#Reflexão: 23º domingo do Tempo Comum (04 de setembro)

A Igreja celebra, no dia 04, o 23º domingo do tempo comum. Reflita e reze com a sua liturgia.

Leituras:
1ª Leitura: Sb 9,13-18

Salmo: 89(90),3-4.5-6.12-13.14.17 (R. 1)
2ª Leitura: Fm 9b-10.12-17
Evangelho: Lc 14,25-33

Acesse aqui as leituras.

EXIGÊNCIAS PARA SEGUIR JESUS COMO DISCÍPULO

            O Evangelho deste domingo retrata a retomada do caminho de Jesus para Jerusalém. Domingo passado Jesus estava na casa de um fariseu ilustre e lá procurou ensinar a todos convidados como se comportar em relação aos primeiros lugares. Prosseguindo sua estrada, Ele procura ensinar agora a multidão.

Lucas nos informa que junto com o pequeno grupo de discípulos, uma multidão tinha se formado. Estavam próximos, mas para Jesus ainda não eram discípulos; buscavam algo junto a Ele (curas e milagres), mas não estavam interessados em fazer parte do mesmo grupo de discípulos. Jesus conhecia aquelas pessoas que O seguiam, por isto, lhes apresenta a condição para deixarem de “ser povo” e de se tornarem “discípulos”; deixarem se serem espectadores e passarem a compor o mesmo grupo de escolhidos de Jesus; deveriam abandonar a mentalidade de “receber algo” de Jesus (prodígios e milagres) para aprender a doar-se completamente. As palavras de Cristo são profundas e exigentes.

A primeira exigência de Jesus é chocante. Usando um recurso dos grandes mestre, Jesus propõe uma ideia que chama atenção de todos para em seguida explicar seu significado. A frase começa com uma proposta e não uma imposição: “Se alguém vier...” Não há obrigação, mas se alguém decide ir até Jesus, é chamado a fazer uma escolha radical, mas por outro lado, profundamente benéfica. A multidão seguia Jesus, mas cada um com suas necessidades e exigências pessoais; Cristo apresenta suas condições para que todos possam realmente receber muito mais que um benefício físico (cura) ou uma diversão (ver um milagre). Prossegue Jesus dizendo “Se alguém vier a mim e não odiar seu pai... sua própria vida, não pode ser meu discípulo”. Não tem como não se surpreender com a condição fundamental “odiar”, colocada por Jesus.

            Lucas procura preservar a força da “expressão semita” (jeito do povo da Bíblia pensar: radical e sem meio termo). Este modo de pensar e de afirmar encontramos nos profetas e nos textos da Lei que proclamam que Deus deve receber todo o amor e não parte dele. Em outro trecho de Lucas, Jesus mesmo diz que não se pode servir a dois senhores: ou odiará um e amará outro, ou há de aderir a um e desprezará outro (cf. Lc 16,13). Mateus, ao retratar a mesma citação, faz uma adaptação que nos ajuda a entender melhor a expressão em Lucas. Diz o primeiro evangelista: “Quem ama seu pai e mãe, mais do que a mim, não é digno de mim...” (Mt 10,37). Na lista de Lucas são seis tipos de pessoas (pai, mãe, filhos...) mais a vida: sete é o número. Para ser discípulo de Jesus é precisa abandonar de forma radical todos e a própria vida para segui-Lo.

Este termo é comumente traduzido no Evangelho de Lucas por “amar menos” (ou ser capaz de rejeitar), seguindo a forma do Evangelho de Mateus: “Se alguém vier a mim e não ama menos seu pai...”. Parece traduzir melhor o que Jesus pretendia dizer, pois sabemos que Nosso Senhor não era contra a família. Ele viveu com os seus até iniciar sua vida pública; Maria, sua mãe, conviveu com Jesus e até o acompanhou como discípula. Quando perguntado sobre os Mandamentos, lembrou o quarto Mandamento (honrar os pais) como condição básica para a se salvar.

Em seguida, Jesus propõe a segunda condição, desta vez, para todos que aceitarem a primeira condição. Jesus afirma que é preciso: “Tomar a cruz e segui-Lo”. Cruz do compromisso vivido ao extremo até ao ponto de “desprezar a própria vida” para que todos tenham vida. A cruz nas palavras do Jesus é aquela que Ele abraçou e conduziu até o final de sua caminhada neste mundo. Sinal do amor extremo e total para salvação do mundo. Neste sentido, a cruz não tem nada a ver com sofrimento e dores (isto a vida se encarrega de nos dar). Não foram o sofrimento e a dor que salvaram o mundo, mas o amor vivido em sua máxima expressão.

            Duas condições fundamentais para seguir Jesus: amor maior e total a Cristo ao ponto de doar sua vida! Mas, para isto Jesus alerta que nada deve ser feito como algo somente para um momento da vida e sem convicção. É preciso medir suas consequências e meditar suas exigências. Por isto, Jesus conta duas parábolas que retratam a prudência e a seriedade para com as coisas da vida (construir uma torre e partir para uma guerra). Seguir Jesus vivendo as condições que Ele mesmo vivia, requer a mesma consciência e seriedade, mas de modo radical e total.

