você, em procissão, em romaria, já tenha deixado, no espaço reservado no Santuário Nacional de Aparecida ou nas diversas capelas e igrejas em todo o Brasil identificadas com o título de Nossa Senhora Aparecida, uma foto ou algum pertence em agradecimento pela intercessão desta mulher que nos ensina tanto e é, por isso mesmo, que, como filhos, nos sentimos no coração da mãe Aparecida e nos braços de seu filho Jesus.

Oremos: Ó Maria Santíssima, pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, em vossa querida imagem de Aparecida, espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil. Eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos o meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis; consagro-vos a minha língua, para que sempre vos louve e propague a vossa devoção; consagro-vos o meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas. Recebei-me, oh Rainha incomparável, vós que o Cristo crucificado nos deu por Mãe, no ditoso número de vossos filhos e filhas; acolhei-me debaixo de vossa proteção; socorrei-me em todas as minhas necessidades, espirituais e temporais, sobretudo na hora de minha morte. Abençoai-me, ó celestial cooperadora, e com vossa poderosa intercessão, fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda eternidade. Assim seja! Amém. (Versão do Papa Francisco)

 

Dai-nos a benção, ó mãe querida, Nossa Senhora Aparecida!
Dai-nos a benção, ó mãe querida, Nossa Senhora Aparecida!!!

 

“Derrama tuas bênçãos sobre nós, Nossa Senhora Aparecida, e ajuda-nos a superar as dificuldades. Que teu amor nos acompanhe e tua santidade ilumine nossos corações hoje e sempre. Amém.”

 

Referências:
https://blog.quintadellarte.com.br/dia-de-nossa-senhora-aparecida-conheca-a-historia-da-padroeira-do-brasil/
https://www.a12.com/academia/noticias/oracao-de-consagracao-do-papa-francisco-a-nossa-senhora
https://musicasparamissa.com.br/musica/dai-nos-a-bencao/
https://santo.cancaonova.com/santo/nossa-senhora-da-conceicao-aparecida/

Imagem: Papa Francisco e imagem de Nossa Senhora Aparecida - Vatican Media.

 


Dom Majella envia carta aos fiéis sobre Visita "Ad Limina"

No dia 4 de outubro, dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R., enviou carta aos fiéis da arquidiocese sobre a Visita Ad Limina Apostolorum.

 

Segundo o Código de Direito Canônico (cân. 399 § 1), a cada 5 anos, o bispo diocesano deve visitar o papa e lhe entregar um relatório da diocese. De 17 a 26 de outubro, dom Majella e demais 31 (arce)bispos dos Regionais Leste 2 e 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que correspondem aos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, farão a Visita Ad Limina Apostolorum.

Saiba mais sobre a Visita "Ad Limina".

Durante a visita, Dom Majella irá peregrinar às basílicas de São Pedro, São Paulo Fora dos Muros, Santa Maria Maior e São João de Latrão. Na ocasião, irá visitar os túmulos de São Pedro e São Paulo. No dia 20 de outubro, o arcebispo de Pouso Alegre irá se encontrar com o papa Francisco para apresentar um relatório das atividades da arquidiocese. Além disso, dom Majella irá visitar os departamentos da Cúria Romana, dicastérios e secretarias, e compartilhar as ações sinodais, plano pastoral e serviços realizados pela Igreja Particular de Pouso Alegre.

Arte para divulgação da Visita Ad Limina Apostolorum. Fonte: Assessoria de Comunicação CNBB/Leste 2 e 3.

Para dom Majella, a Visita "Ad Limina" será um momento de intensa oração pela arquidiocese. Ele irá acolher também as orientações do papa Francisco e renovar a fidelidade à Sé de Pedro e a solidariedade às Igrejas do mundo inteiro. O arcebispo pedirá as bênçãos do Santo Padre para as famílias e fiéis da arquidiocese e o 1º Sínodo.

Muito mais do que um evento protocolar, para dom Majella, a visita será uma oportunidade para oferecer ao papa e aos dicastérios da Santa Sé um informe amplo, preciso e claro da arquidiocese. Segundo ele, a visita é expressão de íntima comunhão entre a Igreja Particular de Pouso Alegre e a Igreja Universal.

Dom Majella pede aos fiéis, religiosos e membros do Clero que rezem pelo papa Francisco e pelo bom êxito da visita. Além disso, pede que sejam feitas catequeses nas comunidades sobre a Visita “Ad Limina”, o primado de Pedro, a unidade da Igreja, a missão dos bispos e o 1º Sínodo arquidiocesano nos dias 17 a 26 outubro.

“Diletos arquidiocesanos, convido a todos a acompanhar-nos espiritualmente nesta peregrinação apostólica. O bispo é quem realiza a visita “Ad Limina”, mas nele está também representada toda a arquidiocese. Por esse motivo se fazem orações e se recomenda a visita como tal, porque é toda a arquidiocese que vai comigo e a toda ela se refere a mensagem que receberei do papa", escreveu dom Majella.

Leia na íntegra a carta de dom Majella.

Os (arce)bispos dos regionais Leste 2 e 3 da CNBB lançaram oração oficial da Visita "Ad Limina" e enviaram carta às arquidioceses e dioceses dos regionais. Leia a oração na íntegra.

 

ORAÇÃO PARA A VISITA AD LIMINA APOSTOLORUM

Senhor Jesus Cristo, Bom Pastor e porta de acesso à ternura do Pai, dai-nos Vosso Espírito Santo e conduzi-nos nesta travessia exigente da história humana. Abençoai nossos bispos e acolhei os anseios do vosso povo. Unidos a eles, nesta visita ao Papa Francisco, renovamos nosso compromisso de sermos uma Igreja missionária, servidora dos pobres e sofredores. Que em nossa caminhada, não nos falte a proteção da Virgem Maria, Mãe de Misericórdia e Estrela da Evangelização. Amém!

 

Leia e faça download dos materiais oficiais da Visita Ad Limina.

 

Texto: padre Thiago de Oliveira Raymundo
Imagem: Arquivo/Pastoral da Comunicação/Arquidiocese de Pouso Alegre

 

A imagem destacada da notícia traz dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R., recebendo o palio do papa Francisco, na basílica São Pedro, Vaticano, no dia 29 de julho de 2014. Essa insígnia episcopal é o sinal da missão do arcebispo.