Jesus acrescenta a terceira exigência para “ser seu discípulo” (frase que repete três vezes ao final de cada condição): “Renunciar a tudo que lhe pertence”. O discípulo que Jesus deseja “atrás de si” (isto é, seguindo seus passos) é aquele que ama com toda intensidade o seu Mestre ao ponto de deixar todos e tudo em segundo plano; ser discípulo de Cristo é assumir seus passos e fazer a mesma caminhada vivendo o amor para com todos (e não somente para os familiares mais próximos), uma existência plenamente aberta para a promoção da vida de todos e não somente seus anseios pessoas; Uma vida de total doação e serviço que tem como sinal maior a própria cruz deixada por Cristo.

As exigências são duras e profundas, mas para amar o próximo  precisamos primeiro fazer a experiência do verdadeiro amor que é Jesus. Para receber o melhor, precisamos ser capazes que doar tudo primeiro. Para viver intensamente nossa vida, precisamos ser capazes que doá-la ao serviço do bem e da vida de todos. As exigências de Jesus nada mais são que o próprio estilo de vida que Ele mesmo viveu.

            São grandes mistérios que somente quem consegue fazer a experiência do amor de Deus consegue entender. O amor de Deus não é egoísta e discriminatório. Jesus é a fonte do amor e quem descobre esta água vida não se fecha em si ou somente com algumas pessoas, mas semeia amor na vida de todos com quem convive. Fazer a experiência de abraçar Jesus com todo seu amor, ao final, torna-se também fonte de amor para as outras pessoas. A pessoa que faz a experiência de amar Jesus em primeiro lugar e com toda sua vida, passa necessariamente para todos os outros o mesmo amor: familiares, amigos e todas as pessoas com quem tiver contato.

A lógica de Deus e do seu amor não segue os mesmos passos e caminhos que conhecemos (primeira leitura). Somos capazes que medir e afirmar sobre muitas coisas até mesmo muito distante de nós (universo), mas a experiência do amor conforme Jesus viveu e nos ensinou, somente ela completa nossa existência, pois mais do que satisfazer o nosso conhecimento, dá sentido a nossa vida. É preciso romper com a lógica do mundo como Paulo na segunda leitura convida seu amigo Filêmon a fazer com o seu “filho na fé” (Onésimo). Não tratá-lo com um escravo fugitivo, mas como um irmão na fé. Se o universo pode ser desbravado com o nosso conhecimento, somente o verdadeiro amor que tem sua origem em Deus pode dar sentido a tudo e a todas as coisas. Vivemos para amar intensamente Deus e nossos irmãos!

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Santo Agostinho: vida e testemunho

A Igreja celebra, no dia 28 de agosto, Santo Agostinho de Hipona, grande santo e doutor que, com sua vida, deixou um grande legado para a vida cristã. Ele nasceu em Tagaste, no norte da África, em 354, filho de Patrício (convertido) e da cristã Santa Mônica, a qual rezou durante 33 anos para a conversão de seu filho.

Agostinho tinha grande capacidade intelectual, buscou saciar seu coração e procurar suas respostas existentes tanto nas paixões do mundo como nas diversas correntes filosóficas, por isso tornou-se membro da “seita dos maniqueus”. Uma vida totalmente desencadeada em experiências mundanas, que fugiam totalmente de costumes e práticas cristãs. Ele tinha uma vida totalmente desencadeada em experiências mundanas, que fugiam totalmente de costumes e práticas cristãs.

Com a morte de seu pai, Agostinho aprofundou seus estudos, principalmente na arte da retórica. Por conseguinte, tornou-se professor em Milão, cidade na qual travou conhecimento com o Neoplatonismo. Ao mesmo tempo, ouvia regularmente os sermões do bispo Ambrósio, por meio dos quais percebia um catolicismo mais sublime do que o imaginado. Santo Ambrósio o ajudou na compreensão do Neoplatonismo em comparação com o Cristianismo em suas similaridades.

Um grande marco na vida de Agostinho foi a presença cristã e a fé de sua mãe Mônica, que incansavelmente rezou e pediu a Deus a conversão de seu filho. Não se pode descartar que o esforço e as orações dessa mãe conquistaram o coração de Deus, que, agindo paulatinamente na vida de Agostinho, através de textos, sermões e pregações cristãs, iniciou em sua vida um caminho de conversão e reconstrução.

Para descobrir mais sobre o caminho espiritual de conversão de Santo Agostinho, faz-se necessário debruçar sobre suas obras, principalmente sobre “Confissões”, que mostra um caminho, desde os afetos desordenados até a ordem do amor, em que se chega a Deus, não primordialmente por meio das práticas ascéticas, nem por uma ascensão intelectual, mas por um amor humano, voluntário e afetivo, unificado pelo Espírito Santo, que se converte em caridade: Ora et Labora, que São Bento adotou quase dois séculos depois em sua Regra.

Santo Agostinho, que entrou no Céu com 76 anos de idade (no ano 430), converteu-se com 33 anos, quando foi catequizado e batizado por Santo Ambrósio, no Sábado Santo de 387, com seu filho e alguns de seus amigos. Depois de perder sua mãe, voltou para a África, onde fundou uma comunidade cristã ocupada na oração, no estudo da Palavra e na caridade, até ser ordenado sacerdote e bispo de Hipona. Foi sábio, apologista e fecundo filósofo e teólogo da graça e da verdade.

A vida de Santo Agostinho é, sem dúvida, um grande exemplo e testemunho para nós cristãos de hoje. Assim como ele, somos humanos, frágeis e limitados, mas sua vida mostra para nós muito mais do que limitações: mostra-nos que a abertura à graça divina faz com que toda vida seja restaurada e transformada em uma vida mais santa e cristã.

Seu testemunho nos remete ao compromisso com Deus: um compromisso de amor e que mergulha o ser humano no mais profundo do coração divino, fazendo-o amado para também amar. Lancemo-nos no caminho de conversão que a vida de Santo Agostinho nos propõe e sejamos com ele santos através da experiência concreta com Deus, que é amor e misericórdia, repetindo as mesmas palavras que rezou em seus escritos:

“Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova. Tarde Te amei! Trinta anos estive longe de Deus, mas, durante esse tempo, algo se movia dentro do meu coração. Eu era inquieto, alguém que buscava a felicidade, buscava algo que não achava. Mas Tu Te compadeceste de mim e tudo mudou, porque Tu me deixaste conhecer-Te. Entrei no meu íntimo sob a Tua Guia e consegui, porque Tu Te fizeste meu auxílio.

Tu estavas dentro de mim e eu fora.

‘Os homens saem para fazer passeios, a fim de admirar o alto dos montes, o ruído incessante dos mares, o belo e ininterrupto curso dos rios, os majestosos movimentos dos astros. E, no entanto, passam ao largo de si mesmos. Não se arriscam na aventura de um passeio interior’.

Durante os anos de minha juventude, pus meu coração em coisas exteriores que só faziam me afastar, cada vez mais, d’Aquele a Quem meu coração, sem saber, desejava. Eis que estavas dentro e eu fora! Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Estavas comigo e não eu Contigo. Mas Tu me chamaste, clamaste por mim e teu grito rompeu a minha surdez.

‘Fizeste-me entrar em mim mesmo. Para não olhar para dentro de mim, eu tinha me escondido. Mas Tu me arrancaste do meu esconderijo e me puseste diante de mim mesmo, a fim de que eu enxergasse o indigno que era, o quão deformado, manchado e sujo eu estava’.

Em meio à luta, recorri a meu grande amigo Alípio e lhe disse: ‘Os ignorantes nos arrebatam o céu e nós; com toda a nossa ciência, nos debatemos em nossa carne’.

Assim me encontrava, chorando desconsolado, enquanto perguntava a mim mesmo quando deixaria de dizer ‘Amanhã, amanhã’. Foi então que escutei uma voz que vinha da casa vizinha. Uma voz que dizia: ‘Pega e lê. Pega e lê!’.”

 

Oração a Santo Agostinho

Ó excelso doutor da graça, Santo Agostinho. Tu que contaste as maravilhas do amor misericordioso operado em tua alma, ajuda-nos a confiar sempre e unicamente na ajuda divina. Ajuda-nos, ó grande Santo Agostinho, a encontrar a Deus “eterna verdade, verdadeira caridade, desejada eternidade”. Ensina-nos a crer e viver na graça, superando nossos erros e angústias. Acompanha-nos à vida eterna, para amar e louvar incessantemente ao Senhor. Amém! Santo Agostinho, rogai por nós.

 

Fontes:
https://santo.cancaonova.com/santo/santo-agostinho/
http://coracaodejesusemaria.blogspot.com/2017/06/a-espiritualidade-de-santo-agostinho-de.html
https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/oracao-de-santo-agostinho-apos-sua-conversao/

Imagem: Santo Agostinho de Hipona recebendo o Sagrado Coração de Jesus, de Philippe de Champaigne, século XVII.

 


Romaria da Fé reúne fiéis do setor pastoral Sapucaí

No dia 28 de agosto, na paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santa Rita do Sapucaí (MG), aconteceu a 11ª Romaria da Fé, que reuniu clérigos, religiosos e cristãos leigos das paróquias do setor pastoral Sapucaí.

A "Romaria da Fé" acontece todos os anos no setor pastoral Sapucaí, composto por cinco paróquias: Santa Rita de Cássia e Nossa Senhora de Fátima (Santa Rita do Sapucaí); São João Batista (Cachoeira de Minas); Imaculada Conceição (Conceição dos Ouros) e São Sebastião (São Sebastião da Bela Vista).

Neste ano, a paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santa Rita do Sapucaí, sediou o evento no último domingo (28).

Cristãos leigos, religiosos e padres das paróquias do setor se reuniram na quadra do "Tiro de Guerra". Lá, ocorreu um momento de reflexão sobre a Campanha da Fraternidade 2022, conduzido pela coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Educação, professora Maria Regina Pereira de Oliveira.

Após a reflexão, os participantes do evento fizeram uma caminhada em direção à igreja matriz Nossa Senhora de Fátima. Lá, houve missa presidida pelo cônego Wilson Mário de Morais, vigário geral, representando dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R., arcebispo metropolitano, o qual não pôde estar presente devido à etapa presencial da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que acontece de 28 de agosto a 2 de setembro, em Aparecida (SP).

A missa presidida pelo cônego Wilson foi concelebrada pelo padre José Francisco Ferreira, coordenador do setor pastoral Sapucaí e vigário da paróquia Nossa Senhora de Fátima. Além deles, padre Sebastião Márcio Maciel, pároco da paróquia sede da romaria, esteve presente com os demais padres do setor.

A "Romaria da Fé" é uma iniciativa do setor pastoral Sapucaí, iniciada no ano de 2012. É uma oportunidade para fortalecer e celebrar a caminhada pastoral dos fiéis pertencentes às paróquias do setor. A cada ano, um tema especial é refletido e imagens ou banners dos padroeiros das comunidades do setor são conduzidos em caminhada. Além disso, o evento é encerrado com momento de confraternização.

Histórico das edições da "Romaria da Fé"

1ª) 02/09/2012 - Santuário Santa Rita de Cássia – Santa Rita do Sapucaí - Ano Jubilar da Arquidiocese - Ginásio do Instituto Nacional de Telecomunicação.

2ª) 18/08/2013 - Imaculada Conceição - Conceição dos Ouros - Ano da Fé - Ginásio poliesportivo.

3ª) 17/08/2014 - São Sebastião - São Sebastião da Bela vista - Quadra poliesportiva.

4ª) 16/08/2015 - São João Batista - Cachoeira de Minas - Ano da Paz - Saindo da quadra da Escola Estadual Senador Bueno de Paiva para a Igreja matriz.

5ª) 21/08/2016 - Santuário Santa Rita de Cássia – Santa Rita do Sapucaí - Ano da Misericórdia - Saindo da Escola Técnica de Eletrônica para a Igreja matriz Santa Rita.

6ª) 27/08/2017 - Nossa Senhora de Fátima – Santa Rita do Sapucaí - Centenário das Aparições e Ano Mariano - Saindo do asilo para a Igreja matriz Nossa Senhora de Fátima.

7ª) 26/08/2018 - Imaculada Conceição - Conceição dos Ouros - Ano do laicato - Saindo da quadra da Escola Estadual João Ribeiro de Carvalho para a igreja matriz.

8ª) 25/08/2019 - São João Batista - Cachoeira de Minas - Ano da Caridade - Saindo da quadra da Escola Estadual Senador Bueno de Paiva para a igreja matriz.

9ª) 30/08/2020 - Nas paróquias - Missa nas igrejas matrizes e celebração em família.

10ª) 29/08/2021 - São Sebastião – São Sebastião da Bela Vista - Nas igrejas matrizes, com número restrito de participação dos membros das paróquias.

11ª) 28/08/2022 - Nossa Senhora de Fátima – Santa Rita do Sapucaí – Ressonância da CF/22 - Saindo do Tiro de Guerra para a Igreja matriz Nossa Senhora de Fátima.

 

Texto: padre Thiago de Oliveira Raymundo
Fotos: Amanda Cormelato e Emanuele Melo

A imagem destacada da notícia traz fiéis, religiosos e padres que participaram da caminhada da 11ª Romaria da Fé, na paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santa Rita do Sapucaí.

 

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Jubileu das vocações é celebrado em Pouso Alegre

Ontem (27), na catedral metropolitana Bom Jesus, em Pouso Alegre (MG), foi celebrado o Jubileu das Vocações, que reuniu vocacionados que comemoram jubileu no ano de 2022.

O evento aconteceu com a celebração de missa, presidida por dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R., arcebispo metropolitano, e acompanhada por diversos vocacionados que celebram jubileu no ano de 2022.

Sacerdotes, diácono, religiosos, casais, seminaristas, vocacionados à vida sacerdotal e cristãos leigos reuniram-se para agradecer a Deus pelo dom da vocação.

Na ocasião, os fiéis presentes rezaram pelos padres, religiosos e casais que comemoram, neste ano, aniversário de ordenação sacerdotal, de profissão religiosa ou de casamento.

Além disso, a celebração marcou o encerramento do mês vocacional. No mês de agosto, a Igreja Católica no Brasil realiza o mês vocacional, incentivando as comunidades a realizarem encontros formativos e espirituais com o tema das vocações. Na arquidiocese de Pouso Alegre, os fiéis foram incentivados pela Pastoral Vocacional, assessorada pelo padre Lucas Silva Crispim, a rezarem pelas vocações sacerdotais, religiosas, matrimoniais e laicais. Como tema do mês vocacional, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propôs “Cristo Vive! Somos suas testemunhas”. O lema proposto foi “Eu vi o Senhor!” (Jo 20,18).

Em sua homilia, dom Majella destacou a importância das vocações para a Igreja. O arcebispo refletiu também a passagem bíblica da parábola dos talentos (Mt 25, 14), mostrando ser necessário fazer frutificar, compartilhar e comunicar o dom da vocação, confiada por Jesus Cristo aos seus discípulos. Segundo dom Majella, vocação é “um tesouro que recebemos do amor gratuito de Deus para gerar vida à humanidade”.

“Esta missa do ‘Jubileu das Vocações’ é para partilhar a gratidão e alegria de celebrarmos, como família diocesana, o dom da vocação e encerrar este mês vocacional, que celebramos na Igreja no Brasil”, disse o arcebispo.

Leia na íntegra a homilia de dom Majella.

 

Texto: padre Thiago de Oliveira Raymundo
Fotos: Geovania Andrade Pereira Carvalho

A foto destacada da notícia traz dom José Luiz Majella Delgado com os vocacionados jubilandos do ano de 2022.

 

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Faculdade Católica de Pouso Alegre homenageia ex-professores

No dia 25 de agosto, membros do Conselho Superior da Faculdade Católica de Pouso Alegre concederam a medalha dom João Bergese a dom Marco Aurélio Guibiotti e padre Jésus Benedito dos Santos, ex-professores da instituição. Dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R., arcebispo metropolitano de Pouso Alegre (MG), acompanhou a homenagem.

A medalha dom João Bergese é uma atribuição da Faculdade Católica de Pouso Alegre, por meio de seu Conselho Superior, “a pessoas que se distingam no cultivo da solidariedade, da promoção humana e da evangelização”, segundo seu regimento.

Dom Marco Aurélio Gubiotti e padre Jésus Benedito dos Santos, ex-professores dessa instituição superior de ensino, receberam a medalha devido aos trabalhos prestados para a criação da faculdade.

A homenagem foi concedida no dia 25 de agosto em sessão solene, realizada no salão da Faculdade Católica de Pouso Alegre, com a participação de dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R., arcebispo metropolitano de Pouso Alegre e grão-chanceler da faculdade; padre Daniel Santini Rodrigues, diretor-geral; padre Adriano São João, vice-diretor; professores e alunos.

Antes da sessão solene, os homenageados e membros da comunidade acadêmica participaram de missa realizada na igreja matriz São José Operário, presidida por dom Marco Aurélio.

Padre Daniel Santini, em seu discurso, destacou que dom Marco Aurélio e padre Jésus Benedito, ao colaborarem na criação da Faculdade Católica de Pouso Alegre, foram desbravadores de um caminho desconhecido que ajudou a reconhecer os cursos oferecidos para formar os padres e cristãos leigos do sul de Minas. Segundo o diretor-geral, os homenageados lideraram um processo que ainda continua vivo e atuante para a formação acadêmica, humana e cristã na província eclesiástica de Pouso Alegre.

Dom João Bergese, que dá nome à medalha, foi o 2º arcebispo de Pouso Alegre, de 22 de junho de 1991 a 21 de março de 1996. Ele foi responsável pela criação do Instituto Teológico São José, organização educacional que formou padres do sul de Minas Gerais e antecedeu a Faculdade Católica de Pouso Alegre.

A faculdade, inaugurada no dia 6 de fevereiro de 2006, após ser credenciada junto ao Ministério da Educação, é mantida pela Fundação Educacional dom José D’Ângelo Neto. Há mais de 16 anos, a instituição superior de ensino forma os padres das (arqui)dioceses da província eclesiástica de Pouso Alegre, com cursos de bacharelado em Filosofia e Teologia.

Dom Marco Aurélio Gubiotti, bispo de Itabira-Coronel Fabriciano (MG), outorgado com a medalha dom João Bergese, foi professor e o primeiro diretor da Faculdade Católica de Pouso Alegre, sendo um dos responsáveis pela sua criação. O homenageado é mestre em Sagradas Escrituras pela Faculdade Nossa Senhora da Assunção, de São Paulo (SP). Enquanto padre, de 1989 a 2013, dom Marco Aurélio fez parte do clero da arquidiocese de Pouso Alegre e dedicou parte do seu ministério à formação sacerdotal.

Dom Marco Aurélio Gubiotti recebe de padre Daniel Santini e dom José Luiz Majella Delgado a medalha dom João Bergese.

Padre Jésus Benedito dos Santos, pároco da paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Estiva (MG), e membro do clero da arquidiocese de Pouso Alegre, também homenageado com a medalha, foi professor da faculdade e o primeiro diretor da Fundação Dom José D’Ângelo Neto, mantenedora da faculdade. Padre Jésus é doutor em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e escritor de vários livros sobre ministério presbiteral.

Padre Daniel Santini e dom José Luiz Majella Delgado entregam a medalha dom João Bergese ao padre Jésus Benedito dos Santos.

Além dos recém-homenageados, dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Filho, OPraem, ex-grão-chanceler e 3º arcebispo de Pouso Alegre (1996-2014), e Eraídes Rabelo, ex-professora, foram os primeiros a receber a medalha dom João Bergese.

 

Texto: padre Thiago de Oliveira Raymundo
Fotos: seminarista Márcio Aurélio Gonçalves Junior

A imagem destacada da notícia traz, da esquerda para a direita, padre Jésus Benedito dos Santos, dom Marco Aurélio Gubiotti, dom José Luiz Majella Delgado, padre Daniel Santini e padre Adriano São João.

 

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Membros do clero arquidiocesano participam de reunião pastoral em Pouso Alegre

No dia 23 de agosto, padres da arquidiocese se reuniram no seminário arquidiocesano, em Pouso Alegre (MG), para partilha e encaminhamentos pastorais.

A reunião foi coordenada pelo cônego Wilson Mário de Morais, vigário geral. Na primeira parte do evento, padre Eduardo Rodrigues da Silva, pároco da paróquia São Benedito, em Itajubá, e responsável pela Escola Diaconal Santa Dulce dos Pobres, apresentou pistas para reflexão sobre o diaconato permanente.

O diaconato permanente é um ministério incentivado na Igreja Católica pelo Concílio Vaticano II (Lumen gentium, 29) para auxiliar os bispos, padres e os cristãos leigos nas comunidades por meio de serviços litúrgicos, anúncio da Palavra de Deus e exercício da caridade.

Desde 2017, a arquidiocese tem realizado motivações vocacionais e ações pastorais para que o ministério diaconal permanente seja exercido em suas comunidades. No ano de 2018, por iniciativa de dom José Luiz Majella Delgado, C.Ss.R., arcebispo metropolitano, foi criada a Escola Diaconal Santa Dulce dos Pobres para acolher e acompanhar candidatos ao diaconato permanente.

Até o momento, há 33 candidatos para o ministério diaconal sendo acompanhados. Eles participam de encontros formativos, direção espiritual, acompanhamento psicológico, momentos de espiritualidade e estágio pastoral nas comunidades. A preparação dos candidatos ao diaconato permanente tem duração prevista de 4 anos.

Os candidatos são acompanhados pelos padres Eduardo Rodrigues da Silva, Heraldo José dos Reis, Adriano São João, Clemildes Francisco de Paiva, Daniel Santini Rodrigues e Francisco José da Silva e os cônegos Wilson Mário de Morais e Mauro Morais.

Na reunião do clero, padres e arcebispo partilharam expectativas na arquidiocese sobre o diaconato permanente e apresentaram possibilidades para envolvimento dos futuros diáconos nas ações pastorais arquidiocesanas.

Ao longo da reunião, outras questões pastorais arquidiocesanas também foram encaminhadas. Foram tratados assuntos sobre o 1º Sínodo arquidiocesano; as orientações da Igreja Católica para as eleições 2022; o projeto “Encantar a Política” da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); as celebrações dos 60 anos da criação da arquidiocese de Pouso Alegre; a Pastoral Vocacional e a Pastoral do Batismo.

 

Texto: padre Thiago de Oliveira Raymundo
Foto: seminarista Márcio Aurélio Gonçalves Junior


Setor pastoral Alto da Serra reúne fiéis, religiosos e padres em Andradas

No dia 20 de agosto, na paróquia São Sebastião, em Andradas (MG), celebração para encerramento da Semana da Família ocorreu com peregrinação de fiéis, religiosos e padres do Setor Pastoral Alto da Serra.

Os fiéis da paróquia São Sebastião, em Andradas, e os padres Simão Cirineo Ferreira e Arquimedes Carvalho de Andrade, respectivamente, pároco e vigário dessa paróquia, acolheram cristãos leigos, religiosos e padres do Setor Pastoral Alto da Serra no dia 20 de agosto para encerramento da Semana da Família.

O setor Alto da Serra é composto pelas paróquias presentes nas cidades de Andradas, Ibitiúra de Minas, Santa Rita de Caldas, Caldas e Ipuiuna.

O evento setorial foi uma peregrinação dos fiéis, religiosos e padres na paróquia São Sebastião. Os peregrinos rezaram o terço na praça em frente à igreja matriz e realizaram uma carreata pelas ruas de Andradas. O evento setorial foi encerrado com celebração de missa festiva, presidida pelo padre Fabiano José Pereira, pároco da paróquia Nossa Senhora do Patrocínio, em Caldas.

Para o padre Simão, este evento foi importante para animar a caminhada pastoral do setor Alto da Serra e fortalecer as orações pelas vocações, em especial, a vocação familiar e matrimonial.

 

Texto: pe. Thiago de Oliveira Raymundo
Fotos: Celso Patrício


Cristão leigo da arquidiocese participa de encontro nacional da Pastoral da Educação

Luiz Carlos Silva da Cunha, professor de filosofia e membro de pastoral da arquidiocese de Pouso Alegre (MG), participou nos dias 19 a 21 de agosto do 21º Encontro Nacional da Pastoral da Educação, em Goiânia (GO).

No evento, foram debatidos temas relacionados à Pastoral da Educação, à Campanha da Fraternidade 2022 e ao Pacto Educativo Global. O encontro foi assessorado por dom João Justino de Medeiros Silva, José Carlos Libânio, padre Danilo Pinto, padre Rogério Ferraz, irmã Cláudia Chesini e padre Max Costa.

Para o professor Luiz Carlos, a sua participação no encontro poderá servir para fortalecer as iniciativas da Pastoral da Educação na arquidiocese de Pouso Alegre. Ações, em parceria com os membros dessa pastoral, estão sendo realizadas para incentivar que o Pacto Educativo Global seja conhecido e aplicado na arquidiocese. Além disso, a propagação dos temas debatidos na Campanha da Fraternidade 2022 sobre a educação deve continuar nas comunidades, segundo orientações do encontro nacional.

"A educação é direito de todos e obrigação do Estado, da família e da sociedade. É necessário que essas responsabilidades sejam assumidas com compromisso cristão. O encontro nacional serviu para discutir os caminhos da Pastoral da Educação, socializar avanços, reconhecer eventuais dificuldades regionais e locais de organização do serviço pastoral. Este encontro foi importante para fortalecer a esperança de que a educação pode e deve ser um instrumento da promoção da civilização do amor", disse o professor Luiz Carlos.

 

Texto: pe. Thiago de Oliveira Raymundo
Foto: Luiz Carlos Silva da Cunha

 

 


#Reflexão: 22º domingo do Tempo Comum (28 de agosto)

A Igreja celebra, no dia 28, o 22º domingo do tempo comum. Reflita e reze com a sua liturgia.

Leituras:
1ª Leitura: Eclo 3,19-21.30-31

Salmo: 67(68),4-5ac.6-7ab.10-11 (R. cf. 11b)
2ª Leitura: Hb 12,18-19.22-24a
Evangelho: Lc 14,1.7-14

Acesse aqui as leituras.

HUMILDADE E EXALTAÇÃO

            Jesus apreciava muito estar à mesa com as pessoas. Em muitas parábolas e ensinamentos, o “banquete” é usado como símbolo da alegria e igualdade entre as pessoas, mas principalmente como realidade entre Deus e seus filhos. Segundo Jesus, a realidade futura que nos aguarda é como um grande banquete onde Deus Pai, Ele próprio servirá os eleitos. Como hoje, também no tempo de Jesus, estar à mesa é um momento de intimidade e amizade entre as pessoas que se conhecem e nutrem grande estima entre si. Neste domingo, temos mais uma cena que acontece em torno de uma refeição, mas ganha um significado profundo com a presença de Jesus.

            Lucas nos informa que tudo aconteceu em um dia de sábado e em uma casa de um importante fariseu. O sábado é o dia sagrado para os judeus. Eles não faziam nada depois das 18 horas de sexta-feira até às 18 horas do sábado. Tudo que servia para as refeições deveria ser preparado na véspera e consumido no sábado como se encontrava.

O chefe dos fariseus, certamente, convidou Jesus (e outras pessoas) para “comer algo” (o original grego diz: “comer pão”) após a oração na sinagoga, isto ainda durante a observância do sábado. O evangelista nos diz que todos “observavam Jesus”, isto é, estavam atentos para captar algo dito ou feito por Jesus contra os costumes deles. Não se encontra no texto deste domingo, mas Lucas informa que foi “colocado diante de Jesus” um doente (um hidrópico). O pobre homem provavelmente foi convidado e lhe foi assinalado um lugar bem de frente a Jesus para que Ele operasse uma cura e assim, os fariseus poderiam acusá-Lo, mais uma vez, de não observar a tradição judaica. Jesus faz uma pergunta a todos (“É lícito curar [em dia] de Sábado?”), mas ninguém responde. Em seguida, Jesus cura a pessoa doente.

Todos estavam observando Jesus, mas Ele também estava atento ao modo que todos se comportavam. Vendo que muitos procuravam o melhor lugar na mesa de refeição, Nosso Senhor resolve ensinar a todos como eles deveriam se comportar segundo a vontade de Deus. No centro da mesa estava o judeu chefe dos fariseus e certamente Jesus, todos queriam estar o mais próximo do centro da mesa, mas cada um se julgava mais digno que o outro para ocupar os melhores lugares, exatamente isto que chamou atenção de Cristo.

            Na parábola que Jesus conta, Ele procura mostrar que no Reino de Deus, as pessoas devem se comportar de outro modo. A pessoa que se julga digna pode passar vergonha diante do dono do banquete (podemos imaginar que aqui seria Deus). Jesus aconselha esperar ser chamado e não se achar o melhor e o mais digno. Na parábola, aquele que passa vergonha é tratado como um estranho e o senhor da festa somente determina que dê o lugar para outro mais digno. Já no segundo caso, a pessoa é tratada como “amigo”. Quem é simples e humilde é conhecido por Deus como amigo.

Alguém que ocupa logo o primeiro lugar num banquete não pode mais ser convidado pelo anfitrião para subir a um lugar melhor; só pode ser rebaixado, se aparecer alguma pessoa mais importante. É melhor ocupar o último lugar, para poder receber o convite de subir mais. Alguém pode achar que isso é esperteza. Mas o que Jesus quer dizer é que, no Reino de Deus, a gente deve estar numa posição de receptividade (receber convite), não de autossuficiência (se colocar como melhor).

Na 1a leitura, o livro do Eclesiástico aconselha exatamente isto: fazer tudo com humildade e simplicidade diante de Deus para que seja reconhecido como grande e importante. No Evangelho, Jesus diz ainda que é necessário “ocupar o último lugar”. No mundo da época como nos dias atuais, os “últimos” deste mundo são aqueles que não possuem espaço na sociedade, os esquecidos do mundo atual, os pobres, os doentes e os simples.

Jesus sempre teve predileção por estas pessoas e com seu ensinamento e ações procurou mostrar que todos são importantes diante de Deus e a condição social em nada diminui o valor que cada um possui diante de Deus Pai. Assim, o melhor lugar para experimentar a presença de Deus e estar no meio dos últimos e dos mais necessitados, pois a verdadeira experiência de amor se faz através do serviço ao próximo, exatamente, como viveu Jesus.

            Quem se acha grande, segundo a lógica do mundo, é um desconhecido perante Deus. Pode receber exaltação de outras pessoas, mas não de Deus. Estar entre os últimos e servindo a todos, este é caminho percorrido por Jesus e deve ser o mesmo caminho que todos devemos seguir.

Mas, Jesus ainda procura deixar um último conselho a quem O tinha convidado para a refeição. Ao chefe dos fariseus, Jesus aconselha algo ainda mais radical e significativo: ao dar um banquete, ele não deveria convidar aqueles que, com certeza, em outro momento pagariam com um convite semelhante. Segundo Jesus, os convidados deveria ser aqueles que o fariseu mais desprezava: os pobres, os aleijados, os mancos e os cegos. Exatamente aqueles que eram desprezados pelos zelosos observadores da lei, pois eram pessoas consideradas impuras e amaldiçoadas por Deus (por causa das doenças e da deficiência). Estes doentes e pobres jamais conseguiriam retribuir de algum modo com um banquete ou algo até mais simples. Este é o sentido do convite que Jesus faz ao fariseu: dar o melhor (banquete) àqueles que jamais conseguiriam fazer o mesmo.

Jesus procura alertar aquelas pessoas ensinando que a lógica do mundo não é a mesma que Deus usa. Jesus nos ensina que a simplicidade e a humildade não é “abaixar a cabeça” diante de humilhações sem reagir, mas uma vida de serviço com os últimos em meio aos últimos. Segundo Nosso Senhor, os mais necessitados são aqueles que mais expressam a presença de Deus, por isto, fazer algo para os últimos deste mundo é fazer diretamente a Deus. Os esquecidos deste mundo são o melhor sacramento para nos aproximarmos de Deus, por isto, fazer tudo com amor e caridade conforme Jesus ensinou é ter acesso direto a Deus Pai.

            O Reino de Deus não acontece nas mesas de banquetes ou na falsa generosidade que tem somente o interesse de algum modo receber algo em troca. Jesus não está entre aqueles que se sentem o centro de tudo e querem estar no centro da atenção de todos. Cristo está na periferia da sociedade, entre aqueles que dão espaço para a caridade e a solidariedade; Jesus está com aqueles que aprenderam que o maior valor na vida é servir e servir sem interesse, movido somente pelo sentimento puro e divino do amor, conforme Jesus mesmo nos ensinou.

A refeição armada pelo chefe dos fariseus com intenção somente de colher algo contra Jesus, transformou-se em um profundo ensinamento onde fica clara a maldade humana que até usa do pobre na tentativa de atingir Nosso Senhor. Mas, a bondade prevalece e sempre vence o mal quando fazemos aquilo que Jesus realizou e viveu: uma vida de serviço entre os mais simples e pobres. Vivendo assim, nos preparamos para o grande banquete que nos aguarda junto de Deus onde todos nós estaremos sentados na mesma mesa e com alegria nos alimentando eternamente da presença de Deus, mas para isto, precisamos estar com últimos neste mundo para sermos aqueles que serão chamados a ocupar os melhores lugares no banquete divino do amor.

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Santa Mônica

Nesta semana, no dia 27 de agosto, celebramos a memória de Santa Mônica, que nasceu no ano de 332, na região norte do continente africano, em Tagaste, antiga cidade da Numídia. Era filha de família abastada, criada por uma escrava que educava os filhos dos senhores. De fé cristã, conforme o costume da época e do local, foi confiada como esposa a um jovem de nome Patrício.

Seu exemplo de vida era notório, pois suas orações eram voltadas para a conversão de sua família. Seu esposo tinha caráter violento, era rude e pecador. Ao todo, tinham três filhos – Agostinho, Navigio e Perpétua –, mas a preocupação era com seu primogênito, Agostinho, que estava no mundo dos vícios e pecados, porém possuía muita inteligência e incessante busca da verdade, o que o levou à procura por respostas e pela plenitude da vida sem a luz de Cristo. Por esta razão, ele foi iludido por muitas mentiras e meias verdades.

O grau de dificuldade com filho primogênito foi tão grande que, para educá-lo no sentido de que todas as nossas ações geram uma consequência, ela o proibiu de entrar em casa. Porém, sempre intensificou suas orações pela conversão do filho. Rezava também pela conversão do marido e de Navigio, sempre com muita persistência e paciência, nunca desanimando e desistindo de sua fé em Cristo.

Sob as bênçãos e a misericórdia de Deus, Santa Mônica, persistentemente, passou 33 anos rezando pelo filho, e no ano de 387, antes de morrer, pôde contemplar seu filho testemunhando a Cristo após sua conversão, e disse diretamente a ele: “Uma única coisa me fazia desejar viver ainda um pouco: ver-te cristão antes de morrer”.

Com a graça de Deus e as orações de sua mãe, o filho Agostinho, convertido, se tornou bispo e doutor da Igreja, influenciou todo o Ocidente cristão e continua a influenciar até hoje. Com gratidão a sua mãe, ele escreveu: “Ela foi o meu alicerce espiritual, que me conduziu em direção da fé verdadeira. Minha mãe foi a intermediária entre mim e Deus”. O êxito de suas orações foi tão grande que seu primogênito hoje é o conhecido Santo Agostinho.

No ano 387, Santa Mônica veio a falecer, aos 56 anos de idade. Santo Agostinho, no seu conhecido livro nomeado “Confissões”, fez um monumento indelével à memória de sua mãe. Em 1430, o corpo de Santa Mônica foi descoberto, e o Papa Martinho V levou-o para a cidade de Roma, depositando-o na igreja de Santo Agostinho. Por ter sido a responsável pela conversão de seu filho, ela foi canonizada pelo Papa Alexandre III, ensinando-nos a grandeza da fé cristã e a importância da oração. Foi declarada também Padroeira das Associações das Mães Cristãs.

Oração

Nobilíssima Santa Mônica, rogai por todas as mães, principalmente por aquelas mães que se esquecem que ser mãe é sacrificar-se.

Rogai, virtuosa Santa Mônica, para que se abram as almas de todas as mães, para que elas enxerguem a beleza da vocação materna, a beleza do sacrifício materno.

Rogai, Santa Mônica, para que todas as mães saibam abraçar com Fé o sofrimento e a dor, assumam seus filhos com coragem, como instrumento de santificação para as famílias, e para sua própria santificação. Amém.

Santa Mônica, rogai por nós!

 

Fontes:
https://cruzterrasanta.com.br/historia-de-santa-monica/101/102/
https://santo.cancaonova.com/santo/santa-monica/

Imagem: Benozzo Gozzoli, “Santa Mônica,” de 1465 (Domínio Público